A novela Pega a Pega estreia em em edição especial na TV Globo na próxima segunda-feira, 19
O elenco de Pega Pega se reuniu na tarde desta terça-feira, 13, durante uma coletiva virtual para falar sobre a estreia em edição especial na próxima segunda-feira, 19, na faixa das 19h, na TV Globo. No bate-papo em que a CARAS Digital marcou presença, os atores relembraram as gravações do folhetim de Cláudia Souto, que tem como centro o romance de Luíza (Camila Queiroz) e Eric (Mateus Solano), e o grande roubo do luxuoso hotel de Pedrinho Guimarães (Marcos Caruso), o Carioca Palace.
Quem assistiu à novela em 2017 vai se lembrar do carismático quarteto de ladrões: Malagueta (Marcelo Serrado), Júlio (Thiago Martins), Sandra Helena (Nanda Costa) e Agnaldo (João Baldasserini). Eles roubaram 40 milhões de dólares do cofre do hotel e movimentaram a trama e conquistaram o público.
Para Mateus Solano (40), protagonista da trama ao lado de Camila Queiroz (28), o roubo do hotel era a essência da trama. "Tudo estava concentrado em contar a história do roubo, e acho que isso pegou muito o público, tanto que até o casal se metia na história do roubo que pegou legal e a trama foi bem construída entorno disso. O que vai acontecer, ele que eles vão ser pegos ou não? É justo ou não é", pontuou o ator.
Mas hoje em dia os quatro ladrões teriam essa mesma aceitação? Para João Baldasserini (37), o fato dos personagens pagarem pelo crime que cometeram fez com que o quarteto se tornassem queridos pelos telespectadores. "Teve um momento da novela que metade do elenco está na cadeia e eu achava o máximo, que incrível se fosse assim, se a gente visse isso. Mas a história dos ladrões tem um carisma muito grande porque os personagens tomam atitudes inconsequentes e equivocadas [...]. Cada ladrão tinha suas características tão bem colocadas que trouxe uma graça, uma espontaneidade, que o público se divertiu. Na época os ladrões eram queridos e eu acreditava que eles iam em algum momento pagar por aquilo e eles pagaram", afirmou.
Nanda Costa (34) também acredita que o carisma do quarteto caíra nas graças do público novamente. "Eu acredito muito no carisma dos ladrões e tinha uma leveza. Eles entraram em uma roubada porque eles não tinham a menor experiência com isso, não sabiam como fazer, e entraram na onda do Malagueta que era o mais estrategista, mais inteligente. Mas eu acho que tinha essa loucura, essa impulsividade, porque ele vai ali numa mesinha, no meio de uma praça na Tijuca e fala 'vamos roubar o hotel e vai ser assim, assim e assim' e todo mundo entra. Eles não pensaram nas consequências na hora, nem no caráter e na ética, foram impulsos e depois não puderam gastar o dinheiro. Fizeram uma coisa totalmente errada e vão pagar no decorrer da história, isso que é legal também", ressaltou.
Marcos Veras (41), que interpretou o policial Domênico e ajudava Antônia (Vanessa Giácomo) a resolver o crime, pontou a leveza do folhetim. "É claro que tem os mocinhos e os vilões que roubaram o hotel, mas todos os personagens têm suas vilanias também. O Domênico é um policial que está sempre no lado da lei, mas se tiver que pegar duro e fazer alguma coisa para conseguir o que ele quer, ele vai fazer. Então, até para mostrar uma certa honestidade, mostra-se uma vilania. Até os policias [da novela] caíram nas graças do público, e aquela brincadeira que a gente tinha na infância de polícia e ladrão ela é muito representada na novela, porque é uma novela de ação, que apesar de falar de assuntos de roubo, polícia, armas, cenas de perseguição e prisão, nada disso transforma a novela em cenas de violência. É uma condução que você vê arma, briga, tiro, perseguição e não vê violência, sangue, você consegue rir. Esse pega, pega de bandido e polícia funcionou bastante", avaliou o ator.
Além da leveza, o romance entre Eric e Luíza também foi destaque na trama. "O casal tinha uma relação que eu gosto muito que era a luz e a sombra. O personagem do Mateus, o Eric, tinha passado por muita coisa, tinha uma sombra em cima dele e a Luíza era como o sol dele, ela trazia uma leveza para a vida dele e isso justifica muito essa paixão deles. No momento em que ele estava vivendo uma relação tão difícil com a filha ela estava ali do lado dele apoiando e dando a mão, então é um casal moderno e, ao mesmo tempo, com bases muito clássicas e românticas", lembrou a atriz.
Eric (Mateus Solano) e Luíza (Camila Queiroz) - Foto: Adriana Garcia
Escrita por Cláudia Souto e com direção artística de Luiz Henrique Rios, Pega Pega foi ao ar pela primeira em 2017. Contentes com a volta do folhetim, os dois avaliaram a mensagem que a novela traz para o público e ressaltaram que mesmo após quatro anos a trama é bem atual.
"É uma novela que fala muito sobre a escolha ética de cada um. A ética é uma situação particular, todos nós escolhemos todos os dias o que é bom, o que é ruim, o certo ou errado. Essa novela é eterna, esse assunto não tem superação, é para sempre, veio antes e vai para sempre e sim ele está de novo profundamente colocado para todo mundo nesse país. Que escolha a gente faz, como a gente escolhe, o que resulta cada escolha que a gente faz porque fazemos muitas vezes escolhas muito egoístas e se damos muito mal [...]. O certo e o errado vai ser para sempre e a Cláudia foi de uma felicidade de colocar um assunto tão presenta na história do Brasil e na nossa cultura do ponto de vista particular de cada indivíduo, que fez com que essa história ganhasse esse lugar com esses ladrões maravilhosos, personagens lindos, e todos eles têm falhas absurdas e isso faz com que humanize de tão maneira que você ama os personagens, por isso essa novela é tão atual", disse Luiz Henrique.
Cláudia ressaltou que a novela mostra assuntos importantes com leveza, e é bom "cutucar" o público para uma reflexão. "Foi um encontro muito feliz. A novela trata de coisas ética, preconceito e várias questões que conseguimos tratar com leveza para o horário. Com esse amor que a gente se envolveu durante a novela e nos bastidores que passavam além da tela, eu acho que a gente conseguiu tocar as pessoas com leveza para refletir sobre coisas importantes que agora eu acho ainda mais importante. É muito louco isso, em quatro anos como o país mudou e como tá mais preconceituoso, mais antiético e como essas questões hoje são mais fortes e tristes do que na época, e a gente nem sabia que poderia piorar o que é a grande tristeza. E, ao mesmo tempo, é bom podermos cutucar o público com essas questões e vamos falar de ética de novo, de diversidade sexual, de racismo, com leveza, para as pessoas se divertirem, mas vamos colocar essa pulguinha atrás da orelha de novo", acrescentou Cláudia.
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