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Uma reforma total modernizou este duplex e destacou a vista para cenários paulistanos emblemáticos

<strong>por</strong> Monica Drucker Publicado em 05/08/2011, às 06h59 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

Obra do artista plástico israelsense David Gerstein (davidgerstein.com). - João Ribeiro

Foram dez meses de obra pesada para dar cara nova à cobertura de 650 m2 quadrados de um prédio do início dos anos 1980 em uma área nobre de São Paulo. Sob o comando da arquiteta Monica Drucker, responsável pela reforma, decoração e iluminação, a maioria das paredes, incluindo as do pavimento superior e algumas externas, foi demolida para dar lugar a um grande vão livre. Do mezanino, vislumbrase todo o Parque Villa-Lobos e a Marginal Pinheiros, o que agrada o dono do apartamento, um português radicado no Brasil e admirador dos contornos da cidade.

“Por se tratar de uma construção de 30 anos nunca reformada, nos deparamos com alguns problemas, como estruturas de concreto robustas, vãos perdidos entre lajes duplas com tubulações de ferro embutidas e espaços muito compartimentados”, conta Monica. A sala principal, por exemplo, resultou da integração de cinco ambientes que tiveram suas alvenarias demolidas. E os antigos desníveis em degraus de concreto sumiram. Na área externa, que era originalmente um pouco maior, o proprietário pediu para removerem uma pequena piscina que, malcuidada, gerava infiltrações.

Atualmente, onde antes ficava a piscina, existe um home theater e o átrio do mezanino que dá acesso ao segundo andar do duplex, onde estão as três suítes. Essa área nova tem uma cobertura metálica com vidro laminado e vista panorâmica para o parque. Um pequeno terraço envidraçado também foi anexado ao living central, trazendo mais luz natural para dentro do apartamento. “Antes ele era escuro e úmido,porque era muito compartimentado, perto do rio e com sol apenas no finalzinho da tarde”, diz Monica. As ampliações e a circulação cruzada de ar trouxeram sol e vento, deixando o local mais saudável. “Resolvemos a umidade e acabamos com insetos, como o cupim”, acrescenta.

Sempre em busca de espaços amplos, foram instaladas três portas de correr de vidro argentato, opaco, na sala de jantar para integrá-la à cozinha. E, por todos os lados, o branco domina. “Nos meus projetos, uso muito essa cor porque ela levanta o astral e ressalta as cores das outras peças, destacando até um móvel de madeira, por exemplo”, afirma a arquiteta. No piso, o concreto cinza também é neutro. “É um material bem contemporâneo, que segue essa linha brutalista que adotamos na decoração e combina com a personalidade do dono”. Móveis de designers consagrados e obras de arte garantem colorido ao projeto.

E no meio desse processo de transformação, o apartamento ganhou um presente. Durante as demolições, foi encontrada uma parede curva que estava escondida por outras ortogonais, de ângulos retos. “Resolvemos, então, aproveitar a curvatura existente e aplicar, manualmente, um grande painel de madeira, à maneira modernista dos anos 1950 e 1960, que contrasta com a contemporaneidade dos outros ambientes”, lembra Monica. Exatamente ao lado desse painel fica a escada de aço inoxidável com guarda-corpo de vidro, revelando uma interessante mistura de materiais e texturas. “Quando coisas desse tipo acontecem, descobrimos o lado vivo e interessante das reformas”, conclui Monica.

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