"Hoje vivo de um jeito perfeito, de entrega total. Tenho tempo para compor e viajar para shows", disse a cantora sobre seu dia a dia
A trajetória de Dora Vergueiro (38) é marcada por muitas histórias fascinantes. Na infância, a cantora convivia intimamente com ícones da MPB, como Tom Jobim (1927–1994), Nelson Cavaquinho (1911–1986) e Chico Buarque (70), todos amigos do seu pai, o compositor Carlinhos Vergueiro (62). Entre 1996 e 2006, apresentou na TV vários programas sobre esportes radicais, onde pôs a coragem à prova. Mas, após o nascimento das filhas, Catarina (11) e Maria (3), do casamento com o empresário e cinegrafista Gustavo Marcolini (43), ela assume que algumas coisas mudaram. “Fiquei mais medrosa, sim”, admite, em casa, na Gávea, Rio. “Agora, estou mais na música, mas quando pinta um esporte radical, ainda me jogo, mantenho o espírito aventureiro, não tenho medo. Não gosto é de trânsito, lugar fechado e de tudo o que me prende”, justifica. A cantora, que já lançou quatro CDs, não esconde a alegria de ter visto o último deles, que leva seu nome, indicado ao Grammy Latino ano passado. “Foi a prova também que eu estava no caminho certo ao me dedicar 100% à música”, celebra.
– O seu disco de estreia é de 1996, por que levou tanto tempo para priorizar a música?
– Nessa época, também entrei no SporTV, o que me absorvia bastante. Fiquei anos dividida, mas sempre cantando. Quando gravei Dora Vergueiro, estava amamentando Maria. Tinha ficado de repouso nos últimos dois meses de gravidez. Foi uma luta vencer essa batalha. Então, quando saí de casa, pus o nariz na rua, fiz o disco, estava com muita energia, gás e emoção para botar para fora. Vivi coisas intensas nesse processo.
– As meninas herdaram seu temperamento mais inquieto?
– Me vejo na Maria, principalmente. Ela é bem parecida comigo. É explosão, intensidade, tempestade, extrovertida. Já Catarina acho mais evoluída. (risos) É bem mais centrada, fala mais baixo, é mais princesa, nunca disse palavrão.
– E tem regras para criá-las?
– Sou extremamente cuidadosa, protetora mesmo. E tenho regras sim, da homeopatia à alimentação orgânica. Todos zombam, inclusive meu marido, diz que fico preocupada com o vento, a chuva. Mas sei que, no fundo, ele gosta dos cuidados. Gustavo viaja muito, Taiti, Indonésia, Austrália. Fico sozinha. Então, tomo cuidados.
– Pensa em voltar à TV?
– Não, eu recusei muita coisa. No momento, tenho uma produtora de vídeo com o Gustavo. A gente faz tudo em termos de esporte de ação. E tem a música. Hoje vivo de um jeito perfeito, de entrega total. Tenho tempo para compor e viajar para shows.
– Como faz para manter o casamento bem-sucedido?
– Tinha 16 anos quando comecei a namorá-lo. Terminamos, voltamos e agora estamos juntos há 12 anos. Gustavo é muito apaixonado. Vejo os seus olhos brilharem. Preciso ser muito amada. Se sentir que o cara não está na minha, isso me desencanta profundamente. A gente se completa. Acho que esse amor que eu tenho por ele também, amor que nunca mudou, é o que nos mantém.
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