INSPIRAÇÃO

Zezé Motta brinca ao falar de etarismo com leveza: ‘Corpão eu tenho agora’

Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz, cantora e ativista Zezé Motta fala de etarismo com leveza e revela como se sente aos 80 anos

Thaíse Ramos e Valença Sotero

por Thaíse Ramos e Valença Sotero

tramos_colab@caras.com.br

Publicado em 28/08/2024, às 10h00 - Atualizado às 11h03

Zezé Motta é reverenciada como símbolo de resistência' - Divulgação

A atriz, cantora e ativista Zezé Motta (80) conquistou fama mundial no papel de Xica da Silva, protagonista do filme de 1976 de mesmo nome, dirigido por Cacá Diegues (84). Por conta do erotismo da personagem, a artista se tornou um símbolo sexual. Hoje, ela fala de etarismo de forma leve, em entrevista exclusiva à CARAS Brasil. “Corpão eu tenho agora”, brinca a veterana.

Zezé relembra uma frase que ouviu muito, durante um bom tempo. "Tem uma frase clássica. Eles diziam assim: ‘Nossa, você tinha um corpão, né?’ (risos). E eu, que sou uma moleca, outro dia me peguei pensando assim: Não, um corpão eu tenho hoje! Tenho uns quilinhos a mais (risos). Eu tinha um corpinho, porque era bem magra (risos)”, fala.

A artista nunca escondeu sua disposição para o amor. Ela, que já foi casada por cinco vezes, sempre fez questão de dizer que namora e tem uma vida sexualmente ativa. Ao ser questionada se os 80 anos assusta, Zezé garante que não. “Eu adoro”, afirma ela, comentando como as pessoas imaginavam as mulheres idosas no passado. “Sessenta anos já eram senhorinhas. Já eram consideradas até porque se comportavam como, né?”, salienta.

XICA DA SILVA

Zezé Motta alcançou fama mundial ao interpretar Xica da Silva no filme de 1976, dirigido por Cacá Diegues (84). O papel foi muito importante em todos os sentidos, porque na época não era comum ver protagonistas negras em grandes produções. A partir de então, a atriz caiu nas graças do público e fez mais de 40 filmes e 30 novelas, além de participar de peças e musicais.

Por conta do erotismo da personagem, Zezé se tornou um símbolo sexual. Ao ser questionada sobre isso, a veterana relembra uma nota, publicada em um jornal na época, que chamou muito a sua atenção. “Voltando ao teste, quando saiu quem ia fazer o personagem, saiu uma notinha: ‘A atriz que ganhou para interpretar Xica da Silva é uma negra feia, porém exuberante’. E tinha uma foto minha, e eu falei: Gente, estou me achando tão bonita nessa foto. Não é toda hora que a gente se acha bonita, né? Depende do dia. Mas eu estava olhando a foto e: Nossa, mas estou bonita aqui, que história é essa, que estão dizendo que sou feia? (risos). Muito louco tudo isso”, aponta.

E continua: “Então, quando realmente ganhei o papel, fiz o filme e ganhei todos os prêmios de cinema da época, foi aquele boom, aquele estouro no mundo, foi um sucesso no mundo. Eu recebia telefonema da China, de tudo quanto era parte do mundo, principalmente de brasileiros, para ter o meu telefone (risos). Principalmente brasileiros, (que falavam): ‘Nossa, está estourando a boca do balão, a fila (do cinema) está indo na esquina. Então, foi realmente um acontecimento na minha vida. Caramba! Estão dizendo que sou bonita agora? Que bom! (risos)”.

Zezé Motta como Xica da Silva, no filme de Cacá Diegues - Reprodução/Internet

 

Thaíse Ramos e Valença Sotero

Thaíse Ramos é repórter do núcleo de pautas especiais do Grupo Perfil. Formada em Jornalismo, integrou as equipes de entretenimento do Estadão e Gshow e atuou ao lado do colunista Leo Dias. Ama música, cinema, moda e beleza. Instagram: @thaiseramoss

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