HISTEROSCOPIA

Cirurgia de Lívia Andrade afeta a libido? Ginecologista explica impactos na vida sexual

Em entrevista à CARAS Brasil, a ginecologista Karen Morelli detalha procedimento feito por Lívia Andrade e elenca impactos na vida da mulher

Thaíse Ramos

por Thaíse Ramos

Publicado em 04/06/2024, às 17h20

Apresentadora Lívia Andrade foi internada recentemente, em São Paulo - Reprodução/Instagram

A apresentadora Lívia Andrade (40) revelou, esta semana, que foi internada para um procedimento ginecológico chamado histeroscopia cirúrgica e levantou inúmeras questões sobre o assunto. Pensando nisso, a CARAS Brasil conversou com a ginecologista e obstetra Karen Morelli para saber como funciona a técnica, contraindicações, cuidados, para quais problemas ela é costumeiramente usada e impactos na vida da mulher.

A artista contou, por meio do Instagram, que que precisou realizar o exame para remover uma alteração que apareceu em um exame após ter alguns sintomas, como sangramento, cólica e rosácea inflamada. "Fiz uma videohisteroscopia cirúrgica no Sírio Libanês, aqui em São Paulo. (...) Estou ótima, graças a Deus, foi um sucesso a cirurgia”, disse.

"Sempre falo e repito. Gente, está sentindo alguma coisa? Procure um médico, façam seus exames. É muito importante que vocês fiquem atentos aos sinais do corpo, que vocês conheçam o corpo de vocês. Porque, sim, ele dá o alerta. Uma dor de cabeça, febre, alguma coisa na pele, alguma inflamação, quando você toma o remédio e não passa. Vai investigar porque tem coisa aí”, continuou a apresentadora.

Existem vários tipos de histerectomia, que se referem à remoção do útero. A escolha do tipo de histerectomia depende de vários fatores, como a condição médica do paciente e o motivo da cirurgia. “Essas cirurgias podem ser realizadas de forma convencional aberta ou através de videolaparoscopia”, explica Karen Morelli.

Os principais tipos incluem: Histerectomia total: Envolve a remoção do útero e do colo do útero. Pode ser realizada de forma abdominal, vaginal ou laparoscópica. Histerectomia subtotal (ou parcial): Neste procedimento, apenas a parte do corpo do útero é removida, enquanto o colo do útero é deixado intacto. Também pode ser realizada de diferentes formas, como abdominal, vaginal ou laparoscópica. Histerectomia radical: Além do útero e do colo do útero, este procedimento envolve a remoção dos tecidos ao redor do útero, como parte da vagina, ligamentos e gânglios linfáticos. Geralmente é indicada em casos de câncer ginecológico avançado.

De acordo com a médica, o procedimento é indicado para situações clínicas graves ou que tenham o esgotamento de possibilidades clínicas de tratamento. “Em patologias como miomas uterinos, endometriose, sangramentos uterinos disfuncionais e cânceres ginecológicos, por exemplo”, informa.

CONTRAINDICAÇÕES

Segundo Karen, existem algumas contraindicações ou situações em que a histerectomia pode não ser recomendada. “Alguns dos principais fatores que podem contraindicar a realização do procedimento incluem a condição médica de alto risco, ou seja, pacientes com condições médicas graves, como doenças cardíacas descompensadas, insuficiência renal avançada, doença pulmonar grave ou outras condições crônicas significativas, podem não ser candidatos ideais para uma cirurgia major como a histerectomia”, ressalta.

“Desejo de preservação da fertilidade: Se a paciente deseja manter a capacidade de engravidar no futuro, a histerectomia pode não ser a opção preferencial de tratamento, a menos que seja absolutamente necessária. Em tais casos, alternativas menos invasivas podem ser consideradas. E contraindicações cirúrgicas específicas: Em algumas situações, como infecções graves, hemorragias incontroláveis, condições anestésicas desfavoráveis ou outras contraindicações cirúrgicas, a histerectomia pode não ser apropriada”, emenda.

A médica salienta ainda que é fundamental que a equipe médica avalie cuidadosamente cada caso e discuta as opções de tratamento, considerando as contraindicações específicas, os potenciais riscos e benefícios da histerectomia, bem como as alternativas disponíveis.

CUIDADOS APÓS A CIRURGIA

Os cuidados são essenciais para promover uma recuperação adequada e prevenir complicações. Entre os mais comuns após a cirurgia, é o repouso. “É importante descansar e evitar esforços físicos excessivos nas primeiras semanas após a cirurgia para permitir a cicatrização adequada”, destaca a ginecologista. “Medicação. Seguir rigorosamente as orientações médicas quanto ao uso de medicamentos prescritos, como analgésicos para controle da dor, antibióticos para prevenir infecções e outros medicamentos específicos para o pós-operatório”, acrescenta.

