ENTREVISTA

Rodrigo Salva revela maior desafio para interpretar Herbert Vianna em musical: 'Dolorido'

Em entrevista à CARAS Brasil, Rodrigo Salva, que vive Herbert Vianna em Vital - O musical dos Paralamas, fala sobre carreira e revela desafios

Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin

por Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin

Publicado em 30/10/2024, às 17h30

Rodrigo Salva, ator que vive Herbert Vianna em Vital - O musical dos Paralamas - Foto: Josh Moraes

Ator, cantor e guitarrista, Rodrigo Salva vive o inconfundível Herbert Vianna em Vital - O musical dos Paralamas. Em entrevista à CARAS Brasil, o artista fala sobre carreira, processo para interpretar o ídolo e revela desafios.

"Acho que o maior desafio é contracenar em uma cadeira de rodas, porque a movimentação precisa ser muito bem calculada e tudo muito bem ensaiado para fazer isso de forma natural. Fora a vivência do acidente do Herbert e a perda da Lucy, sua esposa também. É muito dolorido.", inicia Salva. 

ACOMPANHE A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Início no mundo dos musicais

"Confesso que não foi uma escolha consciente. Foi muito por acaso. Sempre amei música e antes de ser ator eu sou muito, guitarrista, cantor, compositor, mas nunca pensei em fazer musical. Até que um dia eu literalmente esbarro com um amigo querido na frente de um teatro no Rio, e ele me pergunta se eu toparia fazer um teste para um musical que tinha a minha cara. Resolvi dar uma chance, mas sem muitas esperanças. Era o “Merlin e Arthur” e esse foi meu primeiro musical, onde acabei vivendo o personagem Rei Arthur em sua fase jovem onde Paulinho Moska fazia a fase adulta."

Atuar ou cantar

"Impossível escolher haha. Acho que cada coisa tem suas belezas e desafios diferentes e a atuação chegou depois (mesmo que tenha chegado como um furacão na minha vida mudando completamente as coisas pra mim), então todo aquele sonho de adolescente de ser um cantor famoso ainda está vivo. Mas poder escolher eu não consigo. Amo muito os dois. E ainda posso fazer isso junto em musicais por exemplo."

Projeto musical - Toda cor, todo som

"Toda cor, todo som surgiu de muitas situações que eu vivi. É um expurgo, um desabafo e uma declaração de amor em forma de canção. É um EP recheado de memórias e vivências muito particulares que resolvi compartilhar com o mundo. Foi um álbum que eu produzi, arranjei, compus e gravei a maior parte dos instrumentos. Queria muito que o disco soasse de uma maneira muito particular, como todo som viesse de dentro de mim, porque tudo que está sendo cantado ali eu vivi."

Papel em Vital - O musical dos Paralamas

"Estava em São Paulo em um musical, terminando a temporada, quando chegou a notícia das audições. Fiquei meio indeciso se iria conseguir conciliar uma temporada em um estado e audições em outro. Mas alguma coisa chamou ali. Me encantou a possibilidade de cantar e tocar Paralamas. E confesso que nem sabia se iria ser biográfico, que iria sequer ter o Bi, Barone, Herbert, Zé Fortes e toda essa galera. Resolvi ir assim mesmo e foi a maior felicidade, porque sem nem menos imaginar, eu estaria adicionando pro papel do Herbert Vianna. Depois de muito nervosismo, muita expectativa e muitos dias de audição, acabou que a escolha fui eu. Que felicidade."

 

Preparação para viver Herbert Vianna

"Foram dois meses e meio de intensa pesquisa, estudo, lendo muito sobre ele, tentando entender ele como ser humano, me colocando no lugar dele, tocando as músicas e através dela tentando embarcar no jeito de falar, nos gestos, na maneira como segura a guitarra, o jeito de tocar. Foi um processo meio “cinematográfico” um pouco de muito detalhe e muito amor por esse ídolo! Acho que a coisa mais engraçada, além de dar muita risada com um elenco só de amigos queridos, foi quando o Maurício Valadares, fotógrafo, radialista da antiga rádio fluminense e amigo pessoal dos caras da banda, me pediu pra falar com o empresário da banda, o Zé Fortes, como se fosse o Herbert. Ele só conseguiu notar a diferença depois de uns bons 5 minutos depois do Maurício se acabar de rir."

Expectativa do público

"Eu e o elenco estamos explodindo de felicidade com a reação do público que segue com casa lotada cantando a plenos pulmões as músicas dos paralamas, se emocionando com as histórias deles, e também comentando bastante sobre o processo de caracterização e da coisa da voz do Herbert também. Isso está pegando os fãs e até amigos e familiares de surpresa com a similaridade. Isso é muito emocionante pra mim."

Inspirações

"Nossa! São muitos. Sou leonino, então sonhar é o que me mantém feliz. Tenho muitas inspirações como o Moska, o Lenine, Dani Black, Erasmo Carlos, o Herbert, Lulu Santos, João Bosco, além do rock inglês e alguns guitarristas estrangeiros também. Eu acho que o trabalho dos sonhos acaba sempre sendo o próximo, e sinto que estou realizando um sonho fazendo o musical dos Paralamas, mas gostaria muito fazer alguns clássicos consagrados no teatro. Mas acho que se um dia puder dividir o palco com o Moska ou Lenine que foram e são muito importantes pra mim seria uma realização de vida. Quem sabe um dia, né?"

Próximos projetos

"Temos uma temporada nova de Vital em Breve em São Paulo e início do ano que vem eu lanço outro disco de inéditas com participações apenas de mulheres. Isso vai ser incrível. E tem mais coisa vindo, mas isso é segredo (risos)."

Vital - O musical dos Paralamas foi idealizado por Gustavo Nunes e Marcelo Pires. O texto é de Patrícia Andrade e direção artística de Pedro Brício. O espetáculo está em cartaz no Teatro Claro Mais, no Rio de Janeiro, até o dia 24 de novembro, depois seguirá para Brasília e São Paulo. O elenco é composto pelos atores Franco Kuster, Gabriel Manita, Hamilton Dias, Nando Motta, Barbara Ferr, Herbert Vital, Ivanna Domenyco, Maria Vitória Rodrigues, Pedro Balu e Rodrigo Vechi.

Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin

Tábata Santos é apaixonada pelo universo cultural. Adora música, teatro, livros e cinema. A escrita faz parte da sua vida e escrever para a Caras e a Contigo é um aprendizado e inspiração constante.

Herbert Vianna Rodrigo Salva

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