A maioria dos cânceres de tireoide evolui lentamente e é pouco agressiva

Renato Zilli Publicado em 15/10/2013, às 21h27 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Saúde - Divulgação

A tireoide é uma glândula que se localiza na parte anterior do pescoço. Ela é importante porque produz os hormônios T3 e T4, que são fundamentais para o crescimento e o metabolismo do corpo humano. Infelizmente, pode desenvolver câncer.

O câncer de tireolde constitui 1% de todos os tipos que se manifestam nos seres humanos. É mais comum nos homens e em crianças. Pessoas que têm casos na família estão mais suscetíveis.

O principal fator de risco é a exposição a radiações na infância. A incidência da doença tem aumentado. Uma das causas pode ser a enorme exposição humana hoje a radiações, desde a dos equipamentos de raios X e tomografia computadorizada, muito comuns, até a dos televisores, celulares, torres de transmisão de sinais de todo tipo e também de acidentes nucleares. O avanço da Medicina, que permite investigação e diagnóstico precoces, está relacionado ao aumento da incidência.

Os cânceres de tireoide mais importantes são: carcinoma papilífero, folicular e medular. Cerca de 80% dos casos são do carcinoma papilífero; 10% do carcinoma folicular; 5% do carcinoma medular; e os 5% restantes são de outros tipos. Os dois mais comuns em geral têm boa evolução, ou seja, crescem devagar e demoram para atingir os gânglios linfáticos mais próximos e para ir a órgãos distantes.

Esses cânceres em geral não dão sintomas locais, mas suspeitas iniciais podem vir de nódulos no pescoço. Quando uma pessoa os tem, porém, não significa que esteja com câncer. Por volta de 50% dos adultos, em especial mulheres a partir da meia idade, apresentam nódulos na região da tireoide. Apenas 5% são palpáveis ao exame físico. Quando se faz biópsia, revelam as estatísticas, se constata que só 5% são de fato câncer. Assim, grande parte dos casos é detectada em exames de imagem de rotina, entre eles a ultrassonografia. Algumas características dos nódulos são indicativas de câncer, como tamanho maior do que 2 centímetros, pontos de microcalcificação, forma irregular, conteúdo sólido e vascularização central excessiva.

Pessoas que têm casos na família, sobretudo do carcinoma medular, que tem fortes traços genéticos familiares, precisam fazer avaliação preventiva. Caso se detecte o gene causador do câncer medular em alguém, pode-se tomar condutas para evitar que venha a ter a doença. Pessoas com nódulos na região da tireoide precisam consultar um médico endocrinologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. O especialista deve fazer exame clínico, que pode auxiliar no diagnóstico. Nódulo firme na tireoide, associado à rouquidão ou dificuldade de deglutição, pode direcionar a investigação. Nos demais casos, como o diagnóstico é precoce, o exame físico é pobre e o nódulo é indentificado por ultrassom em avaliação preventiva. A princípio, nódulos maiores do que 1 centímetro precisam de investição complementar com biópsia por agulha e exames de sangue. Com a biópsia se consegue descobrir o tipo e o grau de malignidade do tumor.

A melhor alternativa de tratamento é retirar a tireoide inteira com cirurgia. Realiza-se uma investigação complementar da extensão da doença em todo o corpo com a ingestão de iodo radiativo, que é captado pelas células da tireoide remanescentes. O seguimento é feito com exames periódicos de sangue e ultrassom da tireoide. Quem retira a glândula deve fazer reposição dos hormônios tireoidianos a vida toda.

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