Após a Zefa no remake de Pantanal, Paula Barbosa investe na carreira musical. Ela gravou duas canções autorais em parceria com o marido, Diego Dalia
Paula Barbosa (37) ficou bastante conhecida do grande público quando deu vida a personagem Zefa no remake de Pantanal (2022), na TV Globo. Prima de Bruno Luperi (36) e neta de Benedito Ruy Barbosa (92), a artista acabou não acertando sua participação em Renascer – para quem não sabe, as versões atuais das duas novelas foram escritas por Luperi. Mas além de grande atriz, ela também é uma excelente cantora e resolveu investir na carreira musical e gravou duas canções autorais em parceria com o marido, Diego Dalia. Em entrevista à CARAS Brasil, Paula detalha os novos projetos e aponta motivo de não ter participado da nova trama das 9. “Não era para ser”, declara.
Sua voz foi um dos destaques nas rodas de viola de José Leôncio (Marcos Palmeira), em Pantanal. Agora, Paula se prepara para lançar novas músicas, retomando a carreira como cantora, iniciada em 2015, com o disco Vem. “Surgiram algumas ideias de novas músicas e eu resolvi, assim que acabou Pantanal, tocar isso com o Diego. É um processo um pouco demorado, porque surgem as ideias e a gente tem que ir transformando em algo concreto. Isso acaba levando um tempo. Então, meio que na metade, pro finalzinho de Pantanal, a gente começou a estudar sobre esse retorno à música e desde então estamos desenvolvendo essa ideia”, conta.
“Está sendo bem intenso o trabalho. Assim que acabou a novela, voltei pra São Paulo e começamos esse projeto, mas ainda tá em finalização. A gente faz, refaz, melhora aqui, melhora ali, acha que pode mudar uma coisa ou outra, isso acaba fazendo parte, mas agora já estamos na finalização. A minha ideia é sim fazer um pocket show, para apresentar pras pessoas. Ainda não está nada cravado, mas provavelmente vai ser desse jeito. Primeiro vou soltar nas plataformas e depois organizar um pocket show pra sentir um pouquinho o feedback do público”, emenda.
Com todo o sucesso na nova versão de Pantanal, por que a atriz, prima de Luperi, não está no remake de Renascer, também do novelista? Sem se aprofundar no assunto, a artista comenta: “A minha participação foi cogitada, mas no final não deu certo. Acredito que não era pra ser”.
Como falado anteriormente, Paula iniciou a carreira na música em 2015, deu uma pausa e está retornando agora, mas ela explica que não foi uma pausa consciente. “Quando lancei meu primeiro disco, foi no Rio de Janeiro, no Solar de Botafogo, no último dia de gravação da novela I Love Paraisópolis. Logo em seguida, descobri que estava grávida, então acabei fazendo alguns shows em São Paulo porque não queria viajar muito. Quando o Daniel nasceu (hoje tem 5 anos), veio toda essa intensidade da maternidade e acabou sendo tudo muito novo pra mim, mãe de primeira viagem. Por isso, acabei me dedicando 100% à maternidade nos dois, três primeiros anos de vida dele. Então eu parei a música, a atuação e inclusive um projeto no teatro que estava em andamento”, revela.
“Acabei dando esse tempo necessário para viver a maternidade. Logo depois, os meus planos de retomada acabaram ficando muito confusos, porque muita coisa aconteceu. Eu perdi meu pai de uma hora pra outra e foi uma fase muito difícil na minha vida. Cheguei a produzir uma peça de teatro e fiquei em cartaz em São Paulo. Quando estava levando essa peça para o Rio, que era a minha primeira produção, veio a pandemia e fechou tudo. Aí foi aquela loucura que ninguém sabia o que ia acontecer. Todo mundo estava com medo, sem saber o que viria depois, não tinha como fazer muitos planos. Foi muito assustador esse período”, continua.
A artista, então, acabou adiando esse retorno do que ela esperava. “Porém, essa coisa do fechamento fazia pulsar a minha vontade artística, então foi um período em que eu tive muitas ideias. Escrevi letras de músicas e histórias que transformei em roteiros de curtas. Escrevi também um texto para o teatro. Foi uma fase muito intensa nesse sentido criativo. Acho que o fato da gente estar ali naquele lugar acabou me inspirando bastante. Foram coisas que eu fui criando sem pretensões”, destaca.
