Alain Prost foi o maior adversário de Ayrton Senna na F1, mas o que prevaleceu foi o espírito esportivo dos pilotos
Nas pistas, o francês Alain Prost (69) sempre foi o adverário declarado de Ayrton Senna (1960–1994). Ícones da Fórmula 1, eles protagonizaram uma das rivalidades mais grandiosas do automobilismo. Os caminhos se cruzaram em 1988, quando Senna foi contratado pela McLaren, escuderia pela qual Prost já corria. “Até hoje, quando se fala de Senna, fala de Prost, e vice-versa. Ele é parte da minha vida e carreira. Quando você tem esse tipo de rival, você se coloca em outro nível”, já disse Prost.
A grande desavença começaria em 1989. No GP de San Marino havia um acordo: um não poderia ultrapassar o outro durante a primeira volta. No entanto, Senna o ultrapassou. “Eu não posso ficar atrás de um cara que é muito lento”, se justificou o brasileiro. Já no GP de Suzuka, Prost bateu propositalmente no carro de Senna, assim o colega não pontuaria e ficaria de fora da disputa pelo título. No ano seguinte, veio o troco! Agora na Ferrari, Prost viu o arquirrival bater em seu carro e, por conta da manobra, levar o bicampeonato.
O final da história, porém, é amistoso. Em 1993, em sua última vitória na F1, no GP da Austrália, Senna puxou o frânces – que havia conquistado o segundo lugar e estava se aposentando –, para o alto do pódio, em um gesto de paz nas pistas. “Depois que me aposentei, seis meses antes do acidente dele, ficamos muito próximos”, relembrou o francês, citado por Senna no último final de semana de sua vida, em Ímola. “Para começar, gostaria de mandar um bom dia em particular para meu amigo Alain. Sentimos sua falta, Alain”, falou o brasileiro, durante volta no circuito com uma câmera on board. “Sua morte foi o final da minha história com a F1”, sentenciou Prost.
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