Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz de Cara e Coragem falou sobre a peça Vista, que está em cartaz em São Paulo
Após brilhar na tela da Globo como a delegada Marcela, em Cara e Coragem, a atriz Julia Lund agora se dedica à temporada do espetáculo Vista, em São Paulo, que terá apresentações até o dia 2 de julho. Em entrevista à CARAS Brasil, a artista abre sua primeira experiência solo e comenta projetos que planeja para o futuro, ao lado de seu núcleo, a Polifônica.
"Eu nunca tinha pensado em fazer solo, sempre tive medo. Está sendo uma experiência muito forte, a mais forte da minha carreira", começa. No teatro, a artista de Cara e Coragem faz o espetáculo solo inspirado no livro Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy, que conta a história de um crime de estupro que aconteceu em 2016, no Rio de Janeiro, às vésperas do início da Olimpíada, em um dos principais cartões postais da cidade.
Para Lund, o espetáculo, produzido em seu núcleo de pesquisa e direção artística, carrega a importância de criar o debate sobre os crimes de violência sexual, e que é nítido o desconforto e reflexões que a peça transmite para os espectadores. "É um dos crimes mais invisibilizados. O silêncio só protege os agressores. É muito importante levar esse assunto para o palco, fazer com que as pessoas reflitam sobre esse problema. É uma história de sobrevivência, de uma metamorfose social."
Antes de retornar aos palcos, a artista pôde ser vista em Cara e Coragem, como a delegada Marcela. Julia Lund diz que viu semelhanças entre o folhetim da Globo e sua peça teatral, já que, em determinado momento do espetáculo, também faz a voz de uma delegada. Porém, ela ressalta que cada produção requer uma preparação distinta.
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"A [delegada] da novela era justa, uma pessoa atenta e com uma escuta muito legal. Já a do livro é mais dura, não tem tanta escuta para a vítima", completa ela, que diz ter feito uma preparação física com treinos para viver a personagem de Cara e Coragem. "O teatro cada dia é diferente, não sinto que eu estou pronta. A televisão te dá essa visibilidade que o teatro não dá, é uma coisa mais fechada."
Para o futuro, a atriz diz que pretende explorar mais uma faceta de seu trabalho, a do audiovisual. Em seu núcleo, fundado em 2014, ela diz ter encontrado o engrandecimento necessário para fazer seus próprios papéis e projetos. "Hoje me sinto uma artista, empreendedora. Claro que eu adoro ser convidada para fazer trabalhos, mas é muito bom ser sua própria 'chefa'", brinca.
Ao lado do marido e do irmão, ela prepara uma adaptação para os cinemas do livro Uma Duas, de Eliane Brum. Além disso, ela também tem planos para levar o espetáculo Vista para outros estados do Brasil e até mesmo outros países. "Acho que a peça precisa circular, vou batalhar para isso acontecer", completa.
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