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OS SONHOS E O PESADELO DE JOÃO BOSCO

O dia-a-dia harmonioso com Angela e o medo de um meteoro destruir a terra

Redação Publicado em 01/06/2009, às 09h44 - Atualizado em 03/06/2009, às 12h15

Há cerca de três meses, o asteróide 2009 DD45 passou de raspão pela Terra. Caso tivesse atingido a superfície, o impacto seria equivalente ao de 1000 bombas nucleares. O fenômeno surpreendeu cientistas de todo o mundo. Mas não o cantor e compositor João Bosco (61). "Todos os dias sonho que o mundo vai acabar, que um meteoro vai destruir o planeta. São histórias muito malucas", admite ele, que desde a infância tem pesadelos recorrentes com o tema. "Só espero que nenhum psicanalista leia esta entrevista. Ele ficaria muito preocupado comigo", conta João, rindo de si próprio na Ilha de CARAS. O bom humor, no entanto, não impede que o cantor sofra quase todas as noites. "Não é brincadeira, ele realmente morre de medo. Às vezes, acorda gritando, fico com pena", revela a mulher de João, a artista plástica Angela Bosco. Casados há 35 anos e pais do escritor e compositor Francisco (31) e da publicitária Júlia (28), eles asseguram que o respeito às individualidades e às diferenças são fundamentais para manter a união. Angela, que enfatiza sonhar apenas com fatos cotidianos, é uma pessoa diurna, com pés no chão. E João, que passa as madrugadas ensaiando exaustivamente seu belíssimo repertório, muitas vezes deixa sua mente navegar pelo espaço sideral. Uma equação que os dois souberam resolver com paixão e poesia. Em Papel Machê, linda canção que fez com Capinam (67) para a mulher, João destaca os versos 'Dormir no teu colo é tornar a nascer/ Violeta e azul, outro ser' como os que melhores traduzem Angela e a relação que mantêm. "Tem uma coisa em movimento. Ela pensa sempre no dia após dia. Acha que a vida é andar para frente, procurando a novidade, o momento seguinte. Isso me ajuda porque sou diferente", diz João. - Angela, como inspira João? - Lógico que fico feliz de ter uma música em minha homenagem que o público ama. Mas João é marido árabe, vive para a família. E demonstra isso o dia inteiro. - Existe segredo para manter um casamento de 35 anos? Angela - É tão difícil de manter como um que dure uma semana. Mas aprendemos a dar espaço para o outro ser o que é, e não o que você deseja. Basta isso. João - Viajamos juntos, vamos ao cinema, conversamos. A vida precisa de um frescor. Isso ajuda. Angela - João é meu xodó, não dá trabalho. E, como temos horários diferentes, normalmente só nos encontramos para jantar e ficar um pouco juntos. - Filhos cresceram, saíram de casa, isso melhora o casamento? João - Muito. Angela sente um pouco a falta. Lógico, é a mãe. Mas eu achei bom. Estão vivendo a vida deles. É verdade que a casa é muito grande. Mas cada dia dormimos em um quarto. É divertido. - João, você não lança um disco de inéditas desde Malabaristas do Sinal Vermelho, em 2003. Quando sai o próximo? - Já está pronto e deve ser lançado no fim do mês. Chama-se Não Vou Para o Céu, Mas Já Não Vivo na Terra, verso de uma das novas parcerias com Aldir Blanc, Caramujo. Também gravei canções que fiz com meu filho, Chico, e com o Nei Lopes. É um CD misto, tem solos de voz e violão, gravações com banda e em duo com o guitarrista Ricardo Silveira. - E os pesadelos, João... - Gostava de estudar o universo em expansão, a física, corpos que saem de sua trajetória inicial e vão para outras órbitas. Isso já acabou com a vida na Terra há milhões de anos. E, se cair um corpo na terra, não há guarda-chuva que segure. - Isso influencia sua vida? - O sonho para mim acaba quando acordo. Não tenho esse problema psicanalítico, freudiano ou lacaniano de ficar estudando para tirar conclusões. Mas, como de uma forma ou outra penso nessas coisas, elas terminam vindo. E tenho que aturar. O certo seria não pensar. Só que o assunto me atrai. Leio a respeito. Agora mesmo fiz uma canção com Aldir sobre isso. É assustador saber que essas coisas vão se movendo... Aldir vive me sacaneando com isso. Mas ele também adora a forma que acabo todos os textos que trocamos: 'Não esquenta, no fim vai dar m...'
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