Na Bahia, ela chega aos 52 anos com ideais renovados e a consolidação de seu programa de TV
Ao percorrer o Centro Histórico de Salvador, onde desembarcou com seu 'Caminhão do Encontro', Fátima Bernardes recebeu presentes inesquecíveis pelos 52 anos (que ela completa nesta quarta, 17): muito axé e o carinho in loco do público. A cada passo dela, pedidos de selfies e abraços. “Você é linda pessoalmente. E mais magra!”, disse uma fã sobre sua beleza e boa forma — 61kg em 1,69m. “Quero foto com o Bonner também, ele é bonitão”, gritou outra, citando o marido de Fátima, William Bonner (50), com quem ela dividiu por 14 anos a bancada do Jornal Nacional.
“Vivo um momento muito feliz. Vejo que o programa se consolidou. Ninguém falou comigo hoje sobre o JN. Para mim, é uma conquista imensa”, analisou sobre o matinal, desde junho de 2012 no ar. Com mais de 580 edições, pela segunda vez, após Belo Horizonte, foi apresentado fora do estúdio, com plateia de 60 pessoas e direção de projetos especiais de Mário Marcio Bandarra (59). Nos dois dias em que CARAS a acompanhou com exclusividade, Fátima atendeu a todos com sorriso e dançou ao som do Olodum.
A credibilidade e a simpatia conquistadas em 25 anos de jornalismo na Globo e, agora, no entretenimento tornaram-na uma das apresentadoras mais carismáticas do País. “Sempre acreditei que a televisão é um veículo transparente, em alguma hora você mostra quem é. Não sei interpretar e as pessoas percebem, dizem que sou o que imaginam. Isso é um elogio”, ressaltou.
Na entrevista, ela fala de idade, da adolescência dos filhos, Laura, Beatriz e Vinícius (16), e sobre a união com Bonner, com quem fará, em fevereiro, bodas de prata.
Em algum momento ter sido com seu marido o “casal 20 do jornalismo” prejudicou a união?
Não. E sempre fomos discretos. Nunca houve nada que as pessoas pudessem dizer: ‘Oh!’. Nossa preocupação era preparar as crianças para saberem que muita coisa que é dita sobre nós não é real.
Há receita para chegar a quase 25 anos de casamento?
Se você admira, está sempre renovando a relação, com olhar diferente para o parceiro. Se não tiver isso, quando passa a fase empolgada do início, daquela paixão, o que vai ficar? Vejo no William uma pessoa a quem admiro, e acho que é recíproco. Isso faz com que tenhamos um grande prazer em estar juntos.
Como é ser mãe de três filhos adolescentes?
Estou começando a aprender. Eles não estão ainda na fase de balada, têm as reuniões, que chamam de ‘social’, na casa de amigos. Acho ótimo, é melhor do que boate, primeiro porque eles ainda não têm idade para isso. Lá em casa é assim, o que é permitido é permitido, o que não é, sabem que não há negociação. Daqui a pouco vão fazer 18, tirar carteira, então começará a fase que vai me preocupar. Mas são muito tranquilos. Vinícius já namora há mais de um ano. As meninas, ainda não.
Acha que William aceitará bem os futuros genros?
A gente não é encanado com isso, conversamos sobre tudo com as crianças. William só brinca com as meninas que vai atender o telefone e dizer que elas já saíram com outro. (risos)
O que a tira do sério?
Não sou de estourar. Mas, detesto, por exemplo, sentir fome. Brinco que o programa nunca poderia ir até às 12h30, porque iria me pegar em um momento de horror. Agora, me causa indignação a falta de educação no trânsito, as pessoas não terem o mínimo respeito pelo outro. Ah, outra coisa que me tira do sério é a TPM. Coitado do William. Fico chata, irritadiça, choro mais. Até as pessoas em volta devem notar.
São 27 anos de Globo. Como lida com a idade, o passar dos anos diante do público?
Em alguns momentos, me acho melhor agora do que antes. Mas, apesar dos avanços tecnológicos na área de beleza, é uma guerra que não tem jeito. Preciso é ficar o melhor possível para a minha idade. Faço botox há 10 anos, mas sempre suave. Quando sentir necessidade, farei plástica. Não sou contra. Por enquanto, estou bem assim.
Como vê sua trajetória?
Surpreendente. A tendência é acharem que você deu sorte ou foi simples. Comecei como todo mundo, fiz concurso para a Globo, me dediquei, ralei muito. Acho que tudo veio a seu tempo. As pessoas falam de crise dos 40, 50, acredito que tive a dos 45. Ali me dei conta que estava há 10 anos no JN. Me questionava quanto tempo ainda continuaria com a mesma disposição. Não sabia responder. Lá fiz tudo, eleições nacionais, internacionais, eventos esportivos, ancoragens de grandes tragédias. Então, comecei a pensar que poderia tentar outra coisa.
Qual a principal diferença da Fátima de hoje em relação àquela do início da carreira?
Mais nova, você tem inseguranças. Hoje, não tenho todas as certezas, mas, diante de dificuldade, acabo contornando. Muita coisa não mudou, como a inquietude, que me ajudou a trocar o jornalismo pelo entretenimento, o olhar sempre brilhando e também não medir esforços. Comecei aos 16, 17 anos, na dança, poderia estar aposentada pelo período de contribuição, mas sou apaixonada pelo que faço.
Sente-se totalmente confortável hoje na atração?
Já aprendi muito, mas ainda estou me descobrindo com o perfil de poder dançar, brincar com os colegas Marcos Veras e Lair Rennó no ar. Não é uma guinada fácil. Mas acho que a atração vive um grande momento e tem coisas emocionantes. Um dia, ouvi da mãe de um autista que eu e o Encontro transformamos a vida dela e do filho com programas sobre o assunto. Foi um enorme presente para mim. Os temas não são fáceis. Até que ponto quem não tem nada a ver com o problema quer ser cutucado? Tentamos mostrar a importância de informar sobre essas questões tão duras.
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