COM A CAÇULA, ATRIZ REVELA A SUA RECEITA DE EDUCAÇÃO E DIZ QUE VALORIZA ÉTICA E CARÁTER
Os filhos sempre foram prioridade na vida de
Bia Seidl (46). E, para não ser obrigada a ficar distante do produtor de teatro
Daniel (28) e da caçula,
Miranda (10), a atriz recusou vários trabalhos para os quais teria de viajar. "
Tenho uma incapacidade de ficar distante. Eles me completam, me apaziguam", explica ela, que participou do início da novela
Duas Caras. "
Sempre tive prazer em ser mãe. Com certeza, eles foram meus orientadores. Nós também precisamos ser educados pelos filhos. Mudei muitos conceitos e me atualizei por causa deles, sem falar que me tornei mais amorosa e menos rígida", assume. Há dois anos, ao se mudar para o Rio, Bia vem aprendendo a conviver com uma nova realidade. O primogênito permaneceu na capital paulista e a distância é dolorosa. "
Quando estou longe, fico triste", assume ela, que desde o início do mês viu a situação melhorar um pouco. Apesar de continuar morando com Miranda, no Rio, ela está em cartaz com a peça
Cândida, no Teatro Augusta, em SP.
- Você é uma mãe rígida?
- A palavra exata é exigente. Sou uma mãe firme, mas não dura. Educação é o que deixamos de herança para os filhos. Quero que eles tenham ética, caráter.
- Como é o seu cotidiano com a Miranda?
- Eu a levo à escola e às aulas de balé. Temos esses compromissos. Não acredito em muitas atividades para ocupar a criança. Ela tem que ter um espaço para não fazer nada, para exercer a criatividade . Nos outros compromissos, como dentista, festas, também estou por perto. E ela me acompanha nas minhas coisas. Nos últimos três meses, Miranda viajou direto comigo para São Paulo, para os ensaios da peça
Cândida.
- Ela quer ser atriz?
- Com meus dois filhos falei sobre o prazer de atuar, mas não dei uma visão romântica. Alertei sobre o lado ingrato. O Ibama ainda vai me pegar, porque mato um leão por dia. Não recomendo esta profissão para ninguém. É 90% de suor e 10% de glamour. Agora, querendo ou não, Miranda está inserida nesse universo e vê o pai atuando comigo na peça (
o ator Sérgio Mastropasqua). Mas ela não fala em ser atriz, mas sim em cantar.
- Você e o Sérgio estão separados há quanto tempo?
- Há oito anos, mas temos uma identificação intelectual. Isso nos faz civilizados e a conseqüência é o respeito. Aí podemos conviver e trabalhar juntos. Fomos casados por cinco anos e a relação ainda dá certo. Brinco que a peça é uma celebração ao amor. Tenho boa relação com quase todos meus ex. Quem ama, ama para sempre. Ele até vive meu marido na peça, mas não rola
revival.
- Depois de cinco casamentos, pensa em tentar outra vez?
- Penso, mas não da forma tradicional, de morar junto. Nada disso cabe mais. Preciso da distância para curtir e manter uma relação saudável. Minha visão periférica funciona bem, mas estou há um ano e pouco sem namorado e não tenho ansiedade com relação a isso. Estou sozinha por opção. Conheci pessoas, mas não senti uma afinidade grande a ponto de virar um namoro.
- Seus filhos se incomodam se você arranjar alguém?
- Eles têm uma sensibilidade grande e até me chamam atenção. Já aconteceu da minha filha olhar para um cara e falar: "Esse vai dar trabalho".
- E você caminha tranqüila para os 50 anos?
- Trabalho para isso e acho que chegarei bem aos 50. Sempre fui disciplinada. Não bebo, não fumo, não me drogo e nem como carne vermelha. Evito pegar sol, faço drenagem linfática e musculação. Há dois anos, comecei a praticar yoga, que foi algo transformador. Mudou minha vida física e emocionalmente.