Atriz e cantora Isabel Fillardis estreia o show Refeita, no próximo sábado, 30, em São Paulo, após longa pausa para tratar um câncer na língua
Antes de se tornar uma atriz conhecida do grande público, foi na música que Isabel Fillardis (50) iniciou sua carreira artística, nos anos 1990. E agora, ela se prepara para retornar aos palcos com a estreia do show Refeita, que será realizado no próximo sábado, 30, em São Paulo. Em entrevista à CARAS Brasil, Fillardis relembra momento difícil da vida, quando precisou dar uma pausa por conta de um câncer na língua. “Mexeu com a minha alma”, confessa.
Para quem não sabe, a artista foi integrante do grupo As Sublimes – o nome é uma referência ao The Supremes, grupo vocal de Diana Ross (80) – que ficou bastante conhecido nos anos 1990. Com a canção Boneca de Fogo, chegou ao topo das paradas de sucesso. No entanto, a carreira de atriz falou mais alto, principalmente depois de estourar com a personagem Ritinha, na versão original de Renascer (1993), que marcou sua estreia na TV.
Fillardis volta aos palcos no show Refeita, que faz sua estreia nacional no próximo sábado, às 22h30, no Blue Note São Paulo. "O desejo de voltar a cantar veio com a possibilidade de, talvez, não voltar mais a falar", destaca a artista, que foi diagnosticada com um câncer na língua no final de 2013, logo após dar à luz seu terceiro filho, que poderia impedi-la de cantar ou até mesmo falar normalmente. "Isso mexeu com a minha alma, com a minha alma de artista, mexeu com esse dom que recebi. E isso me fez retomar o caminho, porque foi na música que tudo começou para mim", continua.
O título do show reflete a vida de Fillardis. "São canções que falam e contam um pouco da minha história. São referências musicais que eu tenho ao longo da minha trajetória no canto. Tem canções de artistas que são referências para mim, como Sandra de Sá e Tim Maia. Também faço algumas releituras, entre elas, uma música do Benito de Paula. No geral, vou apresentar um repertório de black music e R&b, americano brasileiro", explica.
Ela ainda reforça que apesar de emendar uma novela na outra nos últimos anos – atualmente também viaja pelo país em turnê com a peça Abismo de Rosas – nunca deixou de cantar. "Minha relação com a música começou de uma forma muito genuína, ainda adolescente, dentro de casa, com meu micro system. Levava para o banheiro e imitava minhas cantoras favoritas: Diana Ross, Marisa Monte e Sandra de Sá. E imitava Michael Jackson também, e por aí vai”, fala.
“Depois disso, comecei a cantar em viagem com amigos, na época de modelo, como voz e violão. Os amigos levavam violão e eu sempre cantava junto. Todo mundo começou a elogiar, dizer que eu tinha uma voz bonita, mas sempre levei na brincadeira. Até que surgiu o convite para fazer audição para o grupo As Sublimes, que foi onde tudo começou para mim, artisticamente falando", completa a artista.
A necessidade de se refazer é tanta, que ela já começou a escrever sua biografia. Ainda sem título definido, planeja lançar no fim deste ano. Também no segundo semestre, poderá ser vista no cinema, com o filme Madame Durocher. O longa conta a história de Durocher, francesa que chegou ao Brasil em 1816 e se tornou a parteira mais conhecida no Rio de Janeiro, atendendo indigentes, prostitutas e a família real portuguesa. "Essa sou eu, plural, uma artista que tenta não se limitar, mas que tem a música como norte", finaliza Fillardis.
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