por Bianca Portugal, Carlos Lima Costa e Luciana Marques
Foi uma comemoração em dose dupla. O elenco da minissérie
Amazônia - De Galvez a Chico Mendes celebrou a passagem do ano e a estréia na TV de forma muito especial: à beira-mar na Ilha de CARAS, em Angra dos Reis, Rio. Vestindo branco, como manda a tradição, os atores dividiram com os amigos suas resoluções para 2007. Intérprete da seringueira Dos Anjos, a atriz
Tânia Alves (55) era das mais bem-humoradas.
"Estou decidida a acordar cedo, parar de falar palavrão e de pensar mal dos outros", garantiu ela, divertindo colegas como
Caio Blat(26) e
Alexandre Borges (40).
"Já eu quero muito voltar aos palcos", respondeu Alexandre, que na trama vive
Plácido de Castro (1873-1908) - fundador da cidade de Rio Branco, capital do Acre.
Parte do núcleo que girará em torno do ator, a experiente
Eva Todor (84), que está completando 70 anos de carreira, preferiu fazer uma retrospectiva de sua vida.
"Sou muito feliz, não tenho mais o que pedir, a não ser saúde", resumiu ela, durante almoço temático em homenagem à minissérie, que conta a história do povo acreano.
Sob o comando dos
chefs e irmãos
Natasha Fink (45) e
Mário de Andrade Netto (41) - coordenando uma parceria entre os restaurantes cariocas Casa dos Sabores, Espírito Santa e Palaphita -, o bufê fez parte do elenco recordar a temporada de gravações no Norte do país. No menu, peixes como tambaqui e pirarucu, além de banana pacovão e palmito pupunha. Tudo com o tempero apimentado da região.
"A pimenta está bem forte, mas a verdade é que eu adoro! Conheço bem a culinária amazonense porque já estive lá várias vezes. O meu fraco, porém, são os sorvetes com frutas da região. Eu me atolo nos doces!", admitiu Eva, ao lado dos atores
Thiago Oliveira(18) e
Eriberto Leão (34), que vive Genesco de Castro, irmão de Plácido.
"Eu também já fui à Amazônia quatro vezes e penso em voltar. Tenho uma ligação bem forte com florestas e com a água doce. Me sinto muito mais à vontade em rios do que no mar, por isso adoro esses peixes", contou Eriberto. Já Alexandre confessou que não passava um dia sem açaí.
"O de lá é muito diferente, porque não é congelado, como o que a gente encontra no Rio. É uma delícia", afirmou ele.
Durante o almoço, Alexandre relembrou também o contato com os acreanos e amazonenses. E revelou sua grata surpresa com esta convivência.
"É incrível como eles têm noção de política. E como gostam do assunto. Não sei se pela própria história de luta do estado do Acre, mas o fato é que eles acompanham muito mais esse universo do que nós. E com prazer", relatou o ator. Tânia imediatamente concordou.
"Costumo ir ao Norte todo ano para fazer show, mas não conhecia nada, pois ficava pouco tempo. Desta vez, por conta das gravações, conheci realmente o lugar e é incrível a conscientização do povo. Eles sabem até o hino do estado de cabeça. Imagina se eu sei o do Rio!", brincou ela.
Filha da atriz,
Gabriela Alves (35) se deliciou com as histórias, assim como
Leona Cavalli (35) e
Milena Toscano (22) - que vivem, respectivamente, Justine e Ilka Jobim na minissérie.
"Não participei das gravações lá na Amazônia, então foi ótimo experimentar a culinária aqui na Ilha e escutar o bate-papo deles. A Suyane, por exemplo, já nos divertiu muito contando sobre as cenas que gravou com cobras, jacarés e até uma macaca chamada Aline", disse Milena, referindo-se à colega de elenco
Suyane Moreira(24), cuja personagem, a índia Ianká, tem uma macaca de estimação.
"A Aline ficou muito minha amiga, mas precisei de três dias para ela se acostumar comigo. Depois, sentia-se tão à vontade, que fez até xixi na minha roupa, durante uma cena num barco", relembrou a modelo, estreante na TV, entre as as atrizes
Paula Pereira (30),
Eunice Baía(16) e
Cacau Mello (22), também do elenco. Para
Franciely Freduzeski(28), intérprete da dançarina Amparito, a ferta serviu como uma grande confraternização.
"Foi muito bacana nos reunirmos aqui porque durante o trabalho muitas vezes não dá tempo de haver uma integração. Aqui ficamos à vontade para conversar e nos divetir", concluiu.
MEGAPRODUÇÃO PARA AS GRAVAÇÕES DA MINISSÉRIE GLOBAL NA REGIÃO NORTE
Amazônia - de Galvez a Chico Mendes conta um século de história do Acre, de 1899 até o início dos anos 80. Dividida em três fases, escrita pela acreana Glória Perez (59) e dirigida por Marcos Schechtman (44), a minissérie relembra a saga dos seringueiros da região, a luta pela anexação do Acre ao Brasil, a trajetória de Luiz Galvez (1864-1935) - aventureiro espanhol que decretou a independência do estado -, o glamour e a efervescência cultural da belle époque em Manaus e a posterior decadência do látex. O figurino, assinado pela dupla Emilia Duncan e Labibe Simão, e os cenários, que reconstituem com precisão a vida no século XIX, são grandes destaques. "A minissérie começa no período áureo da borracha e aborda também as guerras entre as forças da Bolívia e o exército de seringueiros. A história do Acre é muito bonita e vivê-la é emocionante", diz a autora. Para as gravações, a TV Globo ergueu duas cidades cenográficas com dois mil metros quadrados de área construída no total. O trabalho contou com 270 profissionais, sendo 120 do próprio estado do Acre, e foi feito em menos de um mês. Para a produção de arte, mais de 50 malas e baús, além de quatro caminhões, saíram do Rio. Tribos indígenas confeccionaram artefatos para compor as cenas, como arcos e flechas, moringas, porongas (lanterna artesanal usada nos seringais) e jamaxis (cestos carregados nos ombros). Diversos animais também foram necessários para reproduzir a vida cotidiana na cidade. Desde cavalos, porcos, galinhas e jegues até animais silvestres, como araras e jaguatiricas, foram usados nas cenas.
FOTOS: CESAR ALVES, IVAN FARIA, MARCELO BRUNO/KDL, SELMY YASSUDA/ARTEMÍSIA E TV GLOBO