por Leticia Rio Branco
Boêmio e mulherengo assumido. Assim era
José de Abreu (62) até conhecer
Camila Paola Mosquella (27), com quem completou quatro anos de relação em 28 de maio. Ele admite que a estudante de psicologia provocou uma revolução em sua vida e o transformou em um novo homem. "
Nunca fui caseiro, mas parei de sair todas as noites. Na época de solteiro, dava meus tiros por aí. Ia para escola de samba, boates, estréias. Aprendi a curtir mais minha casa e minha mulher. Ela me dá paz", diz ele, afastado da TV deste o fim de
Desejo Proibido, em 2 de maio.
A parceria também acontece no campo profissional. É Camila quem cuida da administração financeira do monólogo
Fala Zé, com o qual o ator se apresenta pelo país. Em julho, ele encenará a peça no Teatro Vila Velha, em Salvador. Nos intervalos, vem rodado o filme
O Menino da Porteira, escreve, com a colaboração de
Walter Daguerre, a autobiografia
Erro Fatal! Não Há Memória Suficiente: Você Será Encerrado Imediatamente, e, em parceria com
Silvio Tendler (58), vai estrear como diretor de cinema com o longa
Vida Invertida, sobre a imigração judaica no Brasil, com roteiro de
Marcos Bernstein (38), o mesmo do premiado
Central do Brasil.
- Qual a diferença de Camila para suas outras mulheres?
José - Ela é a única mulher que não quer discutir a relação. Isso é fundamental para um homem. Se antes saía muito, Camila me ensinou a ser mais seletivo, ela é caseira. Redescobri o prazer de ficar comigo mesmo e com uma pessoa. Aprendi a controlar o ego, a não ter sentimentos de posse e ciúme. Todos me dizem que tive sorte por encontrar uma pessoa especial.
- E para você, Camila, o que mudou nesses quatro anos?
Camila - Fui criada de maneira tradicional. Sou careta e acredito que o companheirismo seja essencial na relação. Praticamente abandonei tudo e saí da minha cidade (Teresópolis, na serra fluminense) para acompanhar o Zé. Se pudesse, passava as 24 horas do dia ao lado dele. No começo, foi tudo rápido: conversamos durante 15 dias e depois já estávamos morando na mesma casa, no Rio. Com a experiência de vida que tem, Zé ensina muito. É extremamente companheiro, não tem medo de ousar, é carismático, tem alegria de viver incomparável. Vale a pena se dedicar por inteiro quando você ama de verdade.
- Qual o segredo para não cair na rotina?
José - Gostamos de viajar. Nossa relação não tem muita rotina. A gente se diverte bastante e sempre faz piada um com o outro.
- Planejam casamento?
Camila - Não temos planos de casar na igreja. Vai que a gente casa no papel e separa. Se está dando certo sem assinar nada, não tem porque mexer.
- E filhos?
José - Tive filho muito novo e não penso em ter mais. Mas combinei com Camila da gente conversar sobre isso quando ela fizer 30 anos, já formada e estruturada. Mas acho irresponsabilidade da minha parte ter um filho aos 65.
Camila - Amo criança e me divirto muito com o
Bernardo, o caçula do Zé, de 8 anos. Quero ser mãe. Ainda vamos falar mais seriamente sobre isso.
- Você é vaidoso?
José - Não consigo caminhar, ir para academia. Adoro repousar. Atividade física? Só sexo (risos) e a peça. Não sou vaidoso, não uso maquiagem em cena. Beleza tem importância para moças de 16, 17 anos, que iniciam carreira. Na minha idade, se espera é que eu seja bom ator. Nunca me acharam bonito e, por isso, sempre fiz vilões.
Reynaldo Gianecchini não faz um vilão. Hoje estão até escalando homens bonitos para papéis malvados, como
Fábio Assunção. Ele aprendeu que ser vilão é melhor do que mocinho.