No início de carreira, Ayrton Senna provou que tinha talento ao driblar desafios e não demorou para virar um fenômeno
A brincadeira de infância virou coisa de gente grande quando Ayrton Senna (1960-1994), aos 13 anos, começou a competir oficialmente no kart. O primeiro título foi o Campeonato Brasileiro, em 1978, dando início à uma trajetória recheada de conquistas. “A vida dele era corrida. Ele andava a semana inteira de kart sem parar”, falou Walter Travaglini, que chegou a dar aulas de pilotagem para Senna.
Já em 1979, conquistou o vice-campeonato mundial, feito que se repetiria em 1980. “O kart foi a melhor escola que eu poderia ter tido. Ali aprendi todas as manhas, das mais simples, às mais complicadas”, falou o ídolo. “A diferença básica do kart para a Fórmula 1 é a velocidade, de resto, a retomada, a freada, a ultrapassagem, andar na chuva, é tudo mais ou menos igual”, completou Senna.
Uma das maiores qualidades do piloto, a facilidade de andar na chuva, foi adquirida nos tempos do kart. “Minha primeira corrida na chuva foi um desastre, não sabia nem para que lado eu virava. A partir daí, resolvi aprender e sempre que chovia, eu ia para a pista treinar”, disse ele, que ganhou a alcunha de Rei da Chuva. “Mal sabem eles que correr na chuva é um Deus nos acuda!”, brincou.
Após a temporada no kart, em 1981, ele migrou para a Fórmula Ford 1600, na Europa, mas a falta de patrocínio e de apoio da família – que temia os perigos das pistas –, o fizeram abandonar o sonho da velocidade. De volta a SP, passou a administrar uma loja de materiais de construção montada pelo pai, Milton Guirado Theodoro Da Silva (1927–2021). A paixão, no entanto, falou mais alto e, no ano seguinte, regressou às pistas, agora na Fórmula Ford 2000.
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