Recuperado de um câncer, hairstylist exalta nova chance: "Não vou desperdiçar"
Os dois últimos anos não foram fáceis para Marco Antônio de Biaggi (51). Nesse período, ele foi diagnosticado com um câncer no sistema linfático, uma infecção pulmonar e sentiu os efeitos colaterais da quimioterapia na medula óssea. Foi submetido a uma cirurgia no coração, um tratamento de hemodiálise por conta do mau funcionamento dos rins e incontáveis sessões de fisioterapia. Após toda a batalha que enfrentou para recuperar a sua saúde, o cabeleireiro — querido de estrelas como Adriane Galisteu (43) — recebeu CARAS em seu apartamento, na zona oeste de SP, para dar a notícia tão aguardada por família, amigos e fãs: está curado e voltará ao trabalho em breve. “Fiz PET Scan, um diagnóstico por imagem que realiza o mapeamento de diferentes substâncias químicas radioativas no organismo, e não tenho nada. Estou zerado”, comemora.
O planos para 2017, que devem começar a se concretizar a partir de abril, incluem a volta integral ao luxuoso salão de beleza localizado no Jardim América, bairro nobre da capital paulista, o lançamento de sua biografia e a estreia como palestrante. “Falo sobre cabelos há 30 anos. Não quero mais falar só sobre beleza. Quero contar às pessoas sobre como eu saí da periferia e conquistei um império e como superei todo o tratamento médico pelo qual passei”, revela o cabeleireiro, que ainda se locomove com a ajuda de um andador — único resquício que relembra o drama pelo qual passou. “Faço fisioterapia seis dias por semana. As sessões de robótica acontecem na Rede de Reabilitação Lucy Montoro e as individuais, em casa. Logo vou substituir o andador por uma bengala e, depois, vou poder andar sozinho”, diz.
O expert das tesouras foi diagnosticado com linfoma no começo de 2015 e, em seguida, deu início a seis ciclos de quimioterapia. A doença, no entanto, foi mantida em segredo. “Tive medo de perder contratos, clientes e amigos. O tipo de bobagem que só consegue minar a nossa energia”, admite. Mas a perda de cabelo gerou especulação entre os mais de 2 milhões de seguidores que acumula nas redes sociais, quando Biaggi apareceu careca ao lado da cantora Anitta (23). “Com mais de 80 anos, meu pai sofreu um AVC e precisou fazer uma cirurgia. Prometi raspar o cabelo caso ele se recuperasse, claro que não ia deixar a careca lisinha, mas as situações coincidiram”, conta, citando Aparecido de Biaggi (83). A quimioterapia terminou em maio do mesmo ano e o cabeleireiro foi com a família para a Bahia para comemorar o aniversário. “Nos dias seguintes à volta da viagem, senti uma forte falta de ar e precisei ir ao hospital. Só saí depois de seis meses”, lembra.
Foram 139 dias de internação, parte deles em coma absoluto. Biaggi deu entrada no hospital São José com infecção pulmonar e precisou realizar uma traqueostomia e implantar cateteres no pescoço e no tórax para receber medicamentos. Em seguida, teve o coração operado. O resultado: quatro pontes de safena e uma mamária. “Nunca soube que era cardíaco, mas descobriram uma lesão no início da coronária esquerda e tive que abrir o peito para operar”, recorda. O sangue do cabeleireiro atingiu um nível baixíssimo de oxigenação — cerca de 70%, quando o recomendado é 90% — e ele precisou utilizar a máquina ECMO, que executa a função dos pulmões. “Não há outro sobrevivente dessa máquina no hospital São José. Lá, me chamam de milagre. Os meus médicos foram incansáveis. Eles me salvaram”, agradece, referindo- se ao hematologista Phillip Schein berg, à cardiologista Vivi - ane Ve iga e ao neurointensivista Salo món Rojas. Quando acordou, Biaggi estava 32kg mais magro, pesando cerca de 60kg. Com 1,92m de altura, chegou a se perguntar se voltaria a andar.
Apesar da gravidade de seu estado, nunca duvidou da recuperação. “Em alguns momentos, eu não tinha força para rezar, mas mentalizava que ia ficar bem. Sabia que era temporário. Descobri que o medo não tem força se você encará-lo de frente”, diz ele, que é extremamente religioso e coleciona imagens de Nossa Senhora de Fátima em todos os cômodos de seu amplo apartamento — ele planeja uma viagem a Fátima, em Portugal, para agradecer. No hospital, recebeu o apoio da família, especialmente da irmã, Sônia Aparecida de Biaggi (59), e se espelhou no ator Reynaldo Gianecchini (44), curado do câncer há cinco anos. “Ele também teve um linfoma e venceu a doença. O exemplo dele me ajudou e também posso ajudar quem passa pela mesma situação”, orgulha-se.
O período de internação também foi de reflexão. Antes, chegava a trabalhar mais de 14 horas diárias e, quando não estava no salão, cuidava da beleza das maiores celebridades do País nos bastidores de ensaios fotográficos. “Pre tendo trabalhar menos. Quando decidi ser um profissional de beleza, já sabia que ia trabalhar aos sábados, mas quero ter os domingos e as segundas livres. Vai ser um dos maiores luxo da minha vida”, destaca. O cabeleireiro pretende dedicar o tempo livre às atividades com que tanto sonhava quando estava internado. “Quero ir ao centro de SP, rezar na igreja do Largo do Paissandú, como quando eu era officeboy, caminhar até a Rua 25 de Março, visitar o Bairro da Liberdade em um dia mais calmo. Quero ir ao Rio de Janeiro e andar no calçadão tomando água de coco...Deus me deu uma segunda chance e não vou desperdiçá-la”, ressalta.
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