Papa Bento XVI foi o primeiro papa a renunciar em 600 anos
Uma das personalidades de maior destaque mundial nos últimos 10 anos, o ex-pontífice alemão Bento XVI (1927 - 2022) faleceu neste sábado, 31, poucos dias após ter uma piora em seu estado de saúde. Ele ficou conhecido por ser o primeiro papa a renunciar em 600 anos.
"É com pesar que informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível", avisaram a partida dele nesta manhã.
Morre #BentoXVI
— Vatican News (@vaticannews_pt) December 31, 2022
Comunicado da @HolySeePress
“Com pesar informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9,34, no Mosteiro Mater
Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”
Mas afinal, por qual motivo o ex-pontífice abdicou do mais alto cargo religioso da Igreja Católica? A decisão de Joseph Ratzinger, que chocou a todos em 2013, sempre foi um verdadeiro mistério, principalmente por ele ter dado uma explicação pouco convincente para algumas pessoas.
Através de um comunicado em latim, ele afirmou que estava sem "ânimo" para governar. Aos 85 anos, ele declarou que lhe faltavam forças na mente e no corpo para seguir com o cargo.
“No mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, seja do corpo, seja do ânimo, vigor que, nos últimos meses, em mim diminuiu, de modo tal a ter que reconhecer minha incapacidade de administrar bem o ministério a mim confiado", disse ele.
Em 2016, Ratzinger voltou a falar sobre o assunto em um trecho de sua biografia. Segundo ele, a renúncia realmente foi motivada por sua saúde debilitada e não por conta dos escândalos que estavam em volta da Igreja Católica na época. Por exemplo, Bento enfrentava críticas como o Vaticano conduziu polêmicas sobre corrupção, desvios de dinheiro, e condutas sexuais dos integrantes da comunidade religiosa.
Ainda se tratando de polêmicas, no início do ano Bento acabou voltando a ser destaque na mídia, mas desta vez por detalhes do passado. Em um relatório divulgado à imprensa, foi apontado que enquanto era arcebispo de Munique, na Alemanha, ele teria protegido abusadores da Igreja.
Reconhecendo seu erro, no início de 2022 ele lamentou não ter agido com mais firmeza. “Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Ainda maior é minha dor pelos abusos e erros que ocorreram nesses diferentes lugares durante o meu mandato”, disse Bento, afirmando em seguida que Deus iria julgá-lo ao final de sua vida.
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