Andressa Urach desabafa: "Estou sendo punida por minha estúpida vaidade"

Em entrevista exclusiva ao Daily Mail, Andressa Urach falou longamente sobre o drama que viveu e disse ainda estar vivendo um "pesadelo horrível"

CARAS Digital Publicado em 12/01/2015, às 14h27 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Andressa Urach - Ag. News

Em entrevista exclusiva ao jornal britânico Daily Mail, Andressa Urach falou longamente sobre o problema de saúde que a levou a ficar internada por mais de 20 dias - grande parte deles na UTI - em um hospital de Porto Alegre.

Durante o bate-papo, a modelo e apresentadora disse estar "sendo punida por sua estúpida vaidade". Andressa, que segundo o jornal chorou muito durante a entrevista, contou que recebeu uma segunda chance de Deus para consertar os erros do passado.

"Estamos nesse mundo para salvar nossas almas"

"Eu nunca vou esquecer. Estive cara a cara com a morte, percebi que nada mais importava. Tudo o que eu tinha lutado para conseguir: beleza, bolsas, roupas, carro - tudo isso tinha ficado para trás. Foi o momento em que eu percebi que eu não era nada, que estamos apenas aqui neste mundo para salvar nossas almas", comentou.

"Eu daria tudo para voltar no tempo e fazer as coisas de forma diferente. Ninguém sabe o que eu estou passando, estou em constante agonia. Eu ainda estou no meio de um pesadelo horrível. Tudo isso que eu estou passando é uma punição pela minha estúpida vaidade", completou, contando ainda que sente vergonha das cicatrizes nas pernas.

"Ia ao médico como quem vai ao supermercado"

"Tenho vergonha dos buracos nas pernas, as cicatrizes estarão lá para o resto da minha vida. Mas elas também são um troféu que eu tenho por estar viva. Agora, graças a Deus, eu sou capaz de dizer a outras mulheres que a vaidade não é tudo. Se tudo isso serve de exemplo para alertar outras pessoas sobre os perigos destas coisas, para salvar outras mulheres de uma morte prematura, então essa foi a razão pela qual eu tinha que passar por isso", explicou.

Andressa contou ainda que sente dor constante nas pernas. "Eu estou pagando agora pela minha vaidade. Era extremamente vaidosa. Tudo em busca da perfeição. Mas em vez de fazer o meu corpo mais bonito, eu acabei danificando-o e tornando-o feio. Nunca pensei duas vezes antes de fazer cirurgias, e quando as pessoas me alertavam para os perigos, eu apenas pensava: 'vou lidar com isso se acontecer'. Eu ia ao médico como quem ia ao supermercado, dizendo eu quero isso, aquilo. A cirurgia plástica tornou-se um vício para mim. Mesmo quando o hidrogel começou a me causar problemas e eu comecei a removê-lo, estava na mesa de cirurgia planejando o próximo procedimento que eu queria", revelou.

Planos para retirar dedos do pé e costelas

A modelo e apresentadora contou ainda quais eram seus próximos planos no campo da cirurgia estética antes de ficar doente. "Eu estava realmente planejando ter uma das minhas costelas removidas para ficar mais magra, e tirar um dos dedos do meu pé para que ele ficasse mais fino. Você pode acreditar nisso? Eu estava fora de controle. É por isso que eu acho que o que me aconteceu foi Deus me dizendo: 'espere, você precisa parar'. A dor é indescritível. É como a minha pele e músculos fossem rasgados em pedaços. É uma dor terrível que vai diretamente para os meus ossos. Ninguém deveria ter que passar por isso", comentou.

Ao Daily Mail, Andressa contou ainda que sua obsessão pela beleza começou ainda na infância. "Eu sempre me considerei feia. Eu era realmente magra para uma adolescente, e sofria bullying na escola por ser tão magra. Não era alta o suficente para ser uma modelo de passarela ou comercial, mas queria ser famosa.  Era uma época em que todas as mulheres bonitas na TV tinham curvas, bumbuns grandes, coxas grossas. Foi a sociedade que me disse como eu deveria ser se eu quisesse ser bem sucedida", alegou.

"Comecei a tomar esteróides mas não deu certo, então passei para as cirurgias", explicou. Segundo o Daily Mail, ao longo dos anos, Andressa passou por dez cirurgias plásticas, para procedimentos diversos, como correção do nariz, bioplastia facial, duas lipoaspirações, duas correções nos seios, diminuição dos lábios vaginais e duas outras cirurgias para injetar hidrogel e PMMA nas coxas.

"O médico nunca me aconselhou a não fazer"

"Eu coloquei 250 ml em cada coxa, mas eu achei que elas não estavam grandes o suficientes e voltei para mais 250 ml. Eu só descobri mais tarde que você não deveria ter mais de 50 ml. Fiz em uma clínica no Rio de Janeiro e o médico nunca me aconselhou a não fazer. Para ser honesta, eu não sei sequer se a clínica era legal, eu nunca perguntei. Eu só queria a cirurgia e não estava pensando nas consequências", comentou.

Foi no final de 2013 que Andressa começou a sentir fortes dores nas pernas.  "O  hidrogel não tinha sido absorvido pelo meu corpo e, em vez disso, tinha começado a escorrer para os  meus joelhos, onde uma grande bola começou a se formar. Eu fui a dois médicos, mas eles se recusaram a me tocar, porque não querem ter que corrigir os erros de outro cirurgião. No final, um médico amigo da família concordou em ajudar e eu comecei os procedimentos para remover o hidrogel", explicou.

"Eu comecei a usar saias longas para esconder o que estava acontecendo. Eu não queria que ninguém visse como minhas pernas ficaram feias, mas imaginei que logo tudo ia voltar ao normal, achei que a remoção fosse simples e, na maioria dos dias, estava ocupada planejando coisas ainda mais drásticas no meu corpo", pontuou.

Encontro com Deus fora do corpo

Andressa também relembro o dia em que foi internada. "Em três horas, eu estava implorando para a minha mãe para chamar uma ambulância. A dor era absolutamente insuportável. Comecei a vomitar violentamente e minha pressão caiu. A dor era tanta que eu estava delirando. A última coisa que me lembro foi de ter me sentido mal por ver que dois idosos estavam sentados em cadeiras perto de mim porque eu tinha ocupado o último leito da enfermaria. Minha mãe então me disse que eu precisava mais do que eles. Aí, eu apaguei e fiquei em coma pelos próximos três dias", relembrou.

Foi durante esse perído que Andressa disse ter vivido uma experiência extra-corpórea e um encontor com Deus. "Lembro-me claramente. Eu estava em um lugar plano, vazio, muito tranquilo, estava sozinha. Eu senti que eu tinha morrido, eu sabia disso. Eu senti a presença de Deus acima de mim. Sabia que eu estava no dia do julgamento, mas não era Deus que estava me julgando, era eu mesma que me julgava. Me senti tão envergonhada de tudo o que eu tinha feito, da maneira como eu vivi a minha vida, as coisas que eu tinha dito e as pessoas que eu tinha machucado. Eu não me sentia bem o suficiente para ir para o céu e eu abaixei a cabeça, sentindo tanta vergonha dentro de mim", comentou.

"Vi os espíritos da morte me circulando"

"Eu chamei Deus, pedindo-lhe para me dar uma segunda chance. Eu pedi perdão e pedi que ele me enviasse de volta à vida, para o bem do meu filho. Foi quando eu acordei, já na cama do hospital de novo. Mas não era o fim. Naquela noite, eu vi algo horrível, os espíritos da morte me circulando. Eles eram como nuvens negras, mas sob a forma de espíritos, e ouvi gritos. Um deles era mais preto do que os outros e eu sabia que era a morte que vinha para a minha alma. Lembro-me de entrar em pânico e gritar para minha mãe, pedindo-lhe para me ajudar, porque eu ia morrer", contou.

D. Marisete, mãe de Andressa, então pediu a um pastor de sua igreja que orasse pela filha. "Foi o dia que Deus me deu uma nova chance na vida. Foi em 3 dezembro, e agora todos os anos vamos comemorar meus dois aniversários, 11 de outubro, quando eu nasci, e agora 3 de dezembro, quando eu nasci de novo", festeja.

"Segundo milagre"

Apesar da melhora, os médicos não esperavam que Andressa deixasse o hospital até o final de fevereiro. "Foi quando meu segundo milagre aconteceu. Um dia, a minha mãe tinha ido à igreja e eu estava sozinha. Lembrei-me de algo que o pastor havia me dito, que eu poderia reivindicar a minha cura se eu realmente acreditasse. Então eu orei a Deus e afirmei que gostaria de estar melhor em sete dias. Eu comecei a ficar melhor, surpreendendo a todos os médicos. E então, exatamente sete dias depois, recebi alta do hospital e voltei para casa", explicou a modelo, que disse ter ficado deprimida no início de sua recuperação.

Recuperação e depressão

"Eu não estou vendo as redes socias, porque me deixa deprimida ver os meus amigos vivendo suas vidas. Fiquei deprimida no início, por ter que ficar dentro de casa por tanto tempo, e eu tive que tomar remédio para me acalmar. Mas agora eu só estou concentrada na minha recuperação, sabendo que tenho que ser paciente e viver um dia de cada vez", comentou, acrescentando que uma das primeira coisas que fez ao deixar o hospital foi pedir perdão para as pessoas que tinha machucado.

"Eu era vaidosa e arrogante. Gostava de falar sem pensar, e às vezes eu acabava machucando as pessoas. Percebo que preciso me tornar uma pessoa melhor e o primeiro passo foi esse", garantiu.

Em certo ponto da entrevista, o Daily Mail questiona se, com tantas mudanças, Andressa se arrepende de ter tido que passou a noite com Cristiano Ronaldo, o que, segundo a publicação, foi considerado por muitos como "um golpe de publicidade em sua busca desesperada pela fama".

"Se não fosse verdade, eu não mentiria para você agora. Foi o que aconteceu, sim. Mas eu não quero mais falar sobre isso. Estou mais preocupado com a minha própria vida, eu não quero incomodá-lo mais", comentou Andressa, cujo filho, Arthur, vestia uma camiseta do craque no momento da entrevista.

A modelo e apresentadora encerrou a longa entrevista fazendo um apelo às mulheres. "Por favor, isso é um veneno que você está colocando em seu corpo, é um risco para sua vida. Não vale a pena. Acreditem em mim, eu descobri da maneira mais difícil", finalizou.

 

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