Solteiro, ele conta como encara o amor, cria as filhas e multiplica-se na carreira
Ator há dez anos, mas há 12 trabalhando na TV, Juan Alba (44) se prepara para Retornar às origens. Ele, que fez seu début na telinha à frente do extinto jornalístico Brasil Verdade, é o apresentador do novo programa Preço Certo, um game show com direito a muitos prêmios, com estreia prevista para este mês, na Record. "É um desafio, mas acho que tenho energia para lidar com os concorrentes e o público. A função exige que eu deixe de lado os personagens e me mostre mais, seja mais eu mesmo. Faço muitos eventos pelo país. Então, de certa forma, estou acostumado a isso", justifica, no Castelo de CARAS, em Tarrytown, NY.
O desafio revela apenas mais uma faceta de Juan. Além da participação especial na minissérie A História de Ester, da Record, com estreia prevista para dezembro, ele também investe na música e segue se apresentando com o projeto Amor em Recortes, em que faz um apanhado de textos, poemas e canções sobre as agruras do sentimento. "Na verdade, todo mundo quer ter alguém, aquela pessoa para pensar. Peguei os dramas dos amigos e fiz uma colcha de retalhos", explica, afirmando acreditar que as pessoas nunca estão satisfeitas. "Quem está namorando quer ficar sozinho e ter liberdade. E quem está sozinho quer a companhia de alguém", analisa ele, atualmente solteiro e pai de duas filhas, Victoria (17) e Valentina (13), do casamento de 13 anos com Ludmila Alba (43).
- Como está a expectativa para o Preço Certo?
- É um programa que já faz sucesso há 58 anos em países como Portugal e Inglaterra. Acho que isso vai se repetir aqui, pois independentemente da classe social, todo mundo quer ganhar alguma coisa, nem que seja uma canetinha (risos).
- Qual o diferencial para as outras atrações do gênero? Você não acha que este formato já está muito defasado?
- Não. O ser humano é competitivo por natureza, não gosta de perder nem no par ou ímpar (risos). Além disso, o público é jovem, misto, tem auditório. E os games são inteligentes e emocionantes. Com certeza, vão prender a atenção do telespectador, mesmo que esteja apenas zapeando.
- Quem você tem como referência de apresentador?
- Não tem como não pensar no Silvio Santos. Ele tem carisma e o dom de se comunicar e mexer com o auditório.
- Você atua, canta, apresenta... Tem alguma preferência?
- Sou um ator que canta e também apresenta. A minha intenção é ser o mais completo possível, fazer televisão, cinema, musicais e trabalhos como mestre-de-cerimônias.
- Como surgiu a ideia de criar o Amor em Recortes?
- Todo mundo quer ter alguém em quem possa pensar. Eu, particularmente, acredito no amor e em uma relação amorosa que possa ser bacana, saudável, positiva. Peguei um pouco das minhas observações e experiências, juntei com histórias de amigos e dei um tom mais humano e bem-humorado ao tema. As pessoas sofrem, mas a grande sacada é poder se divertir com isso. Fiz uma colagem de autores e poetas que falam sobre esse amor perfeito que a gente busca e nunca acha. Essa utopia das mulheres de achar que o príncipe encantado vai aparecer no cavalo branco... isso não existe!
- Então, você realmente não se considera um homem ideal?
- Não. Mulher que achar isso de mim vai acabar é caindo do cavalo (risos).
- Após ter sido casado durante 13 anos, teria um outro envolvimento nesse nível?
- Por que não? De forma nenhuma estou descrente. Tive uma relação muito bacana durante todo esse tempo com uma mulher que respeito e admiro muito, mãe das minhas filhas, com quem tenho um ótimo relacionamento. Acho que ter sido casado só me fez acreditar que isso é possível e bom. E eu só creio na felicidade a dois. A pessoa até pode ter momentos felizes sozinho, mas ter alguém é algo que completa.
- O que procura na mulher?
- O mesmo que procuro na vida. As relações amorosas envolvem questões mais intensas. Procuro sempre verdade, sinceridade, honestidade e caráter. A pessoa saber reconhecer um erro também é algo fundamental.
- É difícil ser pai de duas adolescentes? Como educa?
- Sou privilegiado por ter duas meninas incríveis. Todo mundo idealiza o tipo de relacionamento que gostaria de ter com os filhos. O meu com elas é realmente da forma com que eu sempre sonhei. Tenho abertura para que elas venham me contar as alegrias, angústias, incômodos. Acho que a melhor forma de a gente conviver é falando a verdade, preservando sua intimidade e sua individualidade.
- Ter sido modelo deixou você mais vaidoso? Como se cuida?
- Modelei dos 20 aos 32 anos e obtive a consciência da vaidade e a noção de saber o que me favorece atualmente. Sei que quanto mais velho, mais vaidoso você fica porque tem que se cuidar. Para manter a forma, gosto de atividades que me divirtam como corridas e jogos de tênis.