Body Positive: As influencers Dora Figueiredo e Marcela McGowan falam da importância do movimento que está ganhando força na web
O Body Positive vem crescendo nos últimos anos nas redes sociais.
O conceito é, basicamente, um olhar amoroso e sincero para o seu corpo, do jeito que ele realmente é. Nas redes sociais, o movimento vem ganhando cada vez mais força após diversas mulheres postarem seus corpos reais, sem filtros ou edições de fotos. A ideia principal é que todos os corpos são bonitos acima de qualquer coisa.
No Brasil, o Body Positive cresceu principalmente por conta de influenciadoras que passaram a falar sobre o assunto. Alexandra Gurgel, Maíra Medeiros, Bianca Barroca, Isabella Trad, Dora Figueiredo e Marcela McGowan são alguns exemplos de mulheres que ajudam suas seguidoras a se auto aceitarem, criando uma corrente de mulheres que se amam e se valorizam.
Marcela, por exemplo, é médica e tornou-se conhecida após sua participação no Big Brother Brasil 20. Com a fama, ela decidiu propagar algumas de suas filosofias nas redes: "Eu resolvi fazer isso como uma maneira terapêutica pra mim, de não me entregar as cobranças da internet, e também ser honesta com as mulheres que me seguem. Foi ótimo ter participado de um reality show porque ficou a sensação do 'todo mundo já viu a realidade mesmo'", disse ela em bate-papo com a CARAS Digital.
Já a youtuber Dora tem uma história um pouco diferente para contar. Ela começou a se aceitar em um momento muito difícil de sua vida, após sair de um relacionamento abusivo. Na época, seu ex-namorado era extremamente rigoroso com o seu visual, controlando até a sua alimentação! Quando finalmente conseguiu sair do relacionamento, Dora começou a se olhar de outra maneira e seus quilos a mais foram super bem-vindos: "Logo que eu saí do relacionamento, eu passei a ter uma compulsão alimentar, o que fez com que eu engordasse bastante. Só que mesmo estando em compulsão alimentar e mesmo engordando, eu estava cada dia mais feliz, porque eu estava finalmente entendendo pelo que eu tinha passado e me afastando dessa história".
Após engordar cerca de 35 quilos, os comentários nas redes começaram a ser pejorativos, insinuando que Dora estaria grávida e que ela "era mais bonita antes". Foi aí que ela decidiu colocar um ponto final e desabafar sobre o assunto: "Fiz um post com uma foto da minha barriga natural, sem puxar e sem fazer pose, falando que sim, eu tinha engordado e que isso não era um problema pra mim e que não deveria ser um problema para a pessoas. Foi aí que eu comecei mais a trazer esse ponto da autoestima, sobre um corpo que não é mais tão magro, falando sobre toda a trajetória da minha vida, mostrando que você pode se amar em qualquer momento."
Mesmo postando um conteúdo mais livre, Dora alerta que é sempre bom mesclar: “Eu gosto de postar coisas engraçadas, eu gosto de não me perder no lugar onde eu tenha que falar só sobre corpo. Eu tomo muito cuidado pra não se tornar um discurso de uma positividade tóxica. Eu vejo muitas pessoas que falam: ‘Tem que se amar, tem que se amar, tem que se amar'. Só que nunca é assim, ninguém se ama 100%”
Marcela também orienta que é preciso abordar o assunto em diferentes plataformas, com diferentes linguagens, para que todos possam entender o seu recado: "Algumas vezes eu abro discussões sobre isso nos posts, ou stories e as vezes nem é preciso dizer nada, só o fato de postar uma foto natural, já faz com que elas se identifiquem."
Outro ponto importante na discussão da autoaceitação na web é perceber que não é necessariamente uma regra. Às vezes você pode acordar e não se sentir bem, ou não querer postar uma foto por conta do seu corpo, ou até mesmo querer em algum momento usar um filtro para melhorar sua imagem. Dora reforça a importância das pessoas entenderem de onde vem a ideia de não se sentir bem com o corpo: “Você pode olhar pro seu corpo, se aceitar, entender o que você gosta, o que você não gosta. E entender o porquê você gosta e o porquê você quer mudar. Você realmente quer fazer um exercício porque você gosta ou, porque você se sente obrigada a ser magra? Eu tomo cuidado com os meus posts para nunca estimular essa coisa de que é muito fácil estar aqui no meu lugar, porque não é fácil.”
Marcela concorda e ressalta que realmente é difícil se soltar na web, e recorda que também já teve muita vergonha de expor seu corpo: “Tive e tenho até hoje muitas inseguranças. No passado eu editava todas as fotos, hoje em dia é muito mais tranquilo, mas ainda tem momentos que tenho que ter conversas internas comigo”. Ela também lembrou que foi o público que lhe ajudou nesse processo: “Eu postei primeiro as estrias, e vi muita aceitação e comentários legais das meninas, isso foi me encorajando a falar sobre o assunto e postar mais fotos naturais.”
“Era um tabu imenso. Antes de me aceitar e me entender como uma pessoa única, que não precisa estar no padrão pra ser feliz, eu fazia todo tipo de coisa. Eu estava super magra, mas mesmo assim, sabe as mini saliências na barriga? Eu botava pra dentro no aplicativo, tirava estria... Quando eu tirava foto né? Por que era raro eu tirar uma foto. Normalmente eu olhava, odiava, já fazia uma pose… Já cheguei a fazer pose onde eu me inclinava toda e com a outra mão eu puxava o resto de barriga que tinha", completou Dora.
Apesar de todo esse movimento nas redes, Marcela e Dora concordam que ainda existe um “padrão de beleza” que é praticamente impossível de ser alcançado, já que muitas vezes eles são apenas edições: “Infelizmente acho que os padrões seguem muito rígidos, temos aí muitos movimentos como Body Positive, neutralidade corporal, tentando contrapor essa cobrança por uma perfeição irreal. Mas a verdade é que cada vez mais mulheres e cada vez mais jovens se espelham em imagens editadas de internet e acabam sofrendo com a ideia de não serem parecidas com aquelas fotos. Nossa dificuldade vem justamente por estarmos cercadas por esses padrões o tempo todo, na mídia, na internet em todo lugar “, enfatiza Marcela.
“Por mais que a gente esteja falando sobre Body Positive, sobre Body Neutrality, que pode estar bombando no Instagram, não chegou até onde ele pode chegar. Eu acho que é uma falta de abertura das grandes mídias e acho que também é uma falta de conscientização no momento de criar coisas. Por exemplo, eu vou fazer um reality show, então eu vou colocar uma diversidade de corpos, pras pessoas se verem naquelas pessoas. Porque representatividade importa!”, reforça Dora.
Por fim, as influencers dão dicas de como se aceitarem: “Minha dica sempre é buscar informações sobre padrões de beleza, e o porque nos sentimos assim. Uma ótima leitura é o livro da Naomi Wolf, O mito da beleza! Outra dica é seguir mais pessoas que postam seus corpos reais para que elas possam te inspirar e encorajar”, recomenda Marcela.
“A dica mais preciosa que eu tenho e mais simples é: busque referências de corpos e de pessoas diferentes! Na rede social a gente pode escolher as coisas que a gente quer ver, então, porque não seguir pessoas com corpos diversos? Quando você amplia seu feed, você muda o que você está vendo todos os dias. Quando você normaliza um corpo que é normal você começa a ver beleza nas pessoas diferentes e você se olha de maneira diferente" , finaliza Dora.
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