Voltar às raízes foi o caminho escolhido pelo designer norte-americano Alexander Wang para sua estreia na maison francesa Balenciaga. Mas a tão aguardada coleção mostra a sua veia contemporânea em muitos aspectos. Começando pelo fato de todos os seus looks serem perfeitamente usáveis. Resultado do equilíbrio mais desejado do momento pelas marcas mundo afora entre o design e o comercialmente viável. Tudo graças ao seu olhar sobre as formas impactantes que fazem parte da história da Balenciaga desde os primórdios. Formas estas traduzidas nos recortes estratégicos dos casacos, nas saliências de tecido das
blusas sequinhas ou ainda nas assimetrias arredondadas das saias de cintura alta. E o que falar das camisas brancas? Eis aí um bom exemplo de minimalismo na medida certa. Com modelagens próximas ao corpo e uma espécie de pala sobre os ombros, elas confirmam vida longa a este clássico do guarda-roupa. Ainda nas peças de alfaiataria, a calça preta também chega renovada com novas maneiras de trabalhar as pregas:
agora na diagonal para um efeito pra lá de emagrecedor. Para acompanhá-las, tops cropped, aqueles bem curtinhos. Outra característica importante vem do exercício sensorial proposto por ele. Muitas vezes é preciso tocar na peça para entender sua complexidade. Um exemplo disso está nos efeitos craquelados, que, vistos de longe, parecem couro, mas que na verdade são tricôs. E, para arrematar o desfile-début, a simplicidade
das botas baixas de camurça e dos escarpins impressiona, e confirma a máxima do “menos é mais”. Só algumas comprovações de que olhar para o passado é mesmo a melhor maneira de enxergar o futuro.
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