SINCERO

Luís Miranda detona plásticas em atores: 'Não estão mais envelhecendo'

O ator Luís Miranda fala sobre a importância do espaço para idosos no mercado audiovisual e excesso de plásticas em atores para driblar envelhecimento

Lívia Carvalho Publicado em 29/11/2024, às 21h43

Luís Miranda questiona excesso de cirurgias plásticas em atores - Foto: Reprodução/Instagram

O ator Luís Miranda é o integrante mais novo do time de protagonistas da adaptação cinematográfica de Loloucas, peça de Heloísa Perissé e Maria Clara Gueiros, sobre maturidade com humor. O artista de 44 anos contracena com os atores Ary Fontoura, 91, Dhu Moraes, 71, Jonas Bloch, 85, Patricya Travassos, 69, e Stella Miranda, 74. Durante a divulgação da obra, ele comentou sobre a mudança da concepção de envelhecimento e a dificuldade da aceitação da passagem de tempo para alguns artistas.

"A gente está envelhecendo e isso é a coisa mais bonita da vida. Ao mesmo tempo, a gente tem que entender como isso ainda é muito produtivo e muito incrível. Um homem de 80, 90 anos hoje, continua trabalhando, fazendo coisas. Se a mente estiver boa, ainda vai fazer até muitos anos, a gente tem atores e artistas hoje que vivem muito", disse em entrevista à Quem.

"Acho que é como é esse olhar que abre para envelhecer, para cuidar da mãe, dos amigos, da avó, da tia. Acho que o filme também tem essa beleza, como é que você abre o seu olhar delicado para receber a idade", completou.

Envelhecimento das mulheres no audiovisual

Miranda ainda levantou uma observação sobre o mercado audiovisual para as mulheres: "Ainda tem um negócio que é mais delicado, as nossas atrizes não estão mais envelhecendo, porque todo dia elas se rejuvenescem com plásticas, aplicação. Hoje, uma atriz que envelhece tem muita procura no mercado. Quem vai fazer as avós, quem vai fazer as mães?", afirmou.

E seguiu: "As pessoas estão todas se rejuvenescendo com plásticas, quando na verdade, o mercado tem uma carência das pessoas mais maduras para a gente poder contar outras histórias. É muito bacana a gente começar também a ver essas narrativas a partir desse olhar", refletiu.

O longa 

Luís destacou um detalhe curioso na produção dirigida por Mauro Farias, em que um grupo que se conhece há mais de 50 anos viaja numa Kombi de São Paulo ao litoral fluminense, em Paraty. O artista reforçou, ainda, a animação em dividir a trama com quem aprende com a experiência e a expectativa para o impacto do longa.

"Me impacta muito a ideia de ter uma troca com gente com tanta trajetória, tanta história de vida e de profissão. Sou um moleque perto deles, não no sentido da idade, mas na experiência, na troca. Isso impacta diretamente, é a ideia de ver os legados perpetuados. Acho que é um filme que vai interessar muito. Não é à toa que Hollywood já faz isso, os aposentados malucos, Vovózona, e a gente quer falar sobre isso", explicou.

"Espero que o filme seja muito bem visto e que as pessoas tenham essa delicadeza para quando você olhar uma senhora na rua, você dizer: 'Nossa, muito obrigado, viu? Que honra poder abrir a porta para a senhora'. A gente poder reverenciar respeitosamente", concluiu.

A produção ainda não possui data de estreia. 

Luís Miranda

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