ENTREVISTA

Rosiane Pinheiro se assusta com atitude de família de Ana Paula Minerato: ‘Um livramento’

Em entrevista à Contigo!, a ex-fazenda Rosiane Pinheiro revela susto com atitude de mãe e irmã de Ana Paula Minerato em meio a polêmica

Mariana Arrudas

por Mariana Arrudas

marrudas_colab@caras.com.br

Publicado em 29/11/2024, às 16h00

Rosiane Pinheiro - Foto: Reprodução/Instagram

Nesta sexta-feira, 29, a ex-participante de A Fazenda, da Record, Rosiane Pinheiro, revelou que foi bloqueada por Sylvia Minerato e Tati Minerato, mãe e irmã de Ana Paula Minerato, após se pronunciar sobre as falas racistas da modelo. Em entrevista à Contigo!, Rosiane comentou a atitude da família e recordou momentos em que foi vítima de racismo. 

"Tomei um susto [ao ver que tinha sido bloqueada], porque eu até então tinha gostado delas. Mas, agora com mais calma eu vejo como um livramento, não quero contato nem por telepatia, de gente soberba e hipócrita eu quero distância", afirma Rosiane Pinheiro.

Rosiane reforça a importância de denunciar atitudes racistas, como a de Ana Paula Minerato, e explica que não poderia deixar passar, já que sofreu diversas vezes por racismo ao longo de sua vida. "Eu também já passei por situações extremamentes racistas e eu sei o quanto dói, o quanto somos desacreditadas pela nossa cor. Essa é uma dor que eu já passei e passo! Eu não podia ficar calada."

No início da semana, a apresentadora teve áudios vazados em que fazia ofensas de cunho racista para a cantora Ananda, parte do grupo Melanina Carioca. Após a exposição do crime, Ana Paula foi demitida da emissora Band e usou as redes para se desculpar. Procuradas pela Contigo!, Sylvia e Tati não retornaram até a conclusão deste texto.

ROSIANE PINHEIRO CONTA COMO CONHECEU MÃE E IRMÃ DE ANA PAULA MINERATO

A dançarina diz que estava fazendo uma viagem de navio quando encontrou Sylvia e Tati. "Fomos no mesmo grupo e eu fui extremamente dócil e atenciosa com ambas, elas tentaram disfarçar mas era nítido no olhar delas o 'desdém' quando eu me comunicava na mesa", recorda.

A dançarina diz que preferiu fingir que não percebia e continuou as tratando bem, e que a boa relação durou até depois do evento. Porém, tudo mudou nesta quinta-feira, 28, quando ela percebeu que havia sido bloqueada na web por elas após se pronunciar em relação ao caso de Ana Paula.

"Ontem quando eu me pronunciei em relação ao caso da Ana Paula, as duas me bloquearam de forma repentina. Fiquei decepcionada, porque com isso fica a minha dúvida e o pensamento de que os olhares de nojo aparentemente tinham um motivo explícito. Só eu não percebi, fui inocente e elas foram falsas."

Rosiane também afirma que sofreu com atitudes racistas e abusos desde sua infância, quando ainda morava na Bahia. Abaixo, a também atriz e repórter faz um relato sobre as vezes que sofreu com o crime. Confira na íntegra.

"Fui abusada com 6 anos. Minha mãe vendia doces, cigarro e, um certo dia, eu fui no mercado e um cliente da minha mãe me arrastou pra um beco que tinha lá. Eu gritei minha tia e ela veio, mas não conseguiu tirar ele sozinha, e aí ela chamou a população para ir atrás dele e quando eu criei coragem para contar a família sabe oque eu ouvi? 'É porque seu corpo e sua chama atenção'. 

Após ser abusada com na Bahia, minha mãe me mandou para morar com meu pai no Rio de Janeiro. Ele morava com uma mulher que tinha dois filhos e lá, novamente, os filhos da minha madrasta me amarravam e me molestavam. Minha madrasta me deixava responsável por todos os afazeres da casa, como cozinhar, limpar, fazer compras e, quando algo não estava como ela queria, ela me espancava. Ela me tratava como uma escrava.

Teve uma vez que ela mandou eu lavar o banheiro e não lavei e ela esquentou a colher no fogo e queimou minha língua, em seguida me chutou e disse que da próxima vez que eu desobedecesse seria pior. Chego a me emocionar falar sobre porque parece que a dor volta. Meu pai nunca me defendeu porque era alcoólatra, e vivia caído bebado pelos bares. Eu gritava e ninguém me ajudava.

Outro episódio foi no auge da minha carreira como dançarina de axé. A empresa que cuidava da minha carreira era a mesma que cuidava das meninas do Tchan, e certo dia fui em uma reunião e ao ir ao banheiro na volta escutei: 'da qualquer 50 reais para ela, ela é preta, favelada não sabe nem o que é dinheiro qualquer coisa ela vai ficar feliz'.

Inclusive, me afastei da mídia por um tempo porque passei por um relacionamento abusivo no qual entrei em depressão. Eu era extremamente abusada sexualmente, mentalmente, [passei por] cárcere privado, dentre outras coisas. Quando eu fui dar queixa eu ouvi: 'Tenha calma, você vai ter que esperar. Você aqui é só mais uma... olha para trás e veja quantas igual você tem aí'.

O racismo mata, racismo não é um erro!".

Leia na íntegra na Contigo!

Mariana Arrudas

Mariana Arrudas é repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), já integrou a equipe de entretenimento da Folha de São Paulo. Apaixonada por música, filmes, viagens e cultura pop, escreve sobre o universo das celebridades. Instagram @marixf

Ana Paula Minerato

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