Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira explica qual a relação das redes sociais na percepção corporal e impacto na saúde mental
A internet é uma ferramenta poderosa de comunicação e informação, que facilita e muito na rotina. No entanto, seu impacto na percepção da imagem corporal tem levantado preocupações entre especialistas em saúde mental. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira explica como as redes sociais podem ajudar a distorcer nossa imagem; entenda.
Segundo a especialista, os ambientes digitais desempenham um papel significativo na formação de percepções sobre beleza e corpo ideal, criando uma busca por um padrão de perfeição com relação à própria imagem.
"As plataformas digitais estão repletas de imagens editadas e filtradas que representam um padrão de beleza muitas vezes inatingível. Isso pode levar os usuários a se compararem constantemente, resultando em insatisfação corporal e baixa autoestima", avalia.
A psicóloga faz um alerta de que os jovens estão mais expostos a sofrerem com essa distorção de imagem e busca por uma aparência perfeita por conta da exposição nas redes sociais. Esse também é um período da vida de descobertas, o que influência também.
"A comparação incessante com influenciadores digitais e celebridades pode gerar ansiedade, depressão e transtornos alimentares. Jovens, em particular, são mais vulneráveis a esses efeitos, pois estão em uma fase de construção de identidade.", declara.
"Existe uma cultura da perfeição nas redes sociais, onde imperfeições são ocultadas e apenas os melhores momentos são compartilhados. Isso cria uma falsa realidade, fazendo com que as pessoas se sintam inadequadas por não corresponderem a esses padrões", complementa Letícia de Oliveira.
Para combater os efeitos nocivos do uso excessivo das redes sociais para distorção de imagem, a psicóloga sugere algumas estratégias e também enfatiza a importância da conscientização e educação sobre o uso responsável das redes sociais, principalmente entre crianças e adolescentes.
"É importante desenvolver uma relação saudável com as redes sociais. Limitar o tempo de uso, seguir perfis que promovem uma imagem corporal positiva e praticar a autocompaixão são algumas medidas que podem ajudar. Além disso, buscar apoio profissional é essencial para quem já sofre com distúrbios relacionados à autoimagem", menciona a especialista.
"Educar jovens e adultos sobre os riscos da comparação online e promover uma visão crítica sobre o que é consumido na internet são passos fundamentais para mitigar os efeitos negativos. É crucial que as pessoas entendam que a maioria das imagens nas redes sociais não reflete a realidade", finaliza.
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