Desfile de inverno da Saint Laurent traz elementos clássicos e contemporâneos

Elementos clássicos e contemporâneos andaram lado a lado — quando não sobrepostos — no desfile de inverno da maison Saint Laurent. Inspirado na obra do premiado artista conceitual americano John Baldessari — que foi convidado a assinar três vestidos da coleção —, o estilista Hedi Slimane trouxe frescor às criações da label francesa. Paetês, couro e o animal print se aliaram a veludos, visons, xadrezes, tartans, tweeds, príncipes-de-gales e pied-de-poules. Botas de vinil de cano alto se alternaram com cintilantes sapatos mary jane e botinhas revestidas glitter, no melhor estilo sessentinha. O perfume dos anos 1960 também se insinuou em capas e casacos com listras e poás, assim como nas silhuetas trapézio, nas golas ‘Peter Pan’ e nos comprimentos encurtados, que predominaram na passarela. A atriz francobritânica Jane Birkin certamente usaria um daqueles modelitos! As jaquetas de couro complementaram looks cheios de sensualidade, feitos para uma mulher que não tem medo de ousar. Joviais releituras do Le Smoking — o revolucionário terno feminino lançado por Yves Saint Laurent em 1966 — encantaram os olhos da plateia e acenderam o desejo das fashionistas. E, por falar em adaptações do guarda-roupa masculino, a sahariana, jaqueta com jeitão safári, surgiu em versão dourada. Além do tom metálico, a paleta de cores se resumiu a preto, branco, cinza, camelo e vermelho, com pinceladas de azul, pink e prata — que deram o toque irreverente em especial aos acessórios. Mais uma vez, Slimane mostra que compartilha dos ideais do fundador da grife, trazendo contrastes, dualidade e subversão à passarela. A vibe cool e o luxo inerente à marca convivem pacífica e brilhantemente. O mestre Saint Laurent certamente aplaudiria.