Pastora Kim Burrell, que canta uma das músicas do filme, fez um sermão homofóbico mesmo depois de ter gravado uma música com o cantor gay Frank Ocean e ter confirmado presença no programa de Ellen DeGeneres, que é lésbica assumida
O filme Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures), um dos cotados para ser indicado ao Oscar, se envolveu em uma polêmica nos Estados Unidos. A pastora Kim Burrell, que canta a música I See a Victory do filme junto com Pharrell Williams, responsável pela trilha sonora do longa, fez comentários homofóbicos em um vídeo que caiu na internet nesta semana. Além de chamar todos os gays de 'pervertidos', ela ainda tentou se justificar no Facebook dizendo que 'Deus condena seus pecados' e que os gays estão 'com o espírito da homossexualidade'.
Os comentários de Kim Burrell repercutiram negativamente na mídia e entre pessoas envolvidas no filme. A pastora tinha confirmado uma apresentação da música no programa de Ellen DeGeneres, que é gay assumida, mas a apresentadora decidiu cancelar o convite após ouvir os comentários homofóbicos de Kim. "Eu não a conhecia, seu nome é Kim Burrell. Ela fez um depoimento no Facebook e disse algumas coisas não tão legais sobre homossexuais, então eu não achei que seria bom tê-la no meu programa e dar esta plataforma para ela, depois de ela começar a dizer coisas sobre quem eu sou", justificou Ellen.
Pharrell, que iria cantar com Kim, foi ao programa sozinho e condenou o discurso dela. "Não há espaço, não há sala para qualquer tipo de preconceito em 2017", falou ele, que também fez uma publicação no Instagram para deixar claro que não concordava com ela: "Eu condeno discurso de ódio de qualquer tipo. Não há espaço no mundo para qualquer tipo de preconceito. Minha maior esperança é pela inclusão e amor por toda a humanidade em 2017 e além".
A atriz e cantora Janelle Monae, uma das protagonistas do filme, também fez questão de dizer que não concorda com os comentários de Kim. "Eu repudio qualquer e todo comentário de ódio contra a comunidade LGBTQ. Além disso, eu sinto que todos nós pertencemos à mesma comunidade e compartilhamos esta comunidade chamada humanidade", disse. "Estou pessoalmente exausta com a ignorância e arrogância de vida de algumas pessoas. Às vezes, eu quero dar um soco, eu quero bater em tanta gente quando eu leio e ouço essas m... que saem da boca delas. Eu vou me alegrar quando as pessoas pararem de achar que elas são Deus, assistente de Jesus, escolhendo quais pecados são aceitáveis ou não", continuou ela. "Meu conselho: se sua religião está fazendo você falar palavras de ódio, julgamente, ou descreditar os outros por causa de quem eles amam, então você precisa mudar", afirmou.
Octavia Spencer, que também protagoniza o longa, compartilhou a mensagem de Pharrell e disse: "Todos nós somos filhos de Deus e iguais nos seus olhos. Ódio não é a resposta. Intolerância não é a resposta".
Para somar à polêmica, Kim Burrell, antes de revelar o seu discurso de que gays são pecadores e vão para o inferno, tinha aceitado o convite do cantor Frank Ocean para gravar a música Godspeed, do último álbum dele. Acontece que Frank é gay assumido e, por isso, Katonya Breaux, mãe do cantor, usou o Twitter para ironizar o discurso de Kim e dizer que perguntou para o filho se ele teria como cortar a participação dela em seu álbum. "Quero dizer, que droga. Hipocrisia e incitação ao ódio me deixam louca. Oportunista", escreveu ela.
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