Em entrevista à CARAS Brasil, Jonathan Azevedo, Odilon de Terra e Paixão, refletiu sobre seu caminho como artista e exaltou o bairro carioca
No ar como Odilon, de Terra e Paixão, o ator Jonathan Azevedo (37) tem como propósito não perder sua essência e sempre buscar conhecimento. Apesar de ter menos dificuldades agora, o artista assegura que não se mudaria do Vidigal, no Rio de Janeiro.
"Quando fui analisar de onde vim e onde estou, percebo que estou muito bem! E se eu tivesse me mudado antes, faria mais pelos outros do que por mim", começa Jonathan Azevedo, em entrevista à CARAS Brasil. "Não quero mais ser uma pessoa que realiza o sonho de todo mundo e não realiza os meus próprios."
"Um dos meus sonhos era estar no meu lugar, tendo o que eu tenho e com as pessoas que amo. Eu tenho tudo isso no Vidigal e na Cruzada. Sou apaixonado pelo Jonathan que eu sou e vou continuar lutando para não perder a minha essência."
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O artista fala que, apesar de estar em uma condição financeira melhor do que antes, ainda enfrenta diversas dificuldades sociais e até mesmo psicológicas. "O dinheiro também pode atrapalhar psicologicamente, porque você não tem uma estrutura, educação financeira, para lidar com tudo que está ao seu redor. O País em que vivo não está preparado para ver um preto bem-sucedido."
Para ele, isso é um reflexo de quando era jovem e não tinha nada. Azevedo ainda diz que a chave para mudar tudo e passar a compreender melhor sua trajetória foi buscar conhecimento, e entender que fama e sucesso são palavras bastante diferentes.
Abaixo, o ator Jonathan Azevedo conta mais detalhes sobre Odilon, seu personagem na novela das 21h da Globo, e abre o jogo sobre seu lado musical, que pôde ser visto na trama. Confira trechos editados da conversa.
Como tem sido interpretar Odilon em Terra e Paixão?
Estou muito feliz de poder fazer o Odilon, que é um cara positivo, um cara para frente sabe. Poxa, só de eu chegar no set e não ter que pegar numa arma, de ver cena de pessoas morrendo e sendo presas, e eu não fazer parte disso... Estar num lugar onde eu sou um mestre, o meu respeito me trouxe um personagem de respeito. Essa troca que eu tenho na minha vida com arte, vem me trazendo bons resultados e o Walcyr [Carrasco], até de Polícia Civil ele já me botou para fazer, que eu fiz em Verdades Secretas junto com o Romulo [Estrela]. Do Sabiá pra cá eu tive personagens tão incríveis, tão desafiadores e um leque de possibilidades, que é mais uma transição que nós estamos passando, não só de estar chegando uma galera nova, mas a gente poder ter mais espaço de possibilidades de personagens. Ver hoje o Maicon Rodrigues fazendo um advogado na novela das 21h é uma honra. Então são esses olhares quando que a gente precisa ver, que precisamos nos sentir vistos naquele lugar.
Antes não se viam né...
Dentro desse lugar muito menos. Por isso a geração de Matheus dessa molecada que tá chegando vai ter um outro olhar para isso tudo.
Na novela você está mostrando um outro lado seu, de cantor. Como tem sido isso para você?
Para mim foi muito foi radiante, porque [existia] a dificuldade da questão do machismo. E era uma luta aqui dentro de mim. E quando eu vou para essa transição consigo entender também, mas não só a novela, mas o Jonathan cômico. Porque eu sempre estudei teatro, sempre estudei comédia, mas a minha carreira sempre me colocou em dramas, e na minha vida eu transformo os dramas em comédia. De tanto estar naquele ambiente, em um lugar pesado, num lugar de um olhar muito cuidadoso e atento, eu demorei um pouco a destravar para ser a alegria e a luz que tem dentro da comédia. Graças a Deus eu tive pessoas do meu lado maravilhosas, que me ajudavam a fazer isso. Tata [Werneck] é uma rainha dentro da comédia, e ter essas pessoas que são referência me ajudou muito a poder evoluir ali dentro. Nesse momento que o Odilon começa a cantar e dançar, enfim, eu entendo melhor esse Jonathan e esse Odilon.
Pensa em se dedicar mais a esse lado musical?
Vou vir com um projeto de música no qual eu vou falar muito das minhas dores, alegrias, de onde eu vim e para onde nós estamos indo. Quero, com a música, poder trazer um misto desse Jonathan de alegria, de dor e pitadas de humor, de tudo. Uma coisa que eu pouco falo e executo muito é estudar. Vejo na música mais uma forma de chamar a molecada para a educação, que foi o que mudou minha vida de fato.
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