por Ranieri Maia Rizza}
Assim que chegou a Punta del Este, a jornalista e apresentadora
Maria Cândida (35) foi logo dizendo:
"Estou vivendo o momento mais feliz da minha vida". A beleza e a animação do famoso balneário uruguaio são inegáveis, mas não foi apenas isso que motivou tal declaração. A musa explica que o comentário se deveu à plenitude que experimenta em sua vida pessoal e profissional. Pela primeira vez, em 14 anos de carreira, está no comando de um programa de TV, o
Programa da Tarde, na Record, que já atinge o segundo lugar em audiência no horário.
"Quero chegar à liderança", afirma ela. Outra significativa parcela do seu presente estado de felicidade se deve ao bom relacionamento com o marido, o empresário da internet
Oscar Ungarelli (31), e à filha,
Lara (1).
Os dias passados em Punta, a convite de CARAS, comprovam a alegria do casal. No Parador desfrutaram de regalias como a massagem feita pela equipe do Kurotel e um aprazível passeio de quadriciclo pela costa. Em clima de cumplicidade construída em seis anos de casamento, Maria Cândida e Oscar falaram sobre relacionamento, futuro, filhos e até de depressão pós-parto por eles superada.
- Como se sente no comando do Programa da Tarde?
Maria Cândida - É uma grande realização, o que eu sempre quis: ter um programa só meu. É a maturidade na minha carreira. Posso dizer que subi degrau por degrau. Comecei como rádio-escuta, fui repórter de um jornal de Santos, aí vim para um de São Paulo, fui fazer televisão e depois as entrevistas com celebridades internacionais... Não foi de repente. É um trabalho 'pé no chão', um programa com uma proposta nova, dirigido à mulher moderna, procurando sair daquela linha do programa feminino lento, arrastado. Estamos em segundo lugar, mas queremos a liderança no horário.
- Fazer um programa diário mudou o seu ritmo de vida?
Maria Cândida - Sim, porque antes eu viajava muito, ficava dias fora do Brasil, longe da família. Aí, eu tive a minha filha e parece que a vida foi sábia e me deu algo fixo. Hoje eu tenho horários estabelecidos e está tudo mais disciplinado. Vou para a ginástica, fico com a minha filha e vou trabalhar...
- Em Punta del Este você se desliga do trabalho?
Maria Cândida - Em qualquer lugar que esteja, foco a minha percepção no que seria de interesse do meu público. Sou repórter por natureza. E aqui há coisas maravilhosas para se mostrar. O Conrad é um super hotel e o Parador CARAS é muito bacana. É chique estar na praia. Parece que você está no sul da França. Pode ficar só tomando champanhe no Parador ou também pegar um quadriciclo e passear pela orla, num estilo mais aventureiro de conhecer as praias.
- Você sempre teve gosto por aventuras ou o adquiriu em função do Oscar?
Maria Cândida - Eu sempre fui assim e com ele apenas somei. Por exemplo, eu até dirijo moto, mas é ele quem acelera e gosta de manobras. E fazer qualquer coisa em dupla é muito melhor, não é? Fazemos
rafting, esqui aquático e já praticamos mergulho em lugares como o Caribe e a Austrália. A gente curte, dá risada...
- Oscar, foi esse jeito aventureiro dela que te conquistou?
Oscar - O que mais me atraiu nela foi o fato de ser diferente do comum. Por exemplo, ela prefere passear de moto em vez de ficar o tempo todo pegando sol. Em vez de fazer roteiro turístico, ela procurar conhecer como vivem os habitantes do local. Ela não tem frescura.
- E vocês dois agora têm a novidade que é a Lara...
Maria Cândida - Antes da Lara, eu dizia que meu marido era a melhor coisa que me aconteceu, mas agora são os dois. Um filho muda sua concepção de vida. Você tem a oportunidade de amar alguém. Se torna menos egoísta. Não sei se deveria ter tido filho antes, mas quero mais dois! Sou canceriana, mãe por natureza. E não consigo ficar parada, portanto, pretendo continuar trabalhando até o final nas próximas gestações.
Oscar - Hoje as mulheres estão postergando a gravidez, porque acreditam que ela possa prejudicar a carreira. Nós achamos que é possível trabalhar até ter o bebê e após a licença continuar trabalhando. Gravidez não é doença e não prejudica a vida profissional. Ela trabalhou até Lara nascer e quando ela tinha três meses saiu do Brasil para ir à festa do Oscar.
- Você teve depressão pós-parto. Como solucionou o problema?
Maria Cândida - Tive e não tenho vergonha disso. Muitas mulheres não percebem que estão com o problema, mas eu me conheço muito. Sou uma pessoa alegre, dinâmica. Quinze dias depois de ter tido a Lara, comecei a andar no Ibirapuera e um tempo depois comecei a olhar para o céu, a ver as coisas de maneira melancólica. Procurei um médico e fiz um tratamento com um antidepressivo leve. O Oscar me ajudou muito também. Há mulheres que dizem: 'comigo não acontece'. Acontece sim.
Oscar - Foi rápido porque foi consciente. Levou dois meses, mas se não tivesse detectado logo poderia ter durado um ano.
FOTOS: LIANE NEVES