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Em nova novela, Giulia Gam será 'alpinista artística' que usa adoção para se promover

Giulia Gam será um dos destaques de 'Sangue Bom', próxima novela das 7. Ela irá interpretar uma atriz que adota filhos de diferentes etnias para aparecer na mídia. Em entrevista à CARAS Online, a artista fala sobre o desespero das estrelas com a fama

Renan Botelho Publicado em 28/01/2013, às 16h12 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Giulia Gam - Divulgação/ Globo
Giulia Gam - Divulgação/ Globo

“Uma pessoa ‘canastrérrima’”. Foi assim que a autora Maria Adelaide Amaral (70) descreveu Bárbara Ellen, uma artista com senso midiático apuradíssimo, para Giulia Gam (46), que irá interpretar a personagem na próxima novela das 7, Sangue Bom, na Globo. A atriz, que esteve em Amor Eterno Amor, pretendia ficar longe da televisão em 2013, mas se encantou com o papel e aceitou o convite.

“A Barbara é o oposto das escolhas que eu fiz na minha carreira”, conta Giulia em entrevista à CARAS Online, durante sua preparação para viver a ‘alpinista artística’ – como ela mesma define. Na sinopse da personagem, as diferenças ficam claras. “Maria da Conceição da Silva mudou seu nome para Bárbara Ellen. É uma atriz, de família humilde, que aprendeu desde cedo que os fins justificam os meios, mas seu talento é inferior ao gênio ruim”, diz a global, que lê o texto da trama e se diverte.

A personagem, apesar de apelar para comédia, não deixa de ser uma crítica às estrelas que fazem de tudo para aparecer na mídia. Bárbara tem uma lista de ex-maridos, todos diretores de cinema ou televisão, e descobriu uma fórmula de sempre aparecer nas revistas: adotar crianças de várias etnias, no melhor estilo Angelina Jolie (37) e Madonna (54).

Sangue Bom estreia em outubro na Globo, com autoria de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari (34), com direção de Dennis Carvalho (66). 

Leia a entrevista completa:

- Está pronta para começar a gravar ‘Sangue Bom’?

- Estou muito animada, mas ainda não ‘estreio’ nas primeiras gravações, que devem começar na próxima semana. A gente fez leituras, que é uma coisa ótima que não fazia há muito tempo, porque fazia tempo que não trabalhava com o Dennis. É muito bom ler com os autores presentes. Eles dividiram por núcleo, fizeram worshops interessantíssimos para gente entrar no universo da novela mesmo.

- Como é a Bárbara?

- Ela é terrível. Não tem a menor noção do peso dos seus atos. Ela só pensa em fazer sucesso e ascender na televisão, não tem nenhuma preocupação de ser atriz, de estudar linguagem, de conceito... Ela usa a sedução, o casamento com diretores e faz tudo para ficar na mídia. Ela está sempre três tons acima. É uma caricatura. 

- Você conheceu atrizes como ela ao longo da sua carreira?

- Acho que no Brasil, não. Queria até conhecer mais, encontrar alguém assim de perto. Uma das referências que a gente tem é o filme Crepúsculo dos Deus, mas é outro tipo de glamour. Não conheci alguém assim, não sei se no auge da televisão existiu alguém capaz das coisas que ela faz... talvez nos anos 80, não sei.

- Mas nenhuma atriz que cria fatos para aparecer?

- Ah, isso sim. Mas não do nível da Bárbara [risos]. Ela esconde a mãe [será interpretada por Fafi Siqueira] dela em manicômios porque tem medo de ela contar as verdades para alguém. A novela retrata bastante esses dois mundos: da imagem que você vende, do personagem que você veste, que ela criou... Eu como atriz tenho que ser inteligente para não virar clichê. E também mostra, em outro núcleo, onde tem uma história das quadras de samba, essa turma que preserva seus valores.

- E o que você acha desse desespero por aparecer?

- Acho que são escolhas. A Bárbara Ellen é o oposto das escolhas que eu fiz na minha carreira. Ela optou por um sucesso, uma imagem, é uma alpinista artística, digamos assim... A mídia é uma coisa muito recente. Na minha época, você tinha críticos, não tinha paparazzi. Esse assédio no Brasil é mais recente, de 2000 para cá. Não peguei isso. Hoje em dia é tanta informação que a gente acaba nivelando por baixo a exigência, o interesse. 

- Quantos filhos a Bárbara vai ter na novela?

- Vários [risos]. Ela tem uma filha biológica, que é a Malu [Fernanda Vasconcellos], que nasceu de um casamento com um cineasta intelectual [vivido por Herson Capri], que ela acha o trabalho chatíssimo. Tem a Amora [Sophie Charlotte], que é a mais velha dos adotados e é uma it girl, que também vive da mídia. E daí ela tem mais três crianças, entre elas um menino branco, com a pele cor de leite, que ela afirma que resgatou ele da África e que ele é 100% negro, e outra que ela diz ter resgatado das profundezas da Amazônia.

- Você pensa em adotar um filho?

- Acho maravilhoso essa disponibilidade de afeto. Mas não é algo que esteja nos meus planos agora. Admiro muito as pessoas que adotam crianças. Acho que é um dos maiores amores do mundo.