Betty Gofman revela “Hoje, acho que é maravilhoso ser mãe nessa idade”

A conversa com Betty Gofman (47) é olho no olho. Muito sincera, a atriz assume ter se tornado mais discreta por causa da exposição natural da profissão, mas nem por isso deixa de se mostrar divertida, humana e muito doce na intimidade. “Gosto das coisas simples. Às vezes, esqueço até que sou conhecida”, afirma, rindo. Na Ilha de CARAS, Betty, que está comemorando 30 anos de profissão, falou sobre seu cotidiano fora dos bastidores da novela Em Família. “Adoro caminhar descalça, cuidar dos bebês, dos bichos e jantar com o Hugo”, diz a intérprete da severa Miss Lauren, citando as filhas gêmeas, Alice e Helena (3), o marido, o filósofo Hugo Barreto (57), secretário geral da Fundação Roberto Marinho, e seus cachorros.

– Sente-se desafiada em interpretar sua primeira vilã?

– Claro. Fazer um trabalho com os pés nas costas não existe. Estou sempre insegura. Fico achando que dessa vez não vou dar conta. Acho que isso move um ator. É lógico que tenho uma experiência grande, não vou ser hipócrita, mas cada trabalho é um desafio novo, essa é a graça da minha profissão.

– E o assédio nas ruas? Tem gente brigando com você?

– As pessoas me param e falam que a mãe está com raiva de mim... E tem velhinhos que me olham e riem. Um ótimo retorno para o meu trabalho.

– Consegue se desligar da personagem após a gravação?

– Sim! Chego em casa e tenho dois bebês para cuidar...

– Você tem uma ligação forte com a sua mãe, isso torna doloroso fazer determinadas cenas?

– É complicado. Quando contei que faria este papel, ela me falou: Ai, minha filha! (risos) Mas está orgulhosa. Sou exatamente o contrário da Miss Lauren. Ajudo pessoas e bichos. Não sou muito focada no meu umbigo. Tenho essa fama entre os amigos, estou sempre cuidando de alguém. Isso me faz bem.

– E ainda tem tempo para cuidar de cães abandonados?
– Sempre. Recolho, cuido e depois arrumo quem queira adotar. Eu já tenho 10. As crianças também já têm essa consciência de que não se pode maltratar os bichinhos. Não matam nenhuma formiguinha lá em casa.

– As gêmeas já têm a percepção de que a mãe é famosa?

– Acredito que sim. Gosto de levá-las ao teatro e brincar de interpretar personagens. Cada uma reage de forma diferente. Alice é expansiva, como eu. E a Helena se parece mais com o pai.

– Por que demorou a ter filhos? Foi por causa da carreira?

– A princípio, foi. Mas também tinha medo. Quando me estabilizei financeiramente, comecei a querer engravidar, e não conseguia. Hoje acho que é maravilhoso ser mãe nessa idade. Estou feliz. Tive a sorte de ter duas meninas, era meu grande sonho.