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PITANGA E BENEDITA: UM NAMORO À MODA ANTIGA

Com humor, ator lembra como sofreu para 'dobrar' a amada e iniciar uma feliz união de 15 anos

Redação Publicado em 09/06/2009, às 09h53 - Atualizado em 12/06/2009, às 19h57

A história de amor do ator Antônio Pitanga (69) com Benedita da Silva (67), secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio, como a maioria dos romances, começou com flertes e cantadas. Mas não foi simples para ele, dono então de uma fama de bon vivant, conquistar a ex-líder comunitária, evangélica e política. Os dois se conheceram em 1989, em reuniões do Partido dos Trabalhadores. "Ela era uma muralha. Como Barack Obama diz que tem a sua rocha, a Michelle, eu também tenho a minha, a Bené", diverte-se o ator, na Ilha de CARAS. "Dizia a Pitanga que eu era uma pessoa séria. Para mim, só servia se casasse na igreja", conta a ex-governadora fluminense. Entre dúvidas, torcidas contra e a favor, demorou dois anos para que começassem a namorar. Dois anos depois, em 1993, subiram ao altar. "Foi um casamentão", lembra ela. "O presidente Lula levou Bené ao altar", orgulha-se ele, pai dos atores Rocco (28) e Camila Pitanga (31), da união com a atriz Vera Manhães (57). - Foi difícil conquistar Bené? Pitanga - Ela tem todo um comportamento religioso, cultural, de liderança de favela. E não seria qualquer forasteiro a chegar. Mas sou da Bahia, do Pelourinho... Benedita - Conhecia Pitanga da TV. Um dia, minha filha, Nilcéia, disse: 'Esse cara é interessante'. Como ela estava solteira, respondi: 'Fica com ele'. E ela, brava, falou: 'Deputada, você não notou que ele está de olho é em você?' - Mas ele te cantava? Benedita - Ele ia a reuniões políticas em minha casa e como meu quarto é no segundo andar, dizia: 'Um dia ainda vou subir'. Respondia: 'Não vai, não!' Pitanga - Mas ela ficava doida para eu pedi-la em casamento. Benedita - Estava viúva há três anos do meu segundo marido, Aguinaldo Bezerra, com quem fiquei três anos. O primeiro, pai dos meus filhos, Nilcéia e Pedro, foi Nilton Aldano, também falecido, com quem me relacionei por 26 anos. Fico casada até que a morte nos separe (risos). Pitanga - A próxima vítima sou eu (risos)! - Como ele te dobrou, Bené? Benedita - Demorou um pouco. Eu pensava: 'será que vou encarar esse cara da noite?' Ele conhecia o alfabeto todo, só faltava o B, de Benedita. Pitanga - Uma moça com a letra B já tinha tido (risos)... Benedita - E as cartinhas que recebíamos. Uma delas dizia: 'Pitanga está maluco, vai encarar aquela mulher cafona e crente'. Já outras falavam que eu era a louca, que ia pirar com ele. Mas, com meu feeling, pensava, quem cria tão bem dois filhos não é tão doido assim. Não vou perder esse cara. - Existe ciúmes na relação? Benedita - Pitanga respeita o meu espaço e eu, o dele. O que precisa ter é confiança. Fidelidade também é importante. Mas não fico perguntando. Não preciso só de um marido, mas de um companheiro. Pitanga é isso. Nos piores momentos de minha vida, ele estava perto. Política é complicada. Quanto maior a ascensão, mais adversários e questionamentos cria. Ele é meu ombro amigo. Se tiver que chorar, é no ombro dele. Ninguém vai me ver caída. Pitanga me sustenta, me coloca de pé. - O que um admira no outro? Pitanga - Bené é um ser humano com visão de mundo, família. Ela alfabetizou muita gente na favela com o método do Paulo Freire. E enfrentava o universo masculino. E eu também vim de lutas, do movimento estudantil na Bahia. Peguei o processo do preconceito racial. E, para ter uma relação, tinha que ser com alguém que tivesse um sentido. Queria uma pessoa para conversar, trocar, crescer comigo. Benedita - Além de ser um grande homem, chefe de família, ator respeitado, ele é coerente e crítico. Tudo isso me encantou. Fora o sorriso que me desmonta.
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