MUDANÇA

André Rayol largou carreira de campeão na natação para atuar: 'Fiquei perdido'

Em entrevista à CARAS Brasil, André Rayol revelou razões que o levaram do esporte às artes e comentou sobre seu papel em A Rainha da Pérsia

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin
André Rayol caracterizado como Arauto de A Rainha da Pérsia, seu trabalho mais recente na TV - Divulgação

Com passagens em novelas de sucesso como Órfãos da Terra, Verão 90, Ti Ti Ti, Amor e Intrigas e Chamas da Vida, André Rayol acumula uma vasta experiência na TV e acrescenta ao currículo seu último trabalho como Arauto, porta-voz do Rei Xerxes (Carlo Porto) em A Rainha da Pérsia, séria bíblica da Record. Em entrevista à CARAS Brasil, o ator relembrou o início de sua jornada artística e comentou sobre momentos marcantes de seu personagem mais recente na TV.

Antes de descobrir o amor pelas artes, André dedicou anos de sua vida à natação. O ator foi campeão brasileiro e sul-americano de natação, além de conquistar o pódio do Multinations, campeonato com seleções de vários países e continentes. O ator revela que começou a praticar o esporte aos sete anos e permaneceu nele até a casa dos vinte, quando já estava na faculdade.

Na rotina árdua de treinamentos, André tinha pouco tempo para o lazer e mantinha contato quase zero com a arte, o que fez sua transição ser, como ele define, "uma mudança completa de mundos". "A dedicação ao esporte era total, na verdade, diária o tempo todo. Treinava duas vezes por dia, todos os dias, inclusive aos sábados. Não tinha tempo para mais nada. Às vezes, chegava em casa, via um pouquinho do que estava passando na televisão, mas tão cansado, tão cansado, que a única coisa que queria fazer era comer e dormir", relembra.

Nessa realidade, ser ator não passava pela cabeça do intérprete. Na verdade, ele cursava Economia quando decidiu trancar a faculdade e abandonar o esporte. "Fiquei meio perdido, sem saber para onde ir. A minha avó, que já não está mais entre a gente, me pediu para conversar com um grande amigo dela. Ela disse: 'Filho, conversa com o Luiz. Ele tem uma cabeça muito boa, uma cabeça aberta, vai que ele te aconselha de alguma coisa'. E eu conversei", conta.

Luiz, que também se tornou um grande amigo de André, o aconselhou a tentar um curso de teatro: "Eu não sei por que ele falou sobre isso comigo, talvez no meio da nossa conversa ele tenha percebido alguma coisa em mim, mas dois dias depois eu fui à faculdade, na Cal (Casa das Artes de Laranjeiras), e de lá nunca mais saí", revela.

Desde então, o artista soma passagens em produções teatrais, televisivas e cinematográficas. Mesmo sem ter familiaridade com as artes, ele adquiriu experiência ao longo da jornada e ressalta a importância da faculdade nesse processo: "O que me ajudou muito, obviamente, foi quando entrei na faculdade de artes cênicas e aí tive muitas mãos estendidas para mim. Me ensinando, me guiando por caminhos. Sou grato eternamente, nunca vou esquecer".

A carreira na natação também soma em sua trajetória profissional ao lhe mostrar a importância da dedicação, entrega, concentração, honra e vontade de querer fazer cada vez melhor. "São ensinamentos que eu trago até hoje e vou levar para sempre na minha vida", afirma.

O Arauto em A Rainha da Pérsia

André explica que, para dar vida ao Arauto, se dedicou a entender o período histórico e o contexto em que o personagem estava inserido: "Eu sempre penso, enquanto artista, que a gente precisa entender o contexto de onde você está, do que você está vivendo, do universo construído, em que período está, que contexto social ele se encontra, emocional, de onde ele vem, isso tudo é o que forra o artista para que ele comece a interpretar".

Especificamente para interpretar o personagem que passava as mensagens do Rei para o povo, o ator revela que tomou um cuidado extra no entendimento do texto e do que ele significava, para de fato compreender o que estava sendo difundido por meio da sua voz. "O Arauto dava as notícias boas e as notícias ruins para o povo. Então, se eu não entendesse tudo o que estava acontecendo por trás disso, na hora em que eu fosse falar para o povo, não seria da melhor forma para o povo ter esse entendimento. O porta-voz precisa passar esse entendimento para as pessoas que estão ouvindo ali, porque ele é a voz do rei perante o povo", conta.

Dentre as cenas do Arauto na série, André destaca uma em especial: "A cena mais marcante para mim, sem dúvidas, foi o momento em que era pedido para os judeus serem mortos. Foi a hora de representar o que aquele personagem estava pedindo naquele contexto, e de conseguir separar o André do Arauto", revela. O cenário de guerra e injustiça, que o intérprete relaciona muito com vários dramas atuais, exigiu uma concentração extra.

O ator ressalta, ainda, a importância do trabalho em equipe feito para o personagem ser o mais fiel possível à história e afirma que foi um trabalho maravilhoso estar em A Rainha da Pérsia: "Foi sensacional e eu tive uma equipe maravilhosa, não posso deixar de falar isso, que me ajudou muito para conseguir chegar nesse personagem. Um trabalho muito especial para mim e um aprendizado maravilhoso", completa.

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin

Bárbara Aguiar é jornalista em formação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Amante de atividades culturais e entretenimento, ela escreve para a Caras, Contigo! e atua como diretora de Comunicação Visual na Jornalismo Júnior da ECA/USP.

Record Esporte A Rainha da Pérsia André Rayol

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