ENTREVISTA

Saulo Vasconcellos compartilha emoção de voltar aos palcos em musical premiado: 'Mal sabia eu'

Em entrevista à CARAS Brasil, Saulo Vasconcellos fala sobre retornar aos palcos como Sweeney Todd após 5 anos longe do personagem

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin
Saulo Vasconcellos e Andrezza Massei caracterizados em Sweeney Todd: O Cruel Barbeiro da Rua Fleet - Divulgação/Stephan Solon

Em cartaz em São Paulo com o premiado musical Sweeney Todd: O Cruel Barbeiro da Rua Fleet até o dia 26 de janeiro, o ator, cantor e dublador Saulo Vasconcellos reencontra o personagem após cinco anos da última apresentação do espetáculo. Em entrevista à CARAS Brasil, ele compartilha a emoção de voltar aos palcos com o musical que ganhou oito indicações ao Prêmio Bibi Ferreira: "Mal sabia eu", revela.

Retorno de Sweeney Todd

Saulo retorna aos palcos paulistanos para dar vida novamente ao barbeiro vingativo em Sweeney Todd: O Cruel Barbeiro da Rua Fleet. A curta temporada no Teatro Santander é mais uma etapa na carreira do ator, cantor e dublador que já acumula 25 anos de trajetória nos musicais.

"Mal sabia eu que estaria nesse timaço de grandes atores e músicos quase 5 anos depois", conta Saulo, que estava morando em Portugal quando soube da montagem. Para ele, o reencontro com o personagem é um sonho antigo que exige não apenas uma grande preparação técnica, mas também um mergulho na complexidade emocional da obra de Stephen Sondheim.

"Foi, digamos, uma longa espera. A complexidade emocional do personagem aliada à música, que é extremamente difícil, inteligente e serve à história como poucas vezes se pode presenciar quando se trata de musical. É uma obra-prima!", reflete.

Desafio emocional e técnico

Saulo ressalta que o humor cruel e as camadas sombrias de Sweeney Todd pedem uma interpretação que equilibre intensidade e precisão. "Estudei muito, mas muito mesmo, então foi bem espontâneo", conta ele, acrescentando que a preparação foi feita antes mesmo de ensaiar com os colegas de elenco.

Dividindo o palco do Teatro Santander com Andrezza Massei, intérprete de Dona Lovett, Saulo destaca a química com a antiga amiga de tablado: "Andrezza e eu temos uma química indiscutível, principalmente depois de tantos espetáculos juntos".

No âmbito técnico, a preparação vocal foi uma prioridade. “São muitas canções com muitas nuances. Portanto, os cuidados com a voz são mais que dobrados. Exercícios fonoaudiológicos, medicação natural com soro fisiológico e inalações, muita hidratação”, detalha.

Carreira marcada por clássicos

Com 25 anos de carreira, Saulo destaca O Fantasma da Ópera como o trabalho mais marcante de sua trajetória. "Não só pelas mil apresentações que já fiz do espetáculo, mas por todo o crescimento pessoal e emocional que ele me trouxe", explica.

A evolução ao longo dos anos, confessa, foi construída pouco a pouco, com oportunidades que o surpreenderam: "A evolução veio pouco a pouco, com oportunidades que até hoje é difícil de acreditar que caíram no meu colo".

Após o encerramento da temporada de Sweeney Todd, Saulo compartilha que ainda não tem novos projetos definidos e pretende tirar um momento da vida agitada para curtir as filhas. "Vivo mês a mês. Assim que termino qualquer projeto já quero voltar para as minhas filhas, em Brasília. Elas moram lá com a mãe e eu aqui em São Paulo. Sinto muito falta delas todos os dias quando estamos separados", conclui.

Sobre o musical

Inspirado no livro O Colar de Pérolas (1846), Sweeney Todd: O Cruel Barbeiro da Rua Fleet é uma fábula vitoriana adaptada por Stephen Sondheim. A trama acompanha Benjamin Barker, o Sweeney Todd (Saulo Vasconcellos), que retorna a Londres após 15 anos com sede de vingança contra o Juiz Turpin (Rodrigo Mercadante).

A parceria com Dona Lovett (Andrezza Massei), dona de uma decadente loja de tortas, transforma o espetáculo em um turbilhão de humor sórdido e inteligência, cativando o público com uma história de vingança e ambição.

O musical, que já foi sucesso na Broadway e ganhou uma adaptação cinematográfica com estrelas de Hollywood, fica em cartaz em São Paulo até o dia 26 de janeiro.

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Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin

Bárbara Aguiar é jornalista em formação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Amante de atividades culturais e entretenimento, ela escreve para a Caras, Contigo! e atua como diretora de Comunicação Visual na Jornalismo Júnior da ECA/USP.

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