Em entrevista à CARAS Digital, Vitória Micheloni fala sobre sua estreia no HBO Max, preparação de filme sobre Silvio Santos e sonhos profissionais
"Sou uma atriz que gosta de contar histórias, e as histórias que eu acredito". A frase é de Vitória Micheloni (25) que estreou nas telinhas dos streamings recentemente e, agora, se prepara para estar nas telonas do cinema e nos palcos de São Paulo. Cheia de ambições, a jovem atriz vendia miçangas para complementar a renda, tem uma produtora de teatro, já viralizou nas redes e sonha em fazer uma comédia romântica.
Para ela, a atuação sempre esteve em seu sangue. Ela começou a fazer teatro aos 10 anos, na escola, e aos 13 descobriu que sua mãe também era atriz e, desde então, teve muitos incentivos por meio de sua família e da educação para seguir na carreira. "Sempre fui uma criança artística. Minha brincadeira favorita era fazer teatrinhos. Estava no meu DNA isso tudo", acrescenta.
Vitória faz parte do elenco de No Mundo da Luna, disponível no HBO Max, e também do filme O Sequestro, com Rodrigo Faro, que conta a história do sequestro sofrido por Silvio Santos e Patrícia Abravanel –longa que deve estrear em 2023. Além disso, ela também faz parte do grupo de teatro independente Cia das Madas, que produziu o espetáculo infanto-juvenil A Princesa dos Caminhos, que deve retornar aos palcos de São Paulo no segundo semestre.
Vitória explica que, em sua peça, conta as histórias de Anália Franco, Simone de Beauvoir, Elizabeth I e Dandara, grandes mulheres da história, de uma forma lúdica para debater assuntos como racismo, feminismo e até mesmo a maternidade. "Trazemos de uma forma mais para a comédia, com as personagens mais engraçadas, transformadas para contar a história na melhor linguagem possível para as crianças."
Além da paixão pelos palcos, ela diz que pôde se jogar na experiência do streaming, algo que não quer abandonar tão cedo. A artista também enfrentou o desafio de fazer sua personagem –uma jornalista que não gosta tanto assim de pessoas– crescer mesmo com poucas falas. "Fui para me arriscar, quem faz o personagem ser grande ou não é o ator."
Outra experiência que alavancou sua carreira foi ter viralizado nas redes sociais. A artista fez um vídeo de comédia sobre a novela Pantanal, da Globo, e alcançou mais de 19 milhões de visualizações no TikTok, aparecendo até na televisão. Apesar de não ter almejado a carreira de influenciadora digital, ela explica que agora entende a importância das redes e ainda está entendendo como usá-las.
"Me sinto um peixe fora d'água. Viralizei, mas eu não era tão presente nas redes. Ainda estou começando a entender o que eu quero falar nas minhas redes sociais. Acho que vem para me ajudar na minha profissão como atriz, para mostrar o meu trabalho, mas também é muito difícil achar seu rumo. Aconteceu comigo o caso Cinderela", diz, em entrevista à CARAS Digital.
Para o futuro, ela diz que, além de viagens e novos trabalhos, pretende continuar estudando e se preparando para os lançamentos que vem em 2023. "O ator nunca está pronto, tem que continuar se reciclando, se experimentando e sempre treinando o ofício", acrescenta.
Confira a seguir trechos editados da entrevista com a artista, que comenta sobre o início de sua carreira, principais inspirações, outros trabalhos além da atuação, o sonho de atuar em uma comédia romântica e os desafios de estar no cinema, streaming e teatro.
Quais foram suas primeiras inspirações?
Cresci assistindo ao Sítio do Pica-Pau Amarelo. Eu queria muito ser a Emília, ficava vendo a Isabelle Drummond e queria ser amiga dela. Também cresci assistindo muito a TV Cultura, então me inspirei na Rosi Campos, do Castelo Rá-Tim-Bum. Além da televisão, ela fazia teatro infantil. Ela anda nesse mundo que eu quero perseguir.
Você tem uma companhia de teatro independente, como foi o período da pandemia de Covid-19? Precisou fazer algo para complementar a renda?
A cultura foi a primeira área a ser parada e a última a voltar. Tivemos algumas dificuldades financeiras e todo meio artístico precisou se reinventar, e então comecei a fazer miçangas. Começou em uma brincadeira e comecei a fazer, para distrair a cabeça. Algumas amigas e familiares começaram a pedir, e eu pensei que poderia ser bom. Comecei a consumir moda e gastronomia mais artesanal.
Você é uma atriz que começou nos palcos do teatro. Como foi trabalhar para o streaming?
Pela primeira vez eu não tive medo, fui para me arriscar. E foi muito diferente! Aí me encontrei muito com a Maria Clara Gueiros, que também veio dos palcos. Fazer parte de uma produção do streaming é estar fazendo um trabalho que realmente pode durar por muito tempo, ter outras temporadas e ter continuações.
Tem algum formato que você sonhe fazer?
Sou uma atriz que vou ali para o lado da comédia. Cada vez mais o mercado da comédia romântica está chegando no Brasil, quero também entrar nisso. Meu grande sonho é fazer uma comédia romântica. É muito taxado como um besteirol, mas é uma vertente injustiçada. Ela traz o drama, comédia, lúdico… Pode andar por diversos caminhos para contar aquela história. E é muito popular, está na cultura do povo brasileiro.
Cada vez mais as redes sociais estão inseridas em todas as profissões. Qual a sua relação com elas?
Ainda estou começando a entender o que eu quero falar nas minhas redes sociais. Acho que as redes vêm para me ajudar na minha profissão como atriz, mas também é muito difícil achar seu rumo. Tem o lado mau também, que traz ansiedade e todo aquele boom de informação, até mesmo com o vício na tela. Mas acho muito importante saber o que estou consumindo. Mas, gosto de usar as redes sociais para mostrar meu trabalho.
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