Segundo ela, ainda tem os cuidados com a incisão - manter a incisão limpa e seca, trocar os curativos conforme indicado pelo médico e ficar atento a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, calor ou secreção; além disso, evitar esforços físicos – como levantar objetos pesados, esforços físicos intensos e atividades extenuantes durante o período de recuperação, conforme orientação médica; e alimentação saudável - manter uma dieta equilibrada e nutritiva para promover a cicatrização e fornecer os nutrientes necessários para a recuperação.

“É preciso fazer ainda atividade física gradual, iniciar atividades leves conforme orientação médica, como caminhadas curtas, para ajudar na recuperação e evitar complicações como coágulos sanguíneos. Além do seguimento médico, realizar visitas de acompanhamento conforme agendado pelo médico para avaliar a recuperação, remover pontos, se necessário, e monitorar a saúde geral”, pontua a especialista.

LIBIDO E VIDA SEXUAL

Karen Morelli explica que a alteração na libido após a cirurgia de histerectomia pode ocorrer em algumas mulheres, mas não é uma regra para todas. Alguns fatores que podem influenciar a libido após a histerectomia incluem fatores físicos, estresse emocional, autoimagem, qualidade do relacionamento, aconselhamento.

“Em alguns casos, aconselhamento personalizado com um profissional de saúde sexual pode ajudar a abordar questões emocionais ou físicas que possam estar impactando a libido e encontrar estratégias para melhorar a vida sexual. É crucial lembrar que a libido é multifacetada e influenciada por uma variedade de fatores”, ressalta.

A cirurgia de histerectomia pode ter um impacto na vida sexual das mulheres, embora esse impacto varie de pessoa para pessoa. Alguns aspectos a considerar sobre a vida sexual após a histerectomia incluem Alterações físicas, recuperação emocional, orientação médica, experiências individuais, intimidade e comunicação.

“Manter uma comunicação aberta e honesta com o parceiro sobre preocupações, desejos e quaisquer mudanças percebidas na vida sexual pode ajudar a fortalecer o relacionamento e a adaptar-se às mudanças após a cirurgia”, diz. “É importante lembrar que cada mulher é única e pode ter experiências diferentes em relação à vida sexual após a histerectomia”, fala a ginecologista.

TEMPO DE RECUPERAÇÃO

O tempo de recuperação após uma histerectomia pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de diversos fatores, como o tipo de histerectomia realizada (abdominal, vaginal, laparoscópica), a extensão da cirurgia, a condição de saúde prévia da paciente e a presença de eventuais complicações pós-operatórias. No entanto, geralmente, pode-se esperar o seguinte em termos de tempo de recuperação:

Hospitalização: O tempo de internação após uma histerectomia pode variar de 1 a 2 dias, dependendo do tipo de procedimento realizado e da evolução pós-operatória da paciente.

Retorno às atividades normais: Em média, muitas mulheres podem retomar atividades leves dentro de 4 a 6 semanas após a cirurgia, como dirigir, trabalhar em casa e outras atividades cotidianas. No entanto, atividades mais extenuantes, como exercícios intensos, levantamento de pesos ou atividades laborais pesadas, podem requerer mais tempo para serem retomadas.

Recuperação completa: O tempo total para a recuperação completa e a retomada das atividades normais varia, mas muitas mulheres se sentem significativamente melhor dentro de 6 a 8 semanas após a cirurgia. Alguns aspectos, como a cicatrização completa da incisão e a recuperação total da energia, podem levar mais tempo.

Dra. Karen Morelli - Médica especialista em saúde da mulher. Formada em Ginecologia e Obstetrícia pela PUC-SP, com especialização em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO; A profissional também é aprimorada em Mastologia pelo IBCC, além de especialista em Imaginologia Mamária pelo CBR; Já foi preceptora da residência médica de radiologia em imaginologia mamária no HMCP da PUC-Campinas; Em 2022, adquiriu Fellowship em Ginecologia Regenerativa.

A ginecologista e obstetra Karen Morelli - Arquivo Pessoal

 

Thaíse Ramos

Thaíse Ramos é repórter do núcleo de pautas especiais do Grupo Perfil. Formada em Jornalismo, integrou as equipes de entretenimento do Estadão e Gshow e atuou ao lado do colunista Leo Dias. Ama música, cinema, moda e beleza. Instagram: @thaiseramoss

Saúde Lívia Andrade Saúde da mulher histeroscopia ginecologia

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