Para manter a harmonia, a noiva deve escolher peças que componham o visual com o vestido
A noiva pode - quase - tudo. Afinal, o dia é dela. O vestido, longo ou curto, clássico ou moderno, romântico ou despojado, é sempre especial. Cada corte, cor e bordado, é sonhado com carinho e transformado em realidade com perfeição. Mas para manter a harmonia, os acessórios também devem ser escolhidos com cuidado. "Grinalda e tiara, vestido e joias, devem se completar e nunca brigar entre si", diz Carin Mofarrej, proprietária da joalheria Momussk.
"Se a noiva está de véu e grinalda, já há muita informação" ensina Beth Salles, dona da loja de acessórios homônima e consultora do Senac São Paulo. "O que importa é o conjunto. Por isso, um brinco solitário na orelha, pequeno ou médio, é mais recomendado", diz Beth. A mesma medida de elegância e bom senso vale para quem vai usar o cabelo preso. "Brincos compridos alongam, mas o resultado depende também do véu e do vestido". Quem opta por um modelo de um ombro só, por exemplo, deve preferir brincos com no máximo cinco centímetros. E a verdadeira arma contra o exagero é experimentar tudo antes!
Noivas modernas, com vestidos de corte reto e cabelos semipresos em coques mais soltos, podem usar tiaras bem leves, como um fio de diamantes ou pérolas. Um pente de estilo art déco atrás da cabeça ou peças com desenhos mais
abstratos ou geométricos também são ótimas opções. Na praia, uma guirlanda com flores naturais e pérolas cria um belo efeito. Já nos casamentos mais tradicionais, quando a estrela da noite opta pela mantilha, que fecha mais para frente e tem uma renda que termina quase na orelha, o melhor são minipentes, barretes e tiaras. Quando a escolha é pelo véu mais liso, pentes, flores ou um barrete ficam lindos sobre o coque.
As peças não precisam, necessariamente, ser um conjunto, iguaizinhas. Mas é fundamental que exista coerência e linhas parecidas. Não dá para usar, por exemplo, flores ou joias muito rebuscadas com outras de traços simples e desenhos geométricos. Pulseiras e muitos anéis, pelo menos para a noiva, também não são recomendados. "A simbologia da cerimônia, pura e cheia de energia, deve ser transmitida por meio de mãos belas e leves", diz Carin. Correntes delicadas e crucifixos são permitidos. Mas o que está mesmo na moda são as joias de família - quando elas existem - ou envelhecidas. Essa qualidade de se manter atual com o passar dos anos tem a ver com a desejada eternidade do casamento. Peças de ouro branco, pérolas e brilhantes ainda são as mais requisitadas pelas noivas, mas não são uma regra. "Árabes, libaneses e judeus ortodoxos, por questões culturais, usam muito ouro amarelo", conta a designer de joias Bibiana Paranhos. Toques coloridos são raros, mas não menos chiques e requintados. "Pela tradição da cor azul trazer sorte, as águas marinhas, safiras e topázios são interessantes", diz Bibiana. E as esmeraldas e os brilhantes coloridos - em tons de amarelo, marrom, rosa e champanhe - também têm espaço garantido.
A máxima "menos é mais" é unanimidade entre especialistas quando o tema é casamento. E a regra vale para noivas e madrinhas. Mas essas últimas não devem se esquecer que as figuras mais importantes do altar são a noiva e sua mãe. Assim, "aparecer" demais pode ser uma gafe. Uma dica básica é usar acessórios mais discretos com vestidos muito bordados e joias mais chamativas com roupas lisas e de uma cor só. Um broche na cintura ou um brinco de várias caídas com um bracelete dão uma boa bossa. Mulheres acima de 50 anos, e com decotes em V profundos ou canoa, podem apostar nos colares para disfarçar possíveis rugas no pescoço e no colo.
Já para os noivos, os prendedores de gravata estão em desuso. Abotoaduras e, no máximo, um relógio bem clássico, de linhas retas, podem ser elegantes e dão charme. De resto, a joia mais brilhante dessa festa é o sorriso da mulher que ele espera no altar.