Nicolas Ghesquière faz sua primeira coleção para a Louis Vuitton, na Semana de Moda de Paris

A primeira coleção de Nicolas Ghesquière para a Louis Vuitton causou frisson na última Semana de Moda de Paris. Afinal, por 16 anos a maison esteve nas mãos do talentoso Marc Jacobs, que deixou o cargo em 2013 para cuidar de sua marca. Já Ghesquière, um dos estilistas mais originais de sua geração, comandou a Balenciaga por 15 anos e tinha pela frente um desafio. “No fundo, todo designer não busca criar algo atemporal?” A mensagem deixada nos assentos da plateia dava uma pista do que viria a seguir: roupas femininas, clássicas, mas com toques de modernidade, como os ousados materiais de alto brilho. As referências retrô, os casacos alinhados e a mistura de tecidos também estiveram presentes. O primeiro look, usado pela top Freja Beha, trouxe a modelagem que marcou o desfile: a silhueta A-Line. Como de costume, Ghesquière mostrou precisão nos detalhes e usou o couro de forma contemporânea em vestidos, camisas e saias. Nos pés, ankle boots com amarrações acertadas encheram os olhos. A paleta de cores incluiu, além do preto, verdes outonais, laranjas e vermelhos, azuis suaves e beges. As bolsas, foco principal da label, exibiram menos monogramas, mas reforçaram o estilo ladylike com shapes estruturados. Se na Balenciaga Ghesquière resgatou modelagens clássicas e imprimiu um toque street futurista único que revitalizou a marca, na Louis Vuitton não foi tão enfático quanto ao caminho que escolheu trilhar. Em vez de estabelecer um tema, preferiu criar peças elegantes para mulheres “reais”. “Roupas precisam ser funcionais. Estou cercado de mulheres, então as escuto e misturo tudo”, disse. Acaba a era de espetáculo de Marc Jacobs, começa o reinado do cerebral Ghesquière.