VETERANO

Leopoldo Pacheco consagra origem teatral em peça que discute o profundo

Em entrevista à CARAS Brasil, o ator Leopoldo Pacheco fala do espetáculo Sangue, em cartaz em São Paulo, e comemora o retorno do público ao teatro

Arthur Pazin e Thaíse Ramos
Leopoldo Pacheco está no teatro com o espetáculo 'Sangue' - Reprodução/Instagram

O ator Leopoldo Pacheco (63) está em cartaz com o espetáculo Sangue, até o dia 15 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. A obra, com direção de Kiko Marques, propõe uma discussão sobre poder, dominação e violência de gênero. Em entrevista à CARAS Brasil, o artista fala da produção, que também tem no elenco Carol Gonzalez, Marat Descartes e Rogério Brito, e comemora o retorno do público ao teatro. “Livrar o peso da vida”, destaca.

Leopoldo revela o motivo que o fez aceitar o convite para integrar o elenco da peça. “Sou muito cuidadoso com as minhas escolhas em teatro, sempre fui. Primeiro, quem me chamou foi o Kiko Marques. Ele é um cara que tem um trabalho de uma relevância incrível com a companhia dele, com a velha companhia, os espetáculos que ele escreve, que ele dirige, que ele atua com a companhia dele, então sempre tive muita curiosidade de trabalhar com o Kiko. E quando ele me chamou, inicialmente, o fato de ser o Kiko já foi para mim um aval de vamos lá”, conta.

O ator confessa que quando leu o texto, achou mais interessante ainda: “Porque é um texto que fala sobre o nosso trabalho. É incrível! E ele está falando de uma maneira ampla, sobre questões profundas, que dizem respeito a todos, não só para quem faz teatro. Ele também fala um pouco sobre colonialismo, sobre a questão de igualdade social, a questão da violência contra a mulher. São temas que não são abordados com esse título da peça, mas as coisas que acontecem que levam a pensar a respeito disso. Isso é muito lindo em teatro, né? Você consegue metaforizar assuntos muito sérios”.

“Acho lindo isso, quando você vai ver um espetáculo de dança, você pergunta: por que me mobiliza tanto? Não tem texto, não tem nada, e aquilo vem pela pele. Você assiste um espetáculo de dança, e aquilo te mobiliza. Eu acho que os canais de percepção de cada um vão por muitos lugares”, continua.

Leopoldo tem 40 anos de carreira no teatro e nunca ficou longe dele, mesmo atuando na TV. Na telinha, o artista tem uma trajetória de cerca de 20 anos. "Isso foi uma combinação que fiz comigo mesmo, quando fui para a televisão. Eu falei: Vou pra televisão desde que eu não tire o pé do teatro. E isso deu muito certo. Eu consegui de alguma maneira (...) Não sou só ator, sou diretor, cenógrafo, figurinista, caracterizador. Fazia artes plásticas antes de fazer teatro. Então, todo o meu prazer estético veio para o teatro com força”, afirma. “Aprendi dessa maneira. Éramos 20 estudantes que subiam, montavam luz, que faziam a foto, que iam divulgar no jornal, que costuravam os figurinos, que faziam trilha, nós nos produzimos durante muito tempo”, completa.

O ator ainda comenta a volta do público ao teatro, que está novamente lotado. “Sinto que as pessoas estão querendo muito ir ao teatro, então eu tenho ido ver e, geralmente, felizmente, tudo o que tenho ido ver, sinto que as pessoas estão felizes no teatro. Acho que o teatro não é só necessário para quem faz; as pessoas também estão sentindo essa necessidade de poder livrar o peso da vida, que está pesada, está pesado viver. Acho que o teatro ajuda a gente a passar por isso”, frisa.

TELEVISÃO

Questionado se volta para a TV, Leopoldo salienta: “Preciso trabalhar. Então, eu tento, no máximo possível, juntar as coisas. Fui contratado durante 20 anos na Rede Globo, foi um período muito feliz, me sinto realizado e respeitado com o meu trabalho, mas agora preciso correr atrás”.

O artista retorna a falar do teatro e do quanto ele “dá frio na barriga”. “E é tão gostoso viajar fazendo espetáculo, é uma experiência tão incrível! Você chega nas cidades, que são completamente diferentes, o público completamente diferente, e a conectividade com o teatro sempre é maravilhosa”, reflete.

Após São Paulo, o espetáculo seguirá para o Rio de Janeiro, em outubro. “Vai percorrer todos os Bancos do Brasil. A gente fica aqui até o dia 15 (de setembro). Depois, dia 11 de outubro, estreia no Rio. Na primeira semana de dezembro, em Belo Horizonte. E em março, provavelmente, no Brasil”, informa.

SINOPSE DE 'SANGUE'

Carin e Cesar Santo estão ensaiando Sangue, peça de Aponti, genial autor francês já falecido, quando Victor, irmão de Aponti, revoga a permissão para realizar o projeto, sem qualquer explicação e em caráter irrevogável. Em paralelo, no interior da França, vemos Leon, diretor francês apaixonado pelo Brasil e ex-namorado de Carin, convencendo seu amigo Victor a bloquear os direitos da montagem brasileira. Ele alega que Carin plagiou seu projeto e sugere que o amigo assuma a direção dessa montagem. Leon viajaria com ele, trabalhando como cenógrafo e intérprete idiomático. Victor então condiciona a liberação do texto à participação dos dois no projeto.

SERVIÇO:

Espetáculo Sangue

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Temporada: de 8 de agosto a 15 de setembro

Quintas e sextas, 19h00 | Sábados e domingos, 17h00

Ingressos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia-entrada)

Duração: 100 minutos

Classificação: 14 anos

Arthur Pazin e Thaíse Ramos

ARTHUR PAZIN é editor de pautas especiais do Grupo Perfil. Formado em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Jornalismo pela União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago), já atuou como repórter no impresso, on-line, rádio e TV. Na área de entretenimento, integrou as equipes do Observatório da TV e do Notícias da TV. Apaixonado por novelas e televisão, escreve também sobre o universo das celebridades. Instagram @arthurpazin

Teatro espetáculo leopoldo pacheco sangue

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