Aos 8 anos, Bia Figueiredo (25) chamava a atenção ao volante de um kart cor-de-rosa na pista de Interlagos, em São Paulo. Única menina da modalidade, ela era alvo frequente das fechadas dos adversários. "Mesmo com capacete, era impossível não me identificar. A tonalidade do carro sinalizava logo que tratava-se do sexo oposto. Me jogavam para fora da pista e eu chorava sempre. Ninguém queria perder para mim", lembra Bia. "Mais tarde mudei de kart, amadureci, passei a revidar as batidas, me impor, até finalmente ganhar respeito", completa ela, que será a primeira brasileira a disputar as 500 Milhas de Indianápolis, no dia 30 de maio, pela equipe Dreyer & Reinbold Racing.
Solteira há nove meses, após uma relação de sete anos, Bia garante ser difícil conciliar a vida pessoal com a profissional. A rotina intensa e a distância contribuíram para o rompimento. "Moro nos EUA e ele, no Brasil. Ficávamos o ano inteiro sem nos ver", explica. Atualmente, com o foco voltado para a carreira, ela não pensa, por enquanto, em encontrar um novo amor. "Deixei essa parte de lado. Mas para namorar comigo, não pode ser ciumento. Trabalho cercada por homens o tempo todo (risos)", diverte-se a piloto, que já sabe qual será seu principal projeto quando largar as pistas. "Adoro criança e sonho ser mãe. Mas para isso preciso parar o que faço, me dedicar", confessa.