Christiane Torloni e a luta pela Amazônia

Em 2007, depois de atuar na minissérie ‘Amazônia – de Galvez a Chico Mendes’, Christiane Torloni, ao lado de Victor Fasano e Juca de Oliveira, criou o Amazônia para Sempre. A atriz conta como tem sido sua luta pela preservação da floresta

<i>por Denise Freire e Thais Arbex</i><br><br> Publicado em 21/09/2009, às 17h50 - Atualizado às 19h30

Christiane Torloni - Margareth Abussamra
Em 2007, depois de atuar na minissérie global Amazônia - de Galvez a Chico Mendes, de Glória Perez, Christiane Torloni, ao lado de Victor Fasano e Juca de Oliveira, passou a desempenhar o papel de guardiã da floresta. Depois de presenciar o desflorestamento da Amazônia, os atores uniram forças para criar o Amazônia para Sempre. O projeto tem como principais objetivos sensibilizar os cidadãos brasileiros sobre a importância da preservação e a real situação da floresta e interromper a devastação do ecossistema. No início do mês de junho deste ano, Christiane foi a Brasília para conscientizar políticos sobre a importância da preservação da Amazônia. No encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a atriz entregou uma lista com um milhão de assinaturas de pessoas que aderiram ao manifesto Carta aberta aos brasileiros sobre a devastação da Amazônia. De lá para cá, a preocupação com o meio ambiente só tem aumentado. Em conversa com o Portal CARAS, a atriz contou os detalhes de sua luta e afirmou: "É possível fazer alguma coisa. É impossível não fazer alguma coisa". Confira abaixo a conversa de Christiane Torloni com o Portal CARAS: - Quais os cuidados com o meio ambiente você tem no dia a dia? - Temos que saber que podemos ajudar o planeta com pequenos cuidados. Existem pequenas coisas no dia a dia que todos podem fazer. É uma mudança comportamental. Em alguns dias, você quer a casa mais iluminada, mas no dia seguinte, pode usar luz de velas. Fica tão romântico! Além disso, podemos não ficar com o carro ligado esperando uma pessoa chegar; não ficar horas passando condicionador no cabelo com a água escorrendo pelo ralo; podemos e devemos implicar com o marido quando ele fica horas fazendo barba com a torneira aberta; não jogar gordura nem no tanque nem na pia; economizar água quando você lava o carro... - Como tem sido sua luta em prol da Amazônia nestes últimos dois anos? - Eu e o Victor Fasano nos dividimos muito porque o Juca de Oliveira não tem tido disponibilidade para viajar, para andar pelo Brasil. Quando eu não podia ir, o Victor ia nos fóruns de sustentabilidade. Um dava a cara a tapa num lugar e o outro dava no outro. Assim a gente foi cobrindo o Brasil e por isso conseguimos atingir tantas pessoas. - A motivação por lutar pela Amazônia surgiu durante as filmagens da minissérie Amazônia - de Galvez a Chico Mendes. Essa foi a maior transformação motivada por um trabalho? - Quando eu tinha uns 25 anos, fomos impulsionados pela abertura política no Brasil. Foi a primeira vez que eu entendi a importância de cada cidadão para a sociedade. Quando começaram os primeiros sinais de que a abertura ia acontecer, houve uma organização da sociedade e eu caí de boca porque era oportunidade de eu fazer tudo que eu queria, mas não podia por conta da ditadura. Na época, cursava Sociologia na PUC. Comecei a minha carreira artística ao mesmo tempo em que eu fazia Sociologia. Para mim, então, a carreira sempre esteve conectada a uma consciência política. Acredito que a política é uma ciência nobre e atualmente o Brasil não está fazendo jus a ela. Quando a minissérie começou, nós tivemos três dias de workshop na Amazônia e foi ali que recebi 'o beijo'. A Bela Adormecida, que estava dormindo há 20 anos, acordou naquele momento. Nem tudo na democratização aconteceu como o previsto. Tem muitos desvios que precisam ser corrigidos. - Qual é o seu sonho para o planeta daqui a 10 anos? - Que a mata só morra naturalmente, que não seja destruída por conta da irresponsabilidade de um povo que não percebe que está acabando com o seu bem maior. A magnitude da floresta Amazônica não toca só visualmente, mas espiritualmente também. É o espírito de luta, de amor, que nos faz levantar e lutar. Não somos donos apenas da nossa casa, mas também da calçada, do bairro, da cidade, do estado, do país. O Brasil é de todos nós. Precisamos fazer dele um lugar mais amoroso, menos abrasivo do que está.
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