CURTA-METRAGEM
E tem mais! Paula Barbosa vai lançar um curta-metragem até o final deste ano, dirigido e protagonizado por ela mesma. “Assim que acabou Pantanal, comecei a desenvolver as músicas, mas fiquei com aquela vontade de pegar algum outro projeto meu e fazer acontecer. Foi aí que surgiu a ideia de fazer o curta e participar de todo o processo. Foi uma produção independente, então participei de perto da pré e pós produção, além da direção. Escrevo as coisas já visualizando e dirigindo as cenas, uma característica do meu avô. Acho que aprendi isso com ele. Então existia essa vontade de dirigir também e participar da criação como um todo. Acho que o artista tem cada vez mais que aprender a se produzir, então fiz o disco Vem, meu primeiro projeto pessoal, depois veio a peça de teatro, que não era um texto meu, mas foi a minha primeira produção e em seguida o curta. Foi muito interessante e aprendi muito”, conta.
“Nunca tinha participado de todo o processo. Acho que é importante também não ficar esperando o cenário ideal pra fazer as coisas acontecerem. Eu já inscrevi projetos que não foram aprovados em editais e leis de incentivo, então não consegui captar verbas. São várias etapas bem complicadas, então eu quero aprender, ao máximo, a me produzir, assim posso fazer meus projetos, sem deixar parado. Por isso estou o tempo todo estudando e aprendendo. Já fiz cursos de produção executiva e agora estou fazendo um curso de direção para cinema. Acredito que o artista tem que ser completo. Sobre o lançamento do curta, a ideia é fazer alguma coisa junto com as músicas, de repente fazer uma exibição fechada junto com um pocket show. Ainda estamos decidindo como vai ser, mas será esse ano”, completa.
DIVISOR DE ÁGUAS
Pantanal foi um divisor de águas na vida de Paula Barbosa: “Foi muito especial em vários sentidos. Fico pensando se um dia isso poderá acontecer de novo, porque era uma novela do meu avô, que fez história na televisão, que mudou a carreira dele e consequentemente a história da nossa família. Fazer parte depois de mais de 30 anos e dar vida para uma das personagens, é inexplicável”.
E foi também a primeira novela das nove da artista. “A gente sabe que o alcance é diferente e a repercussão foi muito especial e diferente dos outros trabalhos que eu fiz. Acho que o mais valioso pra mim foi a experiência que a gente teve de realmente estar ali naquele lugar e ficar tão perto do que a gente estava contando através da história. Não é todo o trabalho que temos essa oportunidade, então foi muito valioso estar ali no Pantanal, até porque é complicado contar uma história a distância de algo que a gente não conhece. Eu nunca tinha estado lá e ter essa vivência foi fundamental para a construção da Zefa. Tudo lá é muito diferente para nós que estamos acostumados com a cidade, então acredito que isso foi o mais valioso”, fala.
CARREIRA ARTÍSTICA COMEÇOU CEDO
Paula iniciou a carreira artista muito cedo, aos anos, quando fazia teatro. “Sempre fui uma criança muito musical, gostava de cantar e atuar, então foi uma coisa bem natural para mim. Só que quando chegou o momento de terminar o ensino médio e escolher uma faculdade, acabei ficando perdida nessa fase. É muito cedo pra gente decidir o que fazer pro resto da vida. Como eu estava já envolvida no teatro e na música há muito tempo, já não sabia mais se era isso que queria mesmo ou se eu estava indo no embalo. Lembro que meu avô me chamou e disse pra eu ter o teatro como hobby e ir atrás de algo mais definitivo e concreto”, relembra.
“Depois que fiquei maior, entendi os medos dele, por tudo o que ele viveu e todos os momentos de insegurança dentro dessa área. Então, o meu caminho foi meio desviado, mas muito necessário pra conseguir voltar para o lugar certo. Entendi que posso fazer um milhão de coisas, desde que ao mesmo tempo esteja atuando e criando, sabe? Esse para mim é o principal objetivo. É o que amo e sei fazer, fora que acontece quase de forma instintiva. Nunca tive essa pressão para escrever ou compor, as ideias sempre surgiram de forma natural. Eu cheguei a fazer faculdade de Direito, dois anos e meio, depois fiz um ano de Fonoaudiologia e depois fiz um técnico em Estética pra entender que o que eu queria mesmo era trabalhar com aquilo que comecei aos seis anos”, ressalta.
SONHOS
Paula Barbosa ainda confessa seus sonhos. “Acho que ao longo da vida, a gente vai sonhando cada vez mais, mas o principal sonho, falando da minha carreira, é poder viver apenas da minha arte, sabe? Hoje sou uma pessoa que além de atuar e fazer os meus projetos, sou empresária também, um plano B na minha vida. Depois que engravidei, comecei a pensar que eu precisava de algo mais concreto. Acho que essa é uma questão de muitos artistas. Então, o meu maior sonho é viver única e exclusivamente da arte”, finaliza.
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