REPRESENTATIVIDADE

Renata Alves expõe drama e celebra sotaque nordestino: "Minhas raízes"

Em entrevista à Revista CARAS, Renata Alves abriu o coração sobre representatividade na televisão e preconceito contra nordestinos

por Surenã Dias

sdias_colab@caras.com.br

Publicado em 30/08/2023, às 15h36

Renata Alves revelou ter recebido conselho de Paulo Henrique Amorim no passado - FOTOS: DIEGO GONZAGA

Destaque nacional na telinha da Record TV há mais de 15 anos, a apresentadora Renata Alves (43) revelou que até hoje costuma ser alvo de comentários de ódio por conta de seu sotaque nordestino. Em entrevista à CARAS Brasil, a pernambucana contou como enfrenta a discriminação por sua origem. 

"Quer me deixar feliz? É quando leio nas mensagens: ‘você me representa!’. Quando volto para Aracaju muita gente me aborda para dizer: você é nosso orgulho em rede nacional. É você se ouvir, reconhecer expressões e comportamentos que mostram o quanto o Brasil é rico na identidade, o quanto somos diversos. Estou aqui para mostrar que é possível sonhar, trabalhar e alcançar!", declarou.

Apesar de ainda sofrer críticas, Renata conta que nunca teve vergonha de suas origens e sempre se sentiu muito bem valorizada dentro da Record. "O que nunca quis esconder se tornou a minha maior bandeira! Sou nordestina, sim, e tenho orgulho das minhas raízes. Nasci em família simples e tudo que conquistei foi por bênçãos de Deus e fruto do meu trabalho", disse. 

A apresentadora lembra que, logo que passou a trabalhar na Record, recebia muito apoio do jornalista Paulo Henrique Amorim, que morreu em 2019. Ela conta ele exaltava sua originalidade e a forma exibia sem medo suas raízes.

"Toda vez que encontrava o saudoso Paulo Henrique Amorim, nos corredores da emissora, ele falava: “Por favor, não perca o seu sotaque, a sua leveza e o seu jeito de sorrir. Essa é a sua identidade!”. Esse conselho levo comigo", afirmou. 

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Mesmo conseguindo conquistar uma posição de destaque na televisão, Renata aponta que muitos profissionais nordestinos ainda sofrem bastante para serem reconhecidos dentro do mercado e até mesmo tentam camuflar de onde vêm.

"Gostaria que o sotaque não fosse barreira, nem motivo de preconceito. Sou muito observadora e, até mesmo em telejornais do Nordeste, muitas vezes, repórteres e apresentadores tentam ‘camuflar’ o sotaque nordestino. Em muitas emissoras, existem fonoaudiólogos, justamente, para minimizar o sotaque, infelizmente. Dá para entender o quanto sou feliz e realizada em chegar a um lugar no qual meu jeito de falar foi valorizado?", disparou.

Surenã Dias é repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Formado em Jornalismo, possui passagem por diversos veículos de comunicação na web. Atualmente trabalha em projetos sobre o universo da TV, famosos, novelas, música e reality shows.

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