Moda: À espera do inesperado: Givenchy

Depois de oito anos à frente da marca francesa Givenchy, o designer italiano Riccardo Tisci parece revisitar seu próprio arquivo e confirma mais uma vez o desejo pelo romantismo dark que só ele sabe como representar. Com um misto de estilos que transita entre os elementos rígidos da alfaiataria com jeitão militar e a fluidez das peças com pegada artesanal, a atmosfera gipsy-chic-casual se instala. Então, vamos aos elementos que compõem esse visual. Começando pelas saias longas, levíssimas e transparentes usadas com blusões de moletom em uma interessante proposta de silhuetas alongadas. Tal efeito se dá principalmente pelo mix do tecido casual da blusa com a delicada textura translúcida da saia, tudo isso muito bem arrematado por uma nada básica bota multicolorida de píton. Em um momento menos fluido, ele brinca com as modelagens bem ajustadas das saias-lápis, que ganham ainda volumes vindos a partir da desconstrução de uma jaqueta tipo perfecto — aquela bem curtinha e tradicionalmente feita de couro. Já para compor estampas florais mais modernas, a padronagem se une ao xadrez e traz aquele toque grunge, também visto em muitos outros desfiles da temporada. E, para estabelecer o lado sofisticado da coleção, casacos de pele chegam despretensiosos sobre vestidos de patchwork. Vale destacar também as blusas de manga longa com sobreposições de telas, tules e bordados. Essas bem ajustadas por cintinhos de elástico que definem a cintura em propostas bem femininas. Agora só nos resta nos jogarmos nas misturas e na ousadia precisa de Riccardo Tisci. Um designer pronto para tudo, menos para o previsível.