Em São Paulo

Roger Waters coloca Bolsonaro na lista de neofascistas e pede resistência aos brasileiros

O público se dividiu entre vaias e aplausos para o ex-vocalista do Pink Floyd

Baárbara Martinez Publicado em 10/10/2018, às 11h28 - Atualizado às 15h14

Roger Waters - Francisco Cepeda / AgNews

Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, trouxe sua turnê solo Us + Them ao Brasil em um momento crucial para a política nacional. Na noite da última terça, 9, o artista lendário se apresentou no Allianz Parque, em São Paulo.

Com um palco estrondoso e uma estrutura de deixar qualquer roqueiro com inveja, o artista embalou os principais sucessos da banda britânica e apresentou seu álbum solo, Is This the Life We Really Want? (Esta É a Vida Que Realmente Queremos?, em tradução livre para o português).

Conhecido por criticar o autoritarismo desde os tempos da banda clássica, Roger aproveitou o conturbado momento político e se posicionou contra o candidato a presidência Jair Bolsonaro (PSL), que briga pelo cargo político com Fernando Haddad (PT).

Após embalar a plateia com Breathe, Wish You Were HereThe Great Gig in the Sky, o cantor anunciou um intervalo para seguir com a segunda parte do show. Enquanto o público aguardava ansiosamente a volta do baixista, foram exibidos no telão gigantesco textos em repúdio ao fascismo, guerras, militarismo e, mais uma vez, mensagens pedindo resistência a povos que sofrem qualquer tipo de violência.

Enquanto frases semelhantes a tudo que o movimento #EleNão repudia apareciam no estádio, a arquibancada soltava gritos se manifestando contra o presidenciável. Em contrapartida, parte da pista premium gritava: “Fora PT”.

Para colocar mais fogo na lenha, em seguida foi exibida uma imagem em que Roger nomeava os neofascistas mundiais. Entre Trump (Estados Unidos), Le Pen (França) e Putin (Rússia), que apareceu ao lado de um ponto de interrogação, o guitarrista apontou Jair como o fascista do Brasil. Desta forma, o show se transformou em um campo de batalha e deixou a maioria do público agressivo. Parte das pessoas começou a se xingar, e outras seguravam umas às outras para conter uma possível briga. 

Em seguida, o artista voltou e embalou sucessos como Pigs, MoneyUs and Them. Na música Mother, Waters exibiu a hashtag #EleNão e arrancou mais gritos e reações do público. Como se não bastasse, o cantor disse: "Vocês têm uma eleição muito importante daqui a três semanas. Sei que isso não é da minha conta, mas devemos sempre combater o fascismo. Não dá para ser conduzido por alguém que acredita que uma ditadura militar pode ser uma coisa boa". Os fãs se dividiram entre aplausos e vaias.

Vale lembrar que o ex-integrante do Pink Floyd teve o pai morto por um nazista na Segunda Guerra Mundial.

Deixando a reação dos espectadores como um episódio à parte, o espetáculo destacou o quão grande é o legado da banda britanica, e conforme o tempo passa, nenhum grupo é capaz de superar isso. 

Enquanto o público brasileiro questionou a posição do artista, Roger segue passando sua mensagem com mais um show na noite desta quarta-feira, 10, na capital paulista.

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