por Ranieri Maia Rizza
Estar no Parador CARAS, em Punta Del Este, faz com que os cantores
Sérgio Reis (67) e
Ângela Márcia (53) fiquem maginando situações românticas, como a de ficarem náufragos, vivendo a sós e em clima de total paixão na Isla Gorriti, o paraíso de 28 hectares que abriga o espaço da revista. "
Já imaginou nós dois vivendo em meio a essa natureza? Nos alimentaríamos de frutas e de amor. E ficaríamos cantando um para o outro, e um ao outro", brinca Ângela, explicitando a felicidade de quem vive em lua-de-mel após a cerimônia realizada em janeiro, em São Paulo, para oficializar o relacionamento iniciado há três anos. "
A vontade é de não ir embora. Eu ficaria com ela aqui tranqüilamente", diz Sérgio, enquanto serve um champanhe para a amada.
A cumplicidade do casal se manifesta em todos os lugares do balneário uruguaio, como no Conrad Resort & Casino, onde eles se hospedaram. Ali, o casal relembrou a descoberta de um sentimento mais forte após 17 anos de convivência como amigos e parceiros de trabalho, depois do término dos casamentos anteriores de ambos, o de 25 anos de Ângela e o de 34 anos de Sérgio. "
Estávamos separados e, conversando e desabafando um com o outro, nos apaixonamos", conta o artista, que neste ano festeja 50 anos de carreira e se prepara para lançar o seu novo CD,
Bailão do Serjão, no mês de abril.
Na limusine do Conrad, Ângela mostra o sapato encomendado ao designer
Fernando Pires (54), que traz o nome de Sérgio escrito em cristais Swarovski. "
É apenas uma pequena homenagem que faço ao meu amor", diz ela, que há 20 anos canta nos espetáculos de Sérgio. "
Estou literalmente nos pés dessa mulher", devolve o bem-humorado Sérgio, que conquista a todos nos lugares onde transita, como no cassino do hotel, onde aprendeu a jogar
black jack. "
É tudo brincadeira. O que interessa é que sou feliz no amor", afirma ele.
- Como está a lua-de-mel em Punta e, em especial, os momentos passados na Isla Gorriti?
Angela - Estar aqui, nessa tranqüilidade, é nos certificarmos de que toda a nossa trajetória valeu a pena. Após a correria que tivemos em função do final de ano e do nosso casamento, agora estamos desfrutando dessa cidade linda, segura e com clima perfeito. Na ilha eu gostaria de ficar como uma náufraga, mas é óbvio que com o Sérgio ao meu lado. Ficaríamos um cantando para o outro, e um cantando o outro.
Sérgio - A Ângela não conhecia Punta Del Este, e eu vim aqui algumas vezes por volta de 1966, quando cantava em cruzeiros que iam do Brasil para a Argentina e o Uruguai. Foi na época que compus
Coração de Papel. Mas a cidade era muito diferente. Já tinha os cassinos, mas não era a Punta que é hoje, sofisticada, lindíssima, com uma marina incrível. Este lugar tem tudo a ver comigo, afinal, gosto de barcos. Até tenho um barco de 40 pés em Angra dos Reis. E também gosto de nadar. Da ilha você não tem vontade de sair. Eu toparia ficar ilhado aqui com a Ângela. Mas olha que teria que ser no Parador CARAS. Estamos muito mal-acostumados.
- Vocês estão em pleno estado de felicidade...
Sérgio - Estou vivendo um momento tranqüilo, de serenidade. A Ângela me trouxe um equilíbrio maior. Com ela não é difícil ser feliz. Nós cuidamos um do outro. Casamento é isso. É ter uma atenção constante um com o outro. Por exemplo: sou diabético e a Ângela exige que eu me cuide, fica em cima para que eu não coma doces e tome o remédio na hora certa. Às vezes, as coisas mais simples te trazem a felicidade. É o tempo, a idade, a experiência que te ensinam isso. O ser humano é complicado, e você pode terminar magoando uma pessoa sem querer, até por distração. Devemos ter cuidado em relação a isso, e no casamento devemos estar sempre atentos no dia-a-dia.
Ângela - É preciso ter muita coragem para ir atrás da felicidade, mudar a cena. Eu tinha uma vida que poderia ser taxada de estável e me separei aos 50 anos. Resolvi mudar porque não estava feliz. Tinha o trabalho e os meus filhos, mas não havia mais felicidade em relação ao amor de marido e mulher. Sempre pensei em manter o meu casamento, pela minha religião - já que sou evangélica - e meus filhos (
Vinícius Pereira da Silva, publicitário, e
Ana Paula Pereira da Silva, estudante de Teologia), mas chegou uma hora que não foi mais possível continuar. Fui amiga do Sérgio por 17 anos, e depois isso se transformou em amor, no grande amor com o qual fui abençoada.
- Quando vocês descobriram essa intensa paixão?
Ângela - Um dia, ao escutar ele cantar
Como vai Você (de
Antônio Marcos), me dei conta de que estava apaixonadíssima. E olhe que já havia visto o Sérgio cantar essa música centenas de vezes. Mas naquele dia foi especial.
Sérgio - Sempre conversamos muito. Estávamos os dois separados, e então vimos que tínhamos muitas coisas em comum. Descobri a pessoa verdadeira e bonita que Ângela é. Isso é o amor!