Ex-Trem da Alegria, Luciano Nassyn faz 40 anos: 'Quero deixar minha marca no rock'

Prestes a completar 40 anos, Luciano Nassyn fala sobre o sucesso na infância com o Trem da Alegria e diz que quer deixar sua marca no rock brasileiro

Kellen Rodrigues Publicado em 05/07/2013, às 15h06 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Luciano Nassym - Arquivo Pessoal e Divulgação

Quem era criança nas décadas de 1980 e 1990 certamente já cantou músicas do Trem da Alegria - o fenômeno infantil da época – e lembra de Luciano Nassyn, Patrícia, Juninho Bill e companhia. O tempo passou e, claro, as crianças cresceram. Quase 25 anos após deixar o grupo, Luciano fala com carinho do período de Trem, mas deixa claro que tem muito mais a mostrar do que as lembranças do passado.

O garotinho que usava cabelo chanel está completando 40 anos e vai comemorar do jeito que mais gosta: no palco, com muito rock and roll. Ele lança a música Cara de Pau, integrante do EP Satélite, no sábado, 6, no Na Mata Café, em São Paulo.

Já em clima de comemoração e prestes a botar o pé na estrada para shows pelo Brasil, Luciano faz uma avaliação da carreira, fala do sucesso da infância e de seu novo trabalho. “A fila anda, é importante isso acontecer, não ficar só no passado e virar peça de museu”, brinca.

Sucesso precoce

Mesmo quando um hit como Uni, Duni, Tê fazia sucesso com a criançada e o Trem era presença certa em programas de TV, Luciano diz que a fama não mudou sua rotina de criança. “Eu andava de carrinho de rolimã, de skate, brincava na rua. Tinha responsabilidade, mas tinha as minhas brincadeiras”, lembra. “Eu levava sempre tudo como uma grande brincadeira, isso era uma coisa que meu pai e minha mãe falavam. Era uma brincadeira muito responsável, dava a entender que isso poderia acabar em algum momento, como toda brincadeira acaba”, continua. “Você tem que se perguntar se ama o que está fazendo, daí você não corre o risco de pirar”, ensina.

Do período, ficaram aprendizados. “Aprendi que o artista sem o fã não é nada, sempre tive muito respeito por eles, tratava os fãs como meus amiguinhos”, conta. A amizade também permaneceu com os integrantes da banda. Luciano vai dividir o palco com Patrícia Marx no show em São Paulo. “Tenho amizade com Juninho, com a Amanda, com o Rick e com o Rubinho”.

 

O 'baque' após o ‘Trem’

Quando saiu do grupo, Luciano passou três anos apenas estudando música e se dedicando a aprender instrumentos musicais. Quando voltou à carreira, já com 18 anos, encontrou o mercado diferente, com certa resistência. “O baque foi tão grande que disse ‘quer saber? vou fazer outra coisa'. Senti falta dos holofotes, lógico, seria demagogo se falasse que não, mas passou”.

Foi então que ele resolveu apostar em outra profissão. “Resolvi partir para outro lado, conhecer o ‘outro mundo’ e comecei a trabalhar com vendas. Adorei, cresci muito nessa época. Você começa a dar valor a mais às coisas”, diz.  Mas a ‘música nunca saiu do sangue’ e ele seguia fazendo algumas apresentações. Até que resolveu investir novamente pesado na carreira, já com 28 anos. “Quem bebe água dessa bica nunca muda”, diz entre risos.

No ritmo do bom e velho rock and roll

Luciano nunca abandonou o rock – foi inspirado em Elvis Presley, aliás, que conquistou os jurados no extinto Festival Internacional da Criança, no SBT, que o revelou para a música e lhe rendeu convite para formar o Trem da Alegria. Em 2012 começou a produção do primeiro EP da série Cidade Lunar, chamado Satélite, com arranjos de sua autoria. “Tive proposta pra fazer sertanejo, mas não me vendo”, conta.

Casado há seis anos, ele conta com a ajuda da mulher, Denise, e adia os planos de ter filhos para se dedicar totalmente à música. “Estou na batalha de trazer a energia que a gente tinha no rock dos anos 80”, diz. “Não consigo me ver sem palco hoje, preciso estar no palco, fazer show, não sei como consegui ficar tanto tempo longe”, fala. “Quero deixar minha marca na música brasileira como o Luciano Nassym, um cara que fez bom rock and roll para a turma ouvir, não só o Trem da Alegria. Fico muito agradecido, mas passou. Quero que as pessoas lembrem do meu trabalho de hoje”.

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