Em entrevista à CARAS Brasil, Tirullipa relembra o quanto foi difícil desvencilhar sua carreira artística com a do pai, o também palhaço Tiririca
Tiririca (59) e Tirullipa (39) protagonizaram recentemente um dos momentos mais emocionantes entre pai e filho, justamente no mesmo picadeiro onde ambos iniciaram a carreira como palhaço, no Circo Abracadabra. Na última sexta-feira, 12, em São Paulo, eles se abraçaram, bastante emocionados, durante o espetáculo Abracadabra - um Circo Musical. O projeto, estrelado por Tirullipa, contou pela primeira vez com a presença do veterano na plateia. Em entrevista à CARAS Brasil, o herdeiro do deputado federal fala da relação dos dois e relembra como foi a batalha para desvencilhar sua carreira artística com a do pai. "Nada fácil", confessa.
Ao longo de toda a sua trajetória como palhaço e humorista, Tirulippa precisou encarar as comparações. E não foi nada fácil. “Foi muito difícil, porque o jeito de falar é igual, a voz é igual, o corpo é igual (...) Foi uma luta porque meu pai sempre foi meu super-herói. As crianças tinham o Batman, o Homem-Aranha, o Super-Homem, e eu tinha o Tiririca como o meu super-herói. Então, vivia e respirava Tiririca. Quando vi aquele palhaço, pensei: Quero ser igual esse cara”, conta.
“Depois, cresci e aí ficaram dois Tiriricas. A mídia disse que eu precisava ter a minha própria identidade, a cobrança foi muito grande: ‘Ah, o cara é bom, mas imita o pai, papagaio do Tiririca’ (...) Essas piadas começaram naquela época, e foi muito sofrido para mim. Mas entendi que ser parecido com meu pai, sim; carregar o legado dele, sim; mas ser a cópia dele, não. Eu tinha que ter a minha própria identidade, não daria para usar a mesma identidade para os dois. E aí, Deus foi me dando o caminho, meu pai me ajudou muito nesse processo e agora posso dizer que tenho minha própria identidade também”, completa.
Tirullipa tem um relacionamento mais próximo com o pai hoje; pois no passado, por ser artista de circo, Tiririca precisava passar longos períodos fora de casa. A distância e a saudade eram os protagonistas das histórias de ambos, mas a admiração do filho pelo pai era inabalável.
“A vida do meu pai sempre foi muito corrida e sofrida. Cada dia ele estava numa cidade diferente para ser artista circense. Quando ele voltou para a cidade que eu morava, foi a maior alegria de poder reencontrar ele da forma que eu vi, vestido de palhaço. Naquela época, a gente não tinha acesso a muitas fotos. Quando eu o vi de palhaço, me encantei e falei: É isso que quero ser pro resto da minha vida. Ele me apoiou muito; e foi quando ele abriu as portas do primeiro programa para mim, que foi o do Gugu (Liberato). Fizemos uma história linda. E aí já tem 16 anos que estou na luta; e graças a Deus, com a minha independência”, finaliza.