Etimologia

Fundamental para os seres humanos nos desertos, pelo fato de conseguir passar até oito dias sem beber água, camelo originou-se do Grego kámelos, pelo Latim camelus, animal ruminante. Ursa, a fêmea do urso, mamífero carnívoro, veio do Latim ursa.

Deonísio da Silva Publicado em 05/11/2013, às 21h40 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

- -

Camelo: do Grego kámelos, pelo Latim camelus, designando o curioso animal ruminante, sem aspas, utilizado para montaria e carga em longas travessias no deserto, por ser capaz de passar até oito dias sem beber água. Ainda mais curiosa é a iguaria culinária em que o animal é servido num prato especial de alguns beduínos por ocasião das bodas: camelo assado, recheado de cordeiros assados, por sua vez repletos de frangos ao forno, dentro dos quais são postos peixes assados, nos ventres dos quais estão ovos cozidos e duros, sem recheio.

Reeleição: de eleição, do Latim electione, do mesmo étimo de legere, colher, com o significado de escolher, pois quem colhe, escolhe. Nas democracias, pode-se fazer um paralelo entre a campanha, quando são semeadas as propostas, e a eleição, quando os eleitores, que escolhem as que lhes parecem melhores, elegem os candidatos de sua preferência. No Brasil, a reeleição presidencial estava proibida até o governo de Fernando Henrique Cardoso (82), eleito para um período de quatro anos, mas ele obteve do Congresso a aprovação da emenda que passou a permitir a reeleição desde então (1998). Ele se reelegeu,  seu sucessor, Luiz InácioLula da Silva (68), também foi reeleito, e a sucessora deste, Dilma Rousseff (66), vai buscar a reeleição. No dia 7 de novembro de 1944, Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) era reeleito presidente dos Estados Unidos pela terceira vez. Ele morreu no exercício do mandato no ano seguinte e foi substituído pelo vice, Harry S. Truman (1884-1972). O “S” não abreviava nome nenhum. Era um costume de descendentes de escoceses e irlandeses de homenagearem alguém, sem revelar o nome. No caso, era a inicial de nomes de seus avôs, Shipp e Solomon.

Servidor: do Latim servitore, declinação de servitor, do verbo servire, servir. Há outras palavras do mesmo étimo, como servo, serviço, servente e sargento, todas designando ato de executar alguma tarefa. Durante séculos, servidor esteve ligado a servo, e este a escravo, embora na Idade Média os servos se diferenciassem dos escravos por  serem ligados à gleba e dependentes do senhor feudal. Com o tempo, funcionários encarregados do serviço religioso nos templos passaram a ser chamados servos do Senhor. A palavra servo mudou para servidor, ao designar funções leigas. No Brasil, desde há algum tempo, com a modernização do serviço público e a isonomia de tratamento, a carreira de servidor público nos três poderes — Legislativo, Executivo, Judiciário — voltou a ser atraente. Mas ainda pesam sobre o trabalho fumos da herança monárquica, que levava os servidores a se considerarem senhores do povo e não a serviço dele.

Tapera: do Guarani taperé ou do Tupi ta’pera, aldeia, povoação ou moradia abandonada. Designa também residência ou fazenda em ruínas. Dá nome a um município gaúcho, que começou ao redor de uma tapera, construída por um fugitivo da polícia e depois abandonada quando ali se fixaram imigrantes alemães e italianos. Fica perto de Espumoso, Selbach e Não-Me-Toque, na região noroeste. O município, com 10000 habitantes, tem nome de abandono, mas o atual prefeito não o larga: é a quarta vez que ocupa o cargo.

Ursa: do Latim ursa, fêmea do urso. O animal está na terra, mas também no céu, pois dá nome a duas famosas constelações. A Ursa Maior está no norte, no setentrião, do Latim septentrio, conjunto de sete bois no arado, como então as estrelas pareciam aos olhos dos antigos. A Ursa Menor está no sul, no meridional.

Vínculo: do Latim vinculum, ligação, do mesmo étimo de vincire, ligar, prender, cognato de vincere, vencer. Uma palavra é cognata de outra quando partilha a mesma raiz, ainda que apresente variações de significado. Aparece no título do livro de Marcia Esteves Agostinho (45) Vínculos: Sexo e Amor na Evolução do Casamento, em que defende que nossa natureza animal não prevalece sobre a cultura. Do contrário, semelharíamos aos chimpanzés, referidos na página 26: “É comum que os machos matem os fi lhotes que não reconheçam, fazendo com que as fêmeas procurem fazer sexo indiscriminadamente para proteger sua prole”.

Revista

Leia também

Bruna Viola abraça raízes e celebra êxito na carreira e na vida: 'Feliz por completo'

Rebeca Andrade avalia sua trajetória: 'Nada cai do céu, mas é possível'

Gi Fernandes reafirma soberania de suas decisões: 'Tive dentro de mim que eu ia conseguir'

Maurício Destri destaca transformações após a paternidade: 'Alinhado com meu amadurecimento'

Frederico Lapenda: Trajetória de cinema

Gustavo Mioto abre o coração ao falar de Ana Castela: 'Uma das salvações para o sertanejo'