Geraldine Chaplin conhece Brasília: "Era um sonho"

Com o amado, Patricio Castilla, a herdeira de Charlie Chaplin se encanta pela capital federal

CARAS Publicado em 09/09/2014, às 14h26 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Pela primeira vez na capital federal, a atriz se deslumbra ao conhecer cenários só vistos antes em fotos - LINCOLN LFF

Herdeira do gênio do cinema mudo Charlie Chaplin (1889–1977), a atriz Geraldine Chaplin (70) nasceu em Santa Mônica, na Califórnia, mudou-se ainda criança com a família para a Suíça, mas já tinha uma forte ligação com o Brasil, mais especificamente com Brasília, nos anos 1960. Aos 17 anos, ela foi para Londres passar um ano como aupair, programa de intercâmbio no qual se trabalha em troca de hospedagem, na casa de uma família polonesa, cujo chefe adorava a capital do Brasil. “Não me lembro qual era a profissão dele, talvez fosse arquiteto. Mas era fascinado por Brasília. Tanto que faziam festa todos os anos, no dia 21 de abril, em celebração à inauguração da cidade”, contou ela, que finalmente realizou o desejo de conhecer a capital federal. Acompanhada pelo amado, o diretor de fotografia e cineasta chileno Patricio Castilla (72), ela foi a atração da terceira edição do Festival Internacional de Cinema de Brasília, o Biff, que reúne 35 produções cinematográficas de países da Europa, Ásia, América Latina e dos Estados Unidos. A estrela foi homenageada pelos 100 anos do personagem Carlitos e por sua própria carreira. Com 120 produções no currículo, começou aos 8 anos em Luzes da Ribalta, de 1952, e esteve em clássicos do cinema como Dr. Jivago, de 1965, A Época da Inocência, de 1993, e Chaplin, de 1992, no qual interpretou sua própria avó, Hannah Chaplin (1865–1928).  

“Conhecer Brasília era um sonho para mim, uma vontade muito grande e antiga. Sempre vi muitas fotografias dos monumentos da cidade que me deixavam fascinada e impressionada. E quando cheguei aqui não me decepcionei. Tudo é igualzinho às fotos”, festejou ela, encantada ao admirar os arcos do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Impressionada com o tamanho das carpas que nadam no lago do Palácio, ela brincou com o marido: “Sushi!” A atriz exaltou ainda importantes figuras que fazem parte da história de Brasília. “Oscar Niemeyer era um gênio, não há dúvida. Mas admiro muito Juscelino Kubitschek, um visionário, um ‘louco’ que realizou o que parecia impossível”, falou, citando o arquiteto e o presidente do País à época, principais responsáveis pela  construção da cidade.

O Santuário Dom Bosco, construído em homenagem ao padroeiro de Brasília, São João Belchior Bosco (1815–1887), realmente impressionou Geraldine e Patricio e deixará marcas na memória de ambos.Como não haviam ouvido falar sobre o local, ficaram abismados ao adentrar a igreja. O local é composto por arcos de 16 metros de altura e decorado com imensos vitrais em várias tonalidades de azul e rosa que imitam o céu da capital federal. Pontos mais claros sugerem estrelas, conforme a posição do sol. O lustre central contém 7400 copos de vidro italiano Murano, 180 lâmpadas e pesa 2660 kg. “Que lugar impressionante e mágico! E que luz maravilhosa nestes vitrais. E é interessante como parece uma mesquita. É realmente um lugar de contemplação. Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de visitar este santuário”, elogiou ela, que fez questão de eternizar o momento sendo fotografada no altar, onde há uma cruz de 8 metros de altura com a imagem Jesus Cristo, que mede 4,3 metros e foi esculpida em apenas um tronco de madeira.

Geraldine ainda visitou a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília, um dos principais cartões-postais da cidade. “Nas fotos, a Catedral parece muito maior. Mas é mais imponente ao vivo. Achei que a cúpula era toda de vidro, mas não é. É tudo muito lindo. E estes anjos? Que maravilha”, disse, referindo-se aos anjos suspensos do artista Alfredo Ceschiatti (1918– 1989). Quem a vê tão interessada em monumentos religiosos, não imagina que só descobriu Deus aos 8 anos. Charlie Chaplin era ateu e não conversava sobre religião em casa, mas enviou a filha para uma escola católica. “Achava linda a ideia de Deus e passei a acreditar Nele. Meu pai sempre dizia que gostaria de acreditar, mas que não podia”, pontuou. 

Esta foi a terceira passagem de Geraldine pelo País. A primeira foi na década de 1960. A segunda, em 2001, a convite da revista CARAS, na qual conheceu a Ilha de CARAS, em Angra dos Reis, a qual adorou. “Quando acabou o trabalho e a equipe foi embora, me convidaram para ficar mais dois dias naquele lugar maravilhoso. Eu e meu Papito passamos dois dias sozinhos no paraíso. Foi incrível”, relembrou ela, bastante carinhosa com o eleito, com quem vive entre a Espanha e a Suíça.

Há 36 anos, eles nutrem imensa admiração um pelo outro. Deste amor, nasceu a também atriz Oona Chaplin (28). “Foi olhar para ele e me apaixonei. Pensei comigo: “Este é para mim”, declarou-se ela, mãe ainda de Shane Saura Chaplin (40), doutor em Psicologia que trabalha na Universidade de Morgantown, nos EUA, da relação com o cineasta espanhol Carlos Saura (82).

Dona de carismático sorriso, Geraldine fez questão de atender aos fãs e falar do saudoso pai, saciando a curiosidade dos admiradores com ternas histórias. “Vivo à sombra do meu pai, uma sombra maravilhosa e cálida. Se não me perguntam sobre ele, fico inquieta, acho que a pessoa está mal da cabeça”, brincou ela, para quem não e fácil escolher a melhor lembrança da infância. “Lembro de várias noites sentados junto à lareira; eu ficava o observando, sentindo um amor enorme por aquele grande homem”. E como é ser filha de Charlie Chaplin? “É incrível ser filha do personagem mais amado do mundo!”

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