Em entrevista à CARAS Brasil, Rachel Richelmann, Head de Oncologia do A.C.Camargo Cancer Center, explica a doença de Kate Middleton
O sumiço de Kate Middleton (42) chegou ao fim nesta sexta-feira, 22. A princesa de Gales ressurgiu após semanas reclusa e chocou todo o mundo ao revelar que está com câncer. Sem especificar o tipo da doença, a esposa do príncipe William (41) contou que passou por uma cirurgia abdominal e que tem feito sessões de quimioterapia.
Em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Rachel Richelmann, Head de Oncologia do A.C.Camargo Cancer Center, explica que o tratamento de quimioterapia feito pela princesa é indicado para pacientes com tumor localizado. Não é possível afirmar com qual tipo de câncer que a integrante da família Real foi diagnosticada. No entanto, o tumor em pacientes com o perfil não tem metástases, o que significa risco das células malignas se espalhar para outros órgãos do corpo.
"Na verdade, não existe quimio preventiva. Quimioterapia não previne câncer. O que tem é quimioterapia adjuvante. Que é isso? É uma quimioterapia que é feita depois da cirurgia em alguns casos até antes da cirurgia, pra um tumor localizado, ou seja, um tumor que não tem metástases. Nesse contexto, mesmo sendo um tumor localizado, ele pode liberar células malignas para outros órgãos, isso acontece através da corrente sanguínea", explica a profissional.
Kate disse ter feito uma cirurgia na região abdominal, o que já havia sido antecipado pelo Palácio de Kensington em janeiro. Apesar da nota da residência oficial, os rumores sobre o sumiço da nora do Rei Charles II ganharam cada vez mais força nas redes sociais.
Em casos de uma pós-cirurgia na região abdominal, a quimioterapia tem o objetivo de acabar com a doença, proporcionando chances de cura. "A quimioterapia adjuvante [pode] matar, erradicar doença micro metastática, células cancerígenas que estão no sangue, mas que não são detectadas por exames de imagem, nem exames de sangue", afirma.
"E aí a gente acaba indicando esse em vários tipos de tumor pra aumentar a chance de cura. Então a cirurgia, apenas, em muitos casos ela cura, mas cura uma proporção de pacientes. E a quimioterapia adjuvante ela aumenta a chance de cura porque ela erradica essa doença micro metastática. A quimioterapia adjuvante é indicada quando os tumores [apresentam] risco maior de voltar depois da cirurgia. Geralmente são aqueles tumores linfonodos que são os linfáticos em volta do órgão onde tem o tumor, já tem o comprometimento pelo tumor. Então depois da cirurgia o patologista olha o tumor que foi retirado, os linfonodos em volta, esses linfáticos, e se tiver linfonodos acometidos pelo tumor, o risco de a doença voltar é maior e aí se indica a quimioterapia adjuvante para aumentar a chance de cura", completa.
Richelmann destaca que o tratamento é indicado para pacientes diagnosticados com diferentes tipos de câncer, como câncer colorretal, câncer de ovário, câncer de mama, câncer de pulmão, câncer de bexiga, câncer de estômago e câncer de pâncreas. Os efeitos colaterais também variam de acordo com o tratamento e a doença.
"Depende do tipo de quimioterapia que é administrada e as quimioterapias variam de acordo com o tipo de tumor. É difícil falar um efeito colateral geral, mas a maioria pode dar um pouco de cansaço, pode apresentar enjoo, mas nem sempre cai o cabelo então o tipo de efeito colateral vai depender muito do tipo de droga porque quimioterapia é uma palavra pra dezenas de remédios diferentes e pra cada tipo de tumor se indica um tipo de tratamento diferente e também dentro dos tipos de tumores existem vários regimes de quimioterapias que podem ser administradas", conclui.